Vieira, Cristina Maria da CostaCosta, Carla Sofia Pires2015-05-292015-05-2920082008http://hdl.handle.net/10400.6/3413Em Portugal, Mário Cesariny (1923-2006) é um dos melhores representantes do surrealismo, pela forma plena como este artista português, de mãe espanhola, assumiu esse movimento como arte e lema de vida. Sintomático disso mesmo é a sua última entrevista, na qual o autor “considera [ser] o seu lema, «Liberdade, amor, poesia»”. E em “autografia”, Cesariny autoclassifica-se assim: “Sou um homem / um poeta / uma máquina de passar vidro colorido / um copo uma pedra / uma pedra configurada / um avião…” O uso da forma verbal “sou” no presente do indicativo, a iniciar o poema, remete, deste modo, para uma realidade assumida, mas que é matizada de surrealidade ao utilizar um conjunto de termos definidores como “poeta”, “máquina de passar vidro colorido”, “um copo”, “uma pedra”, “um avião”, que transformam a sua autodefinição numa extensa metáfora. Através destes termos insólitos, o enunciador pretende autodefinir-se como um ser não apenas transformador do mundo, mas também revitalizador, isto é, capaz de reorganizar criativamente o real graças à poesia. O gosto por factos fora do comum relaciona-se com a estética que ele abraçou de coração, o surrealismo. O surrealismo surge no princípio dos anos 20 do século transacto, em França, impulsionado por um grupo de poetas liderado por André Breton. É o movimento que dá primazia à representação do subconsciente e do irracional. Segundo Breton, o surrealismo é um “automatismo psíquico puro, pelo qual se pretende exprimir, verbalmente ou por escrito, ou de qualquer outra maneira o funcionamento real do pensamento”. [...]porCesariny, Mário, 1923-2006 - Vida e obraCesariny, Mário, 1923-2006 - Poesia surrealistaPoesia surrealista - PortugalSurrealismo - PortugalA metáfora na poesia surrealista de Mário Cesarinymaster thesis