Santos, Diogo António Miranda dos2013-03-252013-03-252012-05http://hdl.handle.net/10400.6/1099A estimulação cerebral profunda é uma técnica neurocirúrgica que consiste na estimulação elétrica de determinadas áreas subcorticais, através de elétrodos implantados cirurgicamente. O seu objetivo é reequilibrar circuitos neuronais danificados, cujas alterações podem determinar défices neurológicos ou problemas comportamentais [1]. Apesar da estimulação crónica de estruturas subcorticais ter começado no início da década de 50, logo após a introdução da cirurgia estereotáxica em humanos [2], a era moderna da estimulação cerebral profunda “nasceu” em 1987 pela mão de Benabid e da sua equipa, quando comparou a estimulação estereotáxica do núcleo ventral intermédio do Tálamo à talamotomia contralateral para o tratamento dos sintomas motores da doença de Parkinson [3]. Estudos subsequentes comprovaram que a estimulação do tálamo é mais eficaz e segura que a cirurgia ablativa. Este perfil de segurança, associado à adaptabilidade e reversibilidade, levou a um abandono gradual das técnicas lesionais em detrimento da estimulação cerebral profunda. Graças a estas características, nos anos seguintes, e até aos dias de hoje, esta técnica foi ganhando uma nova preponderância, e levou a que fossem sendo abordadas novas áreas de estimulação e explorado o seu impacto noutras patologias. A estimulação cerebral profunda tem aprovação pela US Food and Drug Administration no tratamento dos sintomas incapacitantes do tremor essencial e da doença de Parkinson avançada, estando também aprovada, a título de dispositivo de uso compassivo, para a distonia e transtorno obsessivo compulsivo. Na Europa, a todas as patologias supracitadas, soma-se a epilepsia [4]. A esta lista, espera-se que se juntem outras patologias como a depressão, dor crónica e obesidade, entre outras. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever de modo sucinto como evoluiu esta técnica ao longo dos anos, assim como averiguar em que áreas está a suscitar interesse atualmente e avaliar os seus resultados. Métodos: Foram recolhidos artigos publicados na base de dados PUBMED com o termo “Deep Brain Stimulation”. Este termo foi cruzado com as demais palavras-chave. Procedeu-se à seleção dos artigos mais pertinentes com a palavra “Stimulation” no título, e ainda artigos referenciados naqueles originalmente escolhidos. Foi também incluída outra bibliografia considerada relevante ao assunto em estudo. Conclusão: A estimulação cerebral profunda já provou ser segura e eficaz na abordagem a várias patologias e poderá revolucionar o tratamento de muitas outras, ainda que haja muito trabalho a fazer sobre o mecanismo de ação da técnica, definição dos melhores alvos e seleção dos pacientes.porEstimulação cerebral profundaDoença de Parkinson - DistoniaEpilepsiaDistúrbios motoresDoença de AlzheimerEstimulação cerebral profunda : passado, presente e futuromaster thesis