Vitória, Paulo dos Santos DuarteSequeira, Diogo Miguel Pereira2024-11-192024-11-192024-06-052024-02-21http://hdl.handle.net/10400.6/14592Introdução: Comunicar é uma tarefa habitual no exercício da prática clínica, no entanto, quando se trata da comunicação de más notícias surgem dificuldades acrescidas pelas implicações que esta pode ter na vida do doente e dos seus familiares e pelo impacto emocional que pode ter nos médicos. Numa área tão sensível como é a Oncologia, é importante avaliar como é percecionada a comunicação de más notícias por médicos e doentes e em que medida a existência de normas de orientação ou protocolos de atuação pode facilitar e tornar mais efetivo este procedimento. Objetivo: Esta dissertação consiste numa revisão sistemática da literatura e tem como principal objetivo perceber como se formaliza a comunicação de más notícias, avaliando a perceção dos médicos sobre as suas competências e o uso de protocolos e as expetativas e preferências dos doentes oncológicos na receção de más notícias. Metodologia: A revisão foi realizada de acordo com o protocolo PRISMA. Procedeu-se à pesquisa de artigos, durante os meses de maio e junho de 2023, em quatro bases de dados eletrónicas (Pubmed, Web of Science, SciELO e Scopus), com as MeSH -bad news”, “cancer”, “breaking bad news protocols”, “patients´ preferences”, “physician´s skills?, obtendo-se 237 resultados. Foram incluídos artigos publicados entre os anos de 2013 e 2023, escritos em inglês, português e espanhol, que fizessem referência ao estudo da perceção dos emissores (médicos) e recetores (doente e seus familiares) de más notícias relativamente a esta tarefa da prática clínica. Resultados: Foram revistos catorze artigos que cumpriram os critérios de inclusão estabelecidos. Os diferentes estudos avaliam a qualidade e a dinâmica da comunicação de más notícias, por parte dos médicos, as principais dificuldades evidenciadas neste processo e abordam as preferências dos doentes. Os médicos consideraram que comunicar más notícias a doentes com cancro é extremamente difícil, pois, para além de não terem formação específica suficiente sobre como efetivar esta tarefa, deparam-se com obstáculos ambientais e pessoais. Quanto ao uso de protocolos, os médicos referiram que tinham pouco acesso a informação sobre protocolos de comunicação de más notícias na sua prática clínica, surgindo o protocolo SPIKES como o mais conhecido e utilizado. Na presente revisão, a maioria dos doentes revelou estar satisfeita com a forma como os médicos comunicam as más notícias, apesar de referirem que existem técnicas e habilidades comunicacionais dos médicos que devem ser melhoradas. As áreas de melhoria referem-se à avaliação pelo médico da perceção do doente antes do conhecimento do diagnóstico e das suas expetativas ou necessidades de informação, que variam de acordo com as suas características clínicas, sociodemográficas e culturais. Conclusões: Para além das competências comunicacionais dos médicos, as expetativas e preferências dos doentes devem ser tidas em conta na formalização da comunicação de más notícias e integradas nos protocolos definidos para apoiar e orientar essa tarefa. Comunicar más notícias eficazmente requer não só o uso de protocolos, como também competências de relação de ajuda e comunicacionais e formação específica, para aumentar a confiança dos médicos e dos doentes, diminuindo as preocupações e o stress provocado por situações difíceis, como a revelação de um diagnóstico de cancro. A comunicação eficaz é essencial para uma prestação de cuidados de saúde com qualidade e para melhorar a relação médico-doente.Introduction: Communication is a routine task in clinical practice, however when it comes to delivering bad news, there are increased difficulties due to the implications it may have on the patient´s life and their family, and the emotional impact it can have on physicians. In a field as sensitive as Oncology, it is important to assess how the communication of bad news is perceived by physicians and patients and to what extent the existence of guidelines or protocols can facilitate and make this procedure more effective. Objective: This dissertation consists of a systematic literature review with the main objective of understanding how the communication of bad news is formalized, evaluating physicians' perception of their skills and the use of protocols and the expectations and preferences of oncology patients in receiving bad news. Methodology: The research follows the PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) methodology. A bibliographic search was carried out during the months of May and June 2023, in four electronic databases (PubMed, Web of Science, SciELO, and Scopus), with the following MeSH “bad news”, “cancer”, “breaking bad news protocols”, “patients´ preferences”, “physician´s skills”, obtaining 237 outcomes. Articles published between 2013 and 2023, written in English, Portuguese and Spanish, that referred the study of perception of senders (physicians) and receivers (patient and their families) of bad news regarding this clinical practice task were included. Results: Fourteen articles that follow the established inclusion criteria were reviewed. The different studies evaluate the quality and dynamics of bad news communication by physicians, the main difficulties highlighted in this process and address patients' preferences. Physicians considered that communicating bad news to cancer patients is extremely difficult, as in addition to not having sufficient specific training on how to carry out this task, they are faced with environmental and personal obstacles. Regarding the use of protocols, physicians reported that they had little access to information about protocols for communicating bad news in their clinical practice, with the SPIKES protocol emerging as the most well-known and used. In the present review, the majority of patients revealed that they were satisfied with the way physicians communicate bad news, despite mentioning that there are physicians' communication techniques and skills that need to be improved. The areas for improvement refer to the physician's assessment of the patient's perception before knowing the diagnosis and their expectations or information needs, which vary according to their clinical, sociodemographic and cultural characteristics. Conclusions: Beyond the communication skills of physicians, the expectations and preferences of patients must be considered in the formalization of bad news communication and integrated into the protocols defined to support and guide this task. Communicating bad news effectively requires not only the use of protocols, but also help relationship and communication skills and specific training, to increase the confidence of physicians and patients, reducing concerns and stress caused by difficult situations, such as the revelation of a cancer diagnosis. Effective communication is essential for providing quality healthcare and improving the physician-patient relationship.porCancroCompetências MédicasMás NotíciasPreferências dos PacientesProtocolos de Comunicação de Más NotíciasPerceção de médicos e doentes sobre a comunicação de más notícias em Oncologia: Uma Revisão Sistemática da Literaturamaster thesis203715276