Dias, José da Silva NevesLanzinha, João Carlos GonçalvesPereira, Flávia Camila Arnaud e Liz Neto2022-01-132022-01-132021-07-152021-05-24http://hdl.handle.net/10400.6/11792Em pleno século XXI, são várias as fragilidades de que sofre o nosso sistema nacional de saúde (SNS) relativamente ao apoio e inclusão de doentes com características demenciais. Estima-se que até 2037 existirão 322 mil casos de doentes com demência, segundo o relatório “Health at a Glance 2017” da OCDE publicado a 10 de novembro de 2017, no qual Portugal foi considerado o 4º país com mais casos por cada mil habitantes. Números que preocupam e devem levantar questões sobre o modo como as entidades competentes estão a desenvolver métodos de reconhecimento, intervenção e adaptação ao quadro que se apresenta. Os problemas de saúde mental afetam a vida pessoal, profissional e familiar dos indivíduos, onde o estigma e a discriminação têm sido vetor na integração e acesso a estruturas de apoio. Tendo em conta a situação atual, existe em Portugal uma resposta insuficiente de cuidados continuados, que obriga um número elevado de doentes a ficarem internados nos hospitais ou a permanecerem nas próprias habitações, sem as ajudas adequadas. A oferta de estruturas de apoio é insuficiente e assimétrica, face às necessidades existentes, sendo urgente criar unidades direcionadas para doentes com doenças mentais. É expectável que os doentes com saúde mental comprometida, possam ter o mesmo direito de acessibilidade e equidade que todos os outros doentes integrados em unidades de cuidados continuados. Uma Unidade de Cuidados Continuados serve para possibilitar a passagem entre o meio hospital e a habitação de cada doente, ou seja, mesmo depois de ter alta hospitalar, o doente precisa de cuidados específicos (reabilitação, terapia, acompanhamento psicológico, etc.) que são fornecidos por estas unidades. Existem três graus de Unidade de Cuidados Continuados – convalescença, média duração e longa duração – que diferem pelo tempo de permanência. Outro grau, com outras especificidades mais precisas, é a Unidade de Cuidados Paliativos – fase final de vida. Instantaneamente ligado a este panorama, surge o tema da demência, de como doentes com quadros demenciais vivem e habitam o espaço, à priori concebido, e como é relevante pensar numa arquitetura ampla e adaptada para unidades de cuidados continuados. Tendo como base de trabalho a demência, considerou-se importante desenvolver este tema a propósito da elaboração do projeto de uma Unidade de Cuidados Continuados para a Santa Casa da Misericórdia da Covilhã. O projeto em questão prevê uma lotação de sessenta camas, trinta destinadas ao período de convalescença, que equivale à estadia máxima de internamento de trinta dias, e outras trinta para uma estadia de média duração, que equivale ao período de internamento entre trinta e noventa dias. A demência é uma alteração da cognição, do normal funcionamento dos mecanismos cerebrais, que perpetuam a confusão e as alterações comportamentais e emocionais. Sabe-se que existem vários tipos e graus de demência e como é difícil para o doente estabelecer ligações de reconhecimento nas instituições, tanto na perceção espacial, ao não reconhecer o ambiente em que está inserido, como nas relações de empatia com os profissionais de saúde. Pretende-se que algumas estratégias arquitetónicas, criteriosamente introduzidas, ajudem o doente a sentir-se confortável e integrado nas instalações, que privilegiam várias atividades ao ar livre e outros programas dinâmicos. Estes planos de atividades (interior/exterior) têm um grau de importância significativo devido à melhoria reveladora que os mesmos favorecem, obtendo resultados muito positivos para os doentes. A presente dissertação pretende contribuir para apreender conceitos úteis, uma vez que pensar no passado, presente e futuro é a solução para uma arquitetura inclusiva tendo como princípio fundamental, o ser humano. O paradigma da saúde mental é dever público e projetar com conhecimento é dever do arquiteto.In the 21st century, there are several weaknesses that compromise our national health system, concerning the support and inclusion of patients with dementia characteristics. It is estimated that by 2037 there will be 322,000 cases of patients with dementia. According to the OECD's "Health at a Glance 2017", report published on November 10th, 2017, in which Portugal was considered the 4th country with the highest cases per 1,000 inhabitants. These figures are worrying and should raise questions on how the competent authorities are developing methods of recognition, intervention and adaptation to deal with the situation and data presented. Mental health problems affect of people's personal, professional and family life, where for stigma and discrimination have been a vector in the access and integration of support structures. According to the current data there is an insufficient response in Portugal of continued care, which demands many patients to remain in hospitals or to remain in their own homes, without adequate help. The provision of support structures is insufficient and asymmetric, in view of existing needs and it is urgent to create units targeted at patients with mental illnesses. Patients with impaired mental health are expected to have the same right of accessibility and equity as all other patients integrated into continuing care units. A Continuing Care Unit is supposed to enable the transition between the hospital environment and the housing of each patient. This is, even after being discharged from the hospital, the patient needs specific care (rehabilitation, therapy, psychological follow-up, etc.) that should be provided by these units. There are three levels of Continuing Care Unit – convalescence, medium duration and long duration – which differ according to permanence length. An extra level with more precise specificities is the Palliative Care Unit – for the final phase of life. Closely linked to the theme and panorama of dementia is the matter of how patients with dementia live and inhabit the space, a priori conceived, and how relevant it is to think of a broad architecture adapted for Continuous Care Units. Within the framework of dementia, and in the scope of our research work, we considered interesting/important to develop a project regarding the elaboration of a Continuing Care Unit for the Santa Casa da Misericórdia of Covilhã. This project would provide for a capacity of sixty beds, thirty destined to the convalescence period, maximum of thirty days stay and another thirty for a medium stay, equivalent to a period of hospitalization between thirty and ninety days. Dementia is a change in cognition, i.e., in the normal functioning of brain mechanisms, which perpetuate confusion, as well as behavioral and emotional changes. It is known that there are various types and degrees of dementia and how difficult it is for the patient to establish recognition links in institutions, both in spatial perception, by not recognizing the environment in which he is inserted, as well as in the relations of empathy with health professionals. We believe that some architectural strategies, carefully introduced, will help the patient feel comfortable and integrated in the facilities, which will also favor various outdoor activities and other dynamic programs. These (indoor/outdoor) activity plans are significantly important, because of the improvement and positive results obtained with patients. This dissertation aims to contribute to apprehend useful concepts, since thinking about the past, present and future is the solution to an inclusive architecture, bearing in mind a fundamental principle, the human being. The mental health paradigm is public duty and designing wisely is the duty of Architects.porArquitetura InclusivaCriatividadeDemênciaDoentePerceção do EspaçoSaúde MentalA Arquitetura percecionada pela demênciaUnidade de Cuidados Continuados - Santa Casa da Misericórdia, Covilhãmaster thesis202846644