Lemos, Manuel Carlos Loureiro deIsidoro, André Gonçalo Pinho2024-11-212024-11-212024-06-072024-02-19http://hdl.handle.net/10400.6/14688Introdução: O cancro da tiróide tem apresentado um aumento significativo da sua incidência, o que torna importante a identificação dos fatores de risco associados. Entre esses elementos, o iodo, um oligoelemento essencial para a síntese das hormonas da tiróide, tem sido alvo de estudo. O nível anormal de iodo crónico interfere na homeostase, sendo um determinante de distúrbios da tiróide. Uma vez que o iodo é excretado, praticamente na sua totalidade, na urina, a concentração urinária de iodo torna-se um biomarcador eficaz para avaliar o estado nutricional do iodo. O objetivo desta dissertação foi analisar a evidência científica sobre a relação entre a concentração urinária de iodo e o risco de cancro da tiróide. Materiais e Métodos: Foi efetuada uma pesquisa bibliográfica de artigos científicos na base de dados PubMed, utilizando os termos de pesquisa “urinary iodine” e ”thyroid cancer”. Foram, ainda, consultadas as referências bibliográficas dos artigos identificados, sendo incluídos, apenas, artigos com a língua inglesa. Resultados: Identificaram-se 15 artigos, todos estudos de caso controlo, que foram alvo de uma análise mais detalhada. A generalidade dos estudos revelou que se verifica uma associação entre o nível de iodo urinário e o risco de cancro da tiróide, com destaque entre a concentração urinária de iodo elevada e o risco de carcinoma papilar da tiróide. Discussão: Diversos autores afirmam que os níveis anormais de iodo estão relacionados com alterações nos níveis de TSH, TgAb e TPOAb e com alterações genéticas, contribuindo para o risco de desenvolver cancro da tiróide. Adicionalmente, elevados níveis de iodo urinário podem estar associados ao risco de progressão do cancro da tiróide. Porém, os estudos apresentaram algumas limitações, sendo na sua totalidade retrospetivos, verificando-se a ausência de controlo de diversos fatores de risco associados ao tumor da tiróide, assim como a confiabilidade do método de medição da concentração urinária de iodo, o que dificulta a relação causal entre o estado nutricional de iodo e o cancro da tiróide. Conclusão: Ainda não está claro se o iodo urinário elevado é um achado clínico que resulta da doença ou se é um fator de risco para o cancro da tiróide, o que denota a importância e necessidade da elaboração de estudos futuros, de modo a ser possível compreender esta relação.Introduction: Thyroid cancer has shown a significant increase in its incidence, which makes it important to identify the associated risk factors. Among these elements, iodine, an essential trace element for thyroid hormone synthesis, has been subject of study. Chronic abnormal iodine levels interfere with homeostasis, which is a determinant of thyroid disorders. Since iodine is excreted, practically in its entirety, in urine, urinary iodine concentration becomes an effective biomarker to assess iodine’s nutritional status. The objective of this dissertation was to analyze the scientific evidence on the relationship between urinary iodine concentration and the risk of thyroid cancer. Materials and Methods: A bibliographic search for scientific articles was carried out in the PubMed database, using the search terms “urinary iodine” and “thyroid cancer”. The bibliographic references of the identified articles were also consulted and only articles in english were included. Results: 15 articles were identified, all case-control studies, which were subject to a more detailed analysis. Most studies revealed that there is an association between urinary iodine levels and the risk of thyroid cancer, with emphasis on a high urinary iodine concentration and the risk of papillary thyroid carcinoma. Discussion: Several authors state that abnormal iodine levels are related to changes in TSH, TgAb and TPOAb levels and genetic changes, contributing to the risk of developing thyroid cancer. Additionally, high urinary iodine levels may be associated with the risk of thyroid cancer progression. However, the studies had some limitations, being entirely retrospective, the lack of control for several risk factors associated with thyroid tumors and the reliability of the urinary iodine concentration measurement method, which makes it difficult to establish a causal relationship between iodine nutritional status and thyroid cancer. Conclusion: It is still unclear whether high urinary iodine is a clinical finding resulting from the disease or whether it is a risk factor for thyroid cancer, which highlights the importance and need of future studies to help understand this relationship.porCancro da TiróideEndocrinologiaIodo UrinárioA relação entre a concentração urinária de iodo e o risco de cancro da tiróidemaster thesis203714970