Amaral, António2019-04-292019-04-292018Amaral, António (2018) .Em louvor da cria[c]tividade ética . In:. CULTUM. Excursos de Hermenêutica, Política e Religião. Covilhã: Editora LabCom.IFP, 146-160978-989-654-496-6http://hdl.handle.net/10400.6/7034Ciente de um excessivo antropocentrismo da ética, a aposta de Joaquim Cerqueira Gonçalves em descentrá-la do seu reduto epistémico para uma coabitação com outros saberes expressa uma liminar recusa em conceber a acção humana hipotecada ao cego fatalismo dos acasos e casualidades. Desvirtuada por sucedâneos deficientemente traduzidos aqui em normativismos de matriz cognitiva, ali em axiologismos de expressão formal, acolá em deontologismos de recorte jurídico, nem sempre a ética se afigura imune ao intuito marcadamente objectivista de, por um lado, “naturalizar” a acção humana e, com isso, tentar, por outro, “neutralizar” o carácter radicalmente contingente do exercício daquela. Todavia, sabemo-lo bem, num mundo desprovido de contingência não haveria lugar para o que, no final de contas, constitui o pathos e o ethos de uma vida (em) prática. Postula-se uma ética da contingência, sim, mas não circunstancialista; uma ética atenta ao indivíduo, sem dúvida, mas não individualista; uma ética de inusitada provocação poiética, evidentemente, mas não de ardiloso intento em procurar manipular ou desqualificar o outro, descurando o horizonte fiduciário em que a acção intersubjectivamente se inscreve.porJoaquim Cerqueira GonçalvesÉticaPoiética da AcçãoHermenêuticaFilosofia e CulturaOntologia e SentidoTexto e ObraEm louvor da cria[c]tividade éticabook part