Abejas, Abel GarciaGraças, Ricardo Alexandre Alves2021-12-062021-12-062021-06-022021-04-13http://hdl.handle.net/10400.6/11442Introdução: A canábis é uma planta muito falada no que respeita ao seu uso medicinal. Grande parte dos países da União Europeia permite, ou está a considerar permitir, o uso médico desta substância. Contudo, a evidência científica relativamente à sua eficácia é ainda limitada, o que se reflete na ausência de diretrizes clínicas devidamente adequadas. No campo da ética e da saúde pública também é motivo de controvérsia. A opinião sobre a legalização desta substância entre alunos de medicina é muito importante visto serem potenciais prescritores enquanto futuros médicos. Objetivos: Sondar a opinião e conhecimento dos alunos de Medicina da Universidade da Beira Interior relativamente ao uso de canábis medicinal. Comparar as respostas em função do ano académico e dos hábitos de consumo da substância. Metodologia: Estudo observacional descritivo e transversal com aplicação de um questionário anónimo online aos 979 alunos de medicina da Universidade da Beira Interior matriculados no ano letivo 2019/2020. O preenchimento do questionário esteve disponível nos meses de Março, Abril e Maio de 2020. Posteriormente, procedeu-se à análise estatística da amostra com recurso ao software Statistical Package for Social Sciences® versão 26, utilizando os testes Qui-quadrado, Fisher e Mann-Whitney. Resultados: Foram obtidas 310 respostas (31,66%), das quais 239 do sexo feminino (77,1%) e 71 do sexo masculino (22,9%). Entre os inquiridos, 19,7% consumia ocasional ou regularmente canábis, sendo o sexo masculino (42,6%) frequentemente mais consumidor (p<.001). A maioria dos alunos (93,9%) considerou ser a favor da legalização da canábis medicinal. A dor crónica (92,6%), o cancro (71,9%) e a epilepsia (53,9%) foram as aplicações terapêuticas mais apontadas por parte dos alunos, sendo que o cancro (p=.010), epilepsia (p=.020) e esclerose múltipla (p=.043) foram significativamente mais mencionados por alunos consumidores. Apenas 33,9% dos alunos recomendaria o uso ilícito desta substância em caso de benefício comprovado. A ausência de evidência científica (57.9%) e a frequência de efeitos adversos (57,9%) foram as principais razões apontadas pelos alunos contra a legalização desta substância. A maioria dos alunos (98,4%) considerou a necessidade de maior formação e investigação na área. Conclusão: Os estudantes de medicina da Universidade da Beira Interior que responderam ao questionário são a favor da legalização da canábis medicinal, conhecem algumas aplicações terapêuticas, não recomendariam o seu uso caso fosse ilegal e pretendem mais formação sobre esta temática. O historial de consumo de canábis por parte dos alunos está correlacionado com mais conhecimento relativamente às aplicações médicas da canábis.Introduction: Cannabis is an increasingly talked about plant regarding its medicinal use. Most European countries allow, or are considering allowing, the medical use of this substance. However, scientific evidence regarding the efficacy of medical cannabis is still limited, which is reflected in the absence of duly adequate clinical guidelines. In the field of ethics and public health it is also the subject of much controversy. The opinion about the legalization of medical cannabis among medical students is very important since they are potential prescribers as future doctors. Aim: To survey the opinion and knowledge of medical students at the University of Beira Interior regarding the use of medical cannabis. Compare the answers according to the academic year and the consumption habits of the substance. Methods: Descriptive and cross-sectional observational study with application of an anonymous online questionnaire to 979 medical students from the University of Beira Interior enrolled in the academic year 2019/2020. The questionnaire was available in the months of March, April and May 2020. Subsequently, the sample was statistically analyzed using the software Statistical Package for Social Sciences® version 26, with the Chi-square, Fisher and Mann-Whitney tests. Results: 310 responses (31.66%) were obtained, of which 239 were female (77.1%) and 71 were male (22.9%). Among respondents, 19.7% consumed cannabis occasionally or regularly, with males (42.6%) being more frequently consumers (p <.001). Most students (93.9%) considered to be in favor of the legalization of medical cannabis. Chronic pain (92.6%), cancer (71.9%) and epilepsy (53.9%) were the most indicated therapeutic applications by students, with cancer (p = .010), epilepsy (p = .020) and multiple sclerosis (p = .043) being significantly more mentioned by consuming students. Only 33.9% of students would recommend the illicit use of this substance in case of proven benefit. The absence of scientific evidence (57.9%) and the frequency of adverse effects (57.9%) were the main reasons cited by students against the legalization of this substance. Most students (98.4%) considered the need for further training and research in the area. Conclusion: Medical students at the University of Beira Interior who answered the questionnaire are in favor of the legalization of medical cannabis, know some therapeutic applications, would not recommend its use if it was illegal and want more training on this subject. The history of cannabis use by students is correlated with more knowledge regarding the medical applications of cannabis.porAlunos de MedicinaCanábis MedicinalÉticaSaúde PúblicaUniversidade da Beira InteriorPercepção dos alunos de medicina da UBI perante a utilização de canábis para fins medicinaismaster thesis202789861