Duarte, Miguel Saianda BentoSantos, Vitor HugoAlmeida, Tomás de Oliveira2025-12-032025-12-032025-07-182025-06-27http://hdl.handle.net/10400.6/19528Introdução: O estado de mal epilético (EME) constitui uma emergência neurológica definida por crises epiléticas prolongadas ou recorrentes sem recuperação completa da consciência, representando risco de dano neurológico permanente. Em situações refratárias, em que os tratamentos convencionais com fármacos anti-crises epiléticas (FACEs) não são eficazes, a eletroconvulsivoterapia (ECT) é uma alternativa terapêutica emergente, apesar de seu uso ainda ser considerado off-label. Métodos: Realizou-se uma revisão de literatura com pesquisa de artigos nas bases de dados PubMed e Scopus entre janeiro e fevereiro de 2025, abrangendo estudos primários publicados entre 2000 e 2025. Foram estabelecidos critérios rigorosos de inclusão e exclusão, resultando na seleção de 11 artigos, dos quais 35 casos clínicos de EME tratados com ECT foram analisados. Resultados: A análise dos estudos revelou uma considerável variabilidade nos protocolos de ECT. Destacam-se algumas tendências comuns nos casos com resposta positiva: uso preferencial de elétrodos bitemporais, cargas elevadas de estímulo, titulação progressiva da dose e suspensão controlada de anestésicos. 31 dos 35 doentes cessaram EME após a aplicação da ECT. Contudo, a maioria manteve sequelas associadas à longa duração e à etiologia do EME. Nenhuma sequela foi associada à ECT. Discussão: Os resultados sugerem que a ECT pode representar uma estratégia terapêutica viável e eficaz no EME refratário, proporcionando uma alternativa às terapêuticas convencionais. Todavia, a heterogeneidade dos protocolos utilizados e da informação registada nos relatórios de caso destaca a necessidade de estudos padronizados e de maior rigor metodológico para definir parâmetros terapêuticos ideais. Conclusão: A ECT representa uma opção terapêutica promissora para o tratamento do estado de mal epilético refratário, com taxas elevadas de cessação das crises e perfil de segurança aceitável quando aplicada em ambiente monitorizado. Apesar da heterogeneidade dos protocolos e da escassez de evidência robusta, os dados disponíveis sugerem que a ECT pode atuar como terapia de resgate eficaz e até como ponte para outras intervenções. A necessidade de padronização técnica, a maior investigação prospetiva e definição de critérios de seleção são essenciais para clarificar o seu papel no algoritmo terapêutico do EME.Introduction: Status epilepticus is a neurological emergency defined by prolonged or recurrent epileptic seizures without full recovery of consciousness, posing a risk of permanent neurological damage. In refractory cases, where conventional treatment with anti-seizure medications fails to terminate the seizures, electroconvulsive therapy (ECT) emerges as a therapeutic alternative, although its use is still considered off-label. Methods: A literature search was conducted in the PubMed and Scopus databases between January and February 2025, including primary studies published from 2000 to 2025. Strict inclusion and exclusion criteria were applied, resulting in the selection of 11 articles, from which 35 clinical cases of status epilepticus treated with ECT were analyzed. Results: The analysis of the studies revealed considerable variability in ECT protocols. However, some common trends emerged in cases with a positive response: preferential use of bitemporal electrodes, high stimulation charges, progressive dose titration, and controlled suspension of anesthetics. ECT led to cessation of status epilepticus in 31 out of 35 patients. Nevertheless, most patients developed sequelae related to the prolonged duration and underlying etiology of the condition, with no adverse effects directly attributed to ECT. Discussion: The results suggest that ECT may represent a viable and effective therapeutic strategy for refractory status epilepticus, offering an alternative when conventional treatments fail. However, the heterogeneity of the protocols used and the variability in the information recorded in case reports highlight the need for standardized studies and greater methodological rigor to define optimal therapeutic parameters. Conclusion: ECT appears to be a promising therapeutic option for the treatment of refractory status epilepticus, showing high rates of seizure cessation and an acceptable safety profile when applied in a monitored setting. Despite the heterogeneity of protocols and limited high-quality evidence, available data suggests that ECT may serve as an effective rescue therapy and even as a bridge to other interventions. Technical standardization, prospective research, and clear selection criteria are essential to define ECT’s role in the therapeutic algorithm for status epilepticus.porElectroconvulsive TherapyNeurophysiologyRefractory Status EpilepticusStatus EpilepticusEstado de Mal Epilético e Potencial Terapêutico da Eletroconvulsivoterapiamaster thesis204047510