Ravara, Sofia BeloClemente, Inês Sofia Pontes2024-11-202024-11-202024-05-062024-02-27http://hdl.handle.net/10400.6/14648Introdução: os questionários são um método amplamente utilizado para a recolha de dados em projetos de investigação em Saúde, Educação Médica e dos estudantes de Ciências da Saúde. Se, no passado, a sua principal forma de administração era em papel, nos últimos anos, com o desenvolvimento tecnológico e a globalização, cada vez mais se opta por questionários online. Todavia, para além das inúmeras vantagens que este modo de administração apresenta, tem algumas limitações e controvérsias. A falta de representatividade da população alvo e as baixas taxas de resposta são uma importante preocupação para os investigadores, pois colocam em causa a validade dos dados. Objetivos: avaliar e comparar as taxas de resposta entre cursos universitários de ciências da saúde em Portugal que participaram num questionário nacional sobre educação médica de controlo de tabagismo; e avaliar quais os fatores associados à colaboração; avaliar se o modo de administração, papel versus online, influencia a participação dos estudantes universitários. Metodologias: realizou-se uma análise secundária do estudo transversal baseado num questionário auto-preenchido “Competências Profissionais no âmbito da Prevenção e do Tratamento do Tabagismo no final da Formação Pré-graduada dos Profissionais de Saúde - Estudo de avaliação com os cursos de formação em Ciências Farmacêuticas, Enfermagem, Medicina e Medicina Dentária”. Este tinha como objetivos avaliar, na perspetiva dos estudantes, as características de formação recebida, as suas atitudes e comportamentos, os seus conhecimentos, as atitudes relativamente ao seu futuro papel profissional, competências profissionais adquiridas e necessidades de formação sobre prevenção e o tratamento do tabagismo. O questionário foi aplicado em sessenta e dois estabelecimentos de Ensino, entre 12 de abril de 2016 e 20 de Outubro de 2016. Cada instituição decidiu como o aplicar: online por e-mail, ou questionários em papel, na sala de aula. Participaram sessenta e dois estabelecimentos de ensino universitário de ciências da saúde: a população-alvo incluiu 6065 estudantes finalistas dos Cursos de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, Licenciatura em Enfermagem, Mestrado Integrado em Medicina e Mestrado Integrado em Medicina Dentária, variando entre 7 e 385 estudantes em cada estabelecimento de ensino. O anonimato foi garantido e nenhum incentivo foi utilizado. A amostra foi de conveniência. Realizou-se uma análise descritiva e a comparação de frequências por meio do teste qui-quadrado e cálculo de odds ratio; e análise multivariada usando a regressão logística binária. Resultados: dos 6065 alunos, 2095 responderam ao questionário, resultando numa taxa de resposta de resposta efetiva de 34,54%. Verificou-se que o procedimento de recolha de informação (online versus papel) influencia a taxa de resposta (p<0,001), associando-se tanto à obtenção de uma taxa de resposta boa (p=0,026), bem como a uma taxa de resposta insatisfatória (p=0,012). A chance de obtenção de uma taxa de resposta insatisfatória é superior na modalidade online do que em papel [OR 6,4; IC 95%: (1,31; 31,48)]. A prevalência de tabagismo associa-se à taxa de colaboração (p=0,011), sendo que a chance de obtenção de uma taxa de resposta boa diminui em estabelecimentos de ensino com prevalência de tabagismo inferiores (OR 0,22; IC 95%: [0,06; 0,82]). Acresce que o curso (p=0,684), a região (p=0,057), o sexo (p=0,084) e a não têm uma associação estatisticamente significativa com a taxa de resposta. Conclusões: A taxa de resposta média global neste questionário foi de 35%, que embora não seja boa, também não é considerada insatisfatória, encontrando-se ligeiramente abaixo da tendência internacional. Os resultados deste estudo sugerem que os estudantes universitários portugueses da área da saúde colaboram menos quando os questionários de investigação são aplicados no modo online do que quando aplicados em papel. Embora se tenha verificado que uma prevalência tabágica mais baixa se associa menos a uma boa taxa de resposta, e considerando que se trata de um estudo transversal com uma amostragem não aleatória, não é possível saber qual a direção da associação exposição versus efeito. Tal achado resulta provavelmente do efeito da menor taxa de colaboração na prevalência tabágica e não o contrário, pelo que deve ser interpretada neste contexto, e em concordância com a literatura. Com a exceção do modo de aplicação do questionário, não se identificaram outros fatores associados à taxa de resposta. É necessária a realização de mais projetos de investigação para apoiar ou refutar os resultados obtidos neste estudo.Introduction: questionnaires are widely used for collecting data in research projects in Medical Education among health sciences students. In the past, the main form of administration was on paper. Recently, due to technological development and globalization, online questionnaires are being increasingly used. Despite their several advantages, online questionnaires have some limitations and controversies. Notably, limited representation of the target population and low response rates are important concerns for researchers, as they undermine the validity of the data. Aims: to evaluate and compare response rates among Portuguese health sciences university students who participated in a national questionnaire on tobacco control curricula; to assess factors associated with collaboration rate; to evaluate whether the mode of administration, paper versus online, influences the participation of university students. Methods: A secondary analysis of a questionnaire-based cross-sectional study was performed. This study is entitled “Smoking Prevention and Treatment skills of health sciences students - Evaluation study engaging Pharmaceutical Sciences, Nursing, Medicine and Dentistry finalist students”. This aimed to evaluate, from the students' perspective, the characteristics of the training received, their attitudes and behaviors; their knowledge, attitudes towards their future professional role; their skills, and training needs on smoking prevention and treatment. The questionnaire was administered in sixty-two educational establishments, between April 12, 2016 and October 20, 2016. Each institution decided how to apply it: online via email, or paper questionnaires in the classroom. Sixty two teaching establishments participated: the target population included 6065 finalist students from the Integrated Master's in Pharmaceutical Sciences, Degree in Nursing, Integrated Master's in Medicine and Integrated Master's in Dental Medicine Courses; participants varied between 7 and 385 in each educational establishment. Anonymity was guaranteed and no follow-up incentives were used. A convenience sample was used. A descriptive analysis and frequency comparison were carried out using the qui-square test and odds ratio calculation; and a multivariate analysis using binary logistic regression. Results: Of the 6065 students, 2095 responded to the questionnaire, (effective response rate (RR) of 34.54%). The information collection procedure influenced the RR (p<0,001); and was associated with a good RR (p=0.026) and an unsatisfactory RR (p= 0.012). Obtaining an unsatisfactory RR was higher in the online modality than in paper mode (OR 6.4; 95% CI: [1.31; 31.48]). Smoking prevalence was associated with the collaboration rate (p=0.011); obtaining a good RR decreasing in schools with lower smoking prevalence (OR 0.22; 95% CI: [0.06; 0.82]). Neither the course (p=0.684), nor the region (p=0.057) and sex (p=0.084) were statistical significantly associated with the response rate. Conclusions: The average response rate in this questionnaire was 35%: not good, although not unsatisfactory; being slightly below the international trend. Our findings suggest that Portuguese health sciences students collaborate worse when questionnaires are administered online than when administered on paper. Lower smoking prevalence was associated with a lower response rate. However, considering that this is a cross-sectional study with non-randomised sampling, it is not possible to know the direction of association: exposure versus effect. This finding probably results from the effect of the lower response rate on smoking prevalence and not the other way round. Therefore, it should be interpreted in this context, and in accordance with the literature. No other factors associated with the response rate were identified. It is necessary to carry out more research projects to support or refute the results obtained in this study.porHealth Sciences StudentsMedical EducationPaper-SurveysQuestionnairesResponse RatesWeb-SurveysColaboração em questionários em papel versus online: estudo transversal em estudantes universitários portugueses das ciências da saúdemaster thesis203715489