Rodrigues, Manuel de CarvalhoPassos, Patrícia Perestrelo2020-01-162020-01-162018-06-152018-04-23http://hdl.handle.net/10400.6/8418Introdução: A hipertensão arterial é, em pleno século XXI, um problema de saúde pública emergente, que afeta cerca de 42,2% da população adulta portuguesa e cerca de 1 bilião de pessoas em todo o mundo, pelo que tem sido descrita como o principal e mais prevalente fator de risco na etiologia das doenças cérebro e cardiovasculares. As complicações cardíacas resultantes do aumento persistente da pressão arterial, designada de doença cardíaca hipertensiva, incluem a dilatação auricular esquerda, a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo e a hipertrofia ventricular esquerda. A hipertrofia do ventrículo esquerdo é uma complicação precoce da hipertensão e, numa primeira fase, representa um mecanismo compensatório ao aumento da pós-carga. Porém, a longo prazo, associa-se a alterações estruturais e funcionais que aumentam o risco de eventos cardiovasculares, como é o caso das arritmias cardíacas e da morte súbita. Objetivos: Investigar e analisar criticamente dados da literatura sobre hipertensão arterial e morte súbita, de modo a esclarecer a sua relação, não só na teoria como na prática clínica. Métodos: A presente monografia foi realizada com base numa extensa e crítica pesquisa bibliográfica utilizando as bases de dados Pubmed, ScienceDirect e Up To Date, as páginas web da WHO, as guidelines da European Society of Cardiology, da European Society of Hypertension, da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e as normas e circulares normativas da Direção Geral de Saúde. Conclusão: A hipertensão arterial é uma doença silenciosa, multifatorial, de carácter crónico que, pela elevada prevalência, incidência e morbimortalidade cardiovascular, exige uma abordagem e tratamento adequado, de modo a permitir a prevenção e controlo dos fatores de risco e complicações associadas. Simultaneamente, constitui também um fator de risco importante para o comprometimento cardíaco, provocando doença cardíaca hipertensiva. Nos últimos anos assistiu-se a avanços consideráveis na compreensão da relação entre hipertensão arterial, hipertrofia do ventrículo esquerdo e morte súbita. Aceita-se que a hipertensão arterial, pelas suas implicações, provoque uma hipertrofia ventricular esquerda, que predispõe a arritmias e morte súbita. Evidências sugerem que a redução da hipertrofia ventricular esquerda em hipertensos se associa à redução do risco de morte súbita, pelo que uma redução da pressão arterial com vista à sua reversão é altamente benéfica, constituindo um dos principais objetivos da abordagem e tratamento do paciente hipertenso. Apesar da baixa frequência destas situações na prática clínica, as comorbilidades e o possível desfecho trágico, exigem, por parte da comunidade científica e dos profissionais de saúde, particular atenção.Introduction: In the 21st century, hypertension is still an emerging public health problem, that affects about 42.2% of the portuguese adult population and around 1 billion people worldwide, hence being described as the most prevalent risk factor in the etiology of brain and cardiovascular diseases. The constant increase in blood pressure, mostly known as hypertensive heart disease, can cause several cardiac complications which include left atrial dilatation, diastolic dysfunction of left ventricle and left ventricular hypertrophy. Left ventricular hypertrophy is an early complication of hypertension and represents, in a first scenario, a compensatory mechanism to the increased afterload, however, in the long term and together with the structural and functional changes, it increases the risk of cardiovascular events, as is the case of cardiac arrhythmias and sudden death. Objectives: To investigate and analyze critically the literature data on hypertension and sudden death, to clarify their relationship, not only in theory, but also in clinical practice. Methods: The present literature review was conducted with the intention of extensive and critical literature research using the following sources: PubMed, ScienceDirect, and Up To Date databases; the WHO website; the European Society of Cardiology, the European Society of Hypertension, the Portuguese Society of Hypertension and the Portuguese Society of Cardiology guidelines and the Directorate General of Health standards and regulatory circulars. Conclusion: Arterial Hypertension is a silent disease with multifactorial and chronic nature that, by high prevalence, incidence and cardiovascular morbidity and mortality, requires an appropriate approach and treatment in order to prevent and control the risk factors and associated complications. Therefore, it constituted a major risk factor for heart failure, causing hypertensive heart disease with high rates of cardiovascular morbidity and mortality. Over the last few years, there have been considerable advances in the understanding of the relationship between the arterial hypertension, left ventricular hypertrophy and sudden death. It is accepted that arterial hypertension, due to its implications, causes a left ventricular hypertrophy which predisposes arrhythmias and sudden death. Evidence suggests that the reduction in LVH in hypertensive patients is associated with the reduced risk of sudden death, thus a blood pressure reduction for reversal purposes of LVH is highly beneficial for hypertension patients as it constitutes one of the treatment’s main goals. Despite the low frequency, situations in clinical practice, such as comorbidities and the possible tragic outcome, require special attention from the scientific community and health professionals.porArritmiaCardiopatia HipertensivaHipertensão ArterialHipertrofia do Ventrículo EsquerdoMorte SúbitaMorte Súbita e Hipertensão ArterialUm conceito teórico ou uma realidade da prática clínicamaster thesis202362850