Schouten, Maria Johanna ChristinaNunes, Cristina Patrícia Rodrigues2014-10-142014-10-1420102010http://hdl.handle.net/10400.6/2429Face às mudanças sociais que ocorreram e tem vindo a ocorrer na sociedade o envelhecimento tende a tornar-se um fenómeno com maior visibilidade. E isso deve-se à diminuição da natalidade em conjunto com o aumento da esperança média de vida dos idosos. Pelo facto de ter surgido mudanças a nível familiar, com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, ter-se alterado a estrutura familiar, onde as famílias hoje tendem a ser mais pequenas, e onde se valoriza muito mais a carreira profissional, quer nas mulheres como nos homens, contrariamente ao que acontecia algumas décadas atrás, a questão que se coloca é o que acontecerá às pessoas mais idosas? Sabendo à partida que existem politicas sociais capazes de responder adequadamente às necessidades da população mais idosa, como por exemplo os lares, tornou-se essencial para este trabalho entender as relações entre os familiares e os idosos institucionalizados. Na medida em que se pretende compreender se existe ou não uma quebra dos laços familiares após a institucionalização dos idosos? Este trabalho teve lugar na Região Autónoma da Madeira no Concelho do Funchal, mais concretamente no Lar S. Francisco. Portanto, de acordo com o objectivo geral do trabalho optou-se por fazer um estudo qualitativo, através da realização de 21 entrevistas, que se repartiram em dez entrevistas aos idosos, dez entrevistas aos familiares e uma entrevista ao director da instituição, também fez-se uma observação não participante, e uma caracterização da instituição. As conclusões obtidas são:  Que para os idosos a ida para o lar não é uma opção e sim uma imposição;  Que os principais motivos da institucionalização estão relacionados com grau de dependência dos idosos, com a saúde, com a actividade profissional, com os recursos económicos e com facto dos idosos viverem sozinhos e estarem sozinhos mesmo quando vivem acompanhados;  Que os cuidados dos familiares são redobrados após a institucionalização, que os parentes em maioria são os filhos. Os familiares levam os seus idosos a passear, e principalmente à casa no Natal e têm cuidado com o aspecto dos mesmos. A qualidade de vida dos idosos é garantida na instituição para a maioria dos familiares;  Que os factores que condicionam os familiares a deslocarem-se à instituição são: o horário de trabalho, o dia-a-dia das pessoas, como tratar da casa, cuidar dos netos, a necessidade de estabelecer outras relações, um mecanismo de fuga e a distância geográfica;  Que a instituição promove a participação dos familiares na vida dos idosos, existindo um ambiente familiar, que se manifesta devido à postura da instituição. Também, no período de admissões dos idosos, há uma livre circulação dos familiares, o que quer dizer que podem entrar na instituição nos horários não estabelecidos pela mesma até haver uma adaptação por parte dos familiares e por parte dos idosos. No caso dos familiares apresentarem à direcção uma razão justificável por não puderem deslocar-se dentro dos horários de visita, há também uma abertura por parte da instituição.porEnvelhecimento socialEnvelhecimento demográficoA institucionalização dos idosos na Madeira: os laços familiares dos idosos institucionalizados no Lar S. Franciscomaster thesis