Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro dePinto, Pedro José Cerqueira2020-01-142020-01-142018-06-202018-04-30http://hdl.handle.net/10400.6/8282Introdução: A automedicação é definida pela OMS como uma prática que envolve o uso de substâncias medicinais pelo consumidor, para tratar doenças ou sintomas reconhecidos pelo próprio, sendo um dos elementos do autocuidado. Já segundo o despacho nº. 17690/2007, publicado em Diário da República, a automedicação é a utilização de medicamentos não sujeitos a receita médica de forma responsável, sempre que se destine ao alívio e tratamento de queixas de saúde passageiras e sem gravidade, com a assistência ou aconselhamento opcional de um profissional de saúde. Estudos recentes, realizados entre 2008 e 2014 em zonas dispersas do território nacional, revelaram valores bastante díspares no que diz respeito à prevalência da prática de automedicação, variando entre os 21,5% e cerca de 90% da população estudada. Objetivos: Identificar a prevalência da automedicação nos utentes da Consulta Externa do Centro Hospitalar Cova da Beira; identificar variáveis associadas à prática da automedicação; recolher a opinião dos utentes em relação à prática da automedicação; cruzar os dados obtidos com os dados revelados por estudos anteriores. Materiais e métodos: Estudo de carácter observacional e transversal, no qual se distribuiu um questionário a 89 utentes presentes na Consulta Externa do Centro Hospitalar Cova da Beira. Resultados: Numa população caracterizada pela predominância do sexo feminino, pela idade compreendida entre os 35 e os 44 anos e por uma maioria de participantes a realizar terapêutica de base, chegou-se a uma prevalência de automedicação de 78,05%. Esta prática incluía mais frequentemente o uso de analgésicos e anti-inflamatórios (41,11% e 33,33%, respetivamente), aconselhados por um farmacêutico, enfermeiro ou outro pessoal ligado à saúde (57,81%), adquiridos na farmácia (82,81%) e que, na grande maioria das situações, não se revelaram prejudiciais para a situação clínica dos participantes (98,44%). 68,29% da população concordava com a prática de automedicação, mas apenas para algumas situações, 75,61% considerava-a potencialmente perigosa e 39,02% apontava problemas no Sistema Nacional de Saúde como a principal motivação para a automedicação. Encontrou-se uma dependência entre a prática da automedicação e a idade e habilitações literárias dos inquiridos. Discussão e conclusão: Os resultados obtidos devem apelar a um maior estudo da automedicação e das suas variáveis e reforçam a crescente autonomia dos doentes. É imperativo que médicos, farmacêuticos e outro pessoal ligado à saúde estejam cientes deste fenómeno e que sejam uma via fidedigna e sempre disponível de informação. É também importante que se levem a cabo campanhas de sensibilização que tenham como público-alvo aqueles que este estudo identificou como os que têm maior tendência a se automedicarem.Introduction: Self-medication is defined by WHO as a practice that involves the use of medicinal substances by the consumer to treat diseases or symptoms recognized by themselves, being one of the elements of self-care. According to the dispatch nº. 17690/2007, published in Diário da República, self-medication is the use of non-prescription medicines in a responsible manner, whenever it is intended for the relief and treatment of transient and non-serious health complaints, with the optional advice or assistance of a health professional. Recent studies carried out between 2008 and 2014 in dispersed areas of the national territory revealed quite different values regarding the prevalence of the practice of self-medication, ranging from 21.5% to 90% of the studied population. Objectives: To identify the prevalence of self-medication among users of the Consulta Externa of Centro Hospitalar Cova da Beira; to identify variables associated with the practice of self-medication; to collect users' views on the practice of self-medication; to cross the data obtained from surveys with the data revealed by previous studies. Materials and methods: A cross-sectional observational study, in which a questionnaire was distributed to 89 users present at the Consulta Externa of Centro Hospitalar Cova da Beira. Results: The sample is characterized by female predominance, aged between 35-44 years old and undergoing chronic therapy. The prevalence of self-medication was 78.05%. This practice most frequently included the use of analgesics and anti-inflammatories (41.11% and 33.33%, respectively) recommended by a pharmacist, nurse or other health-related staff (57.81%) and purchased from the pharmacy (82.81%). In the great majority of cases they were not detrimental to the clinical situation of the participants (98.44%). 68.29% of the population agreed with the practice of self-medication, but only in some cases, 75.61% considered it potentially dangerous and 39.02% indicated problems in the National Health System as the main motivation for self-medication. There was a dependence between the practice of self-medication and the age and educational qualifications of the respondents. Discussion and conclusion: The results obtained should appeal to a greater study of self-medication and its variables and reinforce patients' growing autonomy. It is imperative that physicians, pharmacists and other health-related staff are aware of this phenomenon and that they are a reliable and always available way of information. It is also important to carry out awareness campaigns targeting those this study identified as having the highest tendency to self-medicate.porAutocuidadoAutomedicaçãoAutonomiaAutoperceçãoAutomedicação nos utentes do Centro Hospitalar Cova da Beiramaster thesis202362884