Granadeiro, Luiza Augusta Tereza Gil BreitenfeldÉvora, Sara Voss Lima2018-07-062018-07-062014-7-92014-5-20http://hdl.handle.net/10400.6/4855Introdução: A enxaqueca é uma doença altamente prevalente, que afecta 6-20% de adultos nos países industrializados. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a enxaqueca ocupa o 19º lugar na lista de doenças que condicionam o maior número de anos vividos com incapacidade, para além de que causa um impacto socioeconómico alarmante. Caracteriza-se por episódios de cefaleias moderadas a severas, tipicamente unilaterais e pulsáteis, agravando-se com actividade física e comumente associadas a náuseas, fotofobia e/ou fonofobia. Tem início na adolescência e é mais prevalente na mulher, talvez devido causas hormonais. As enxaquecas estão classificadas em duas grandes classes: enxaqueca com aura e sem aura. A aura é um conjunto de sintomas neurológicos focais, que antecedem e/ou acompanham as crises de enxaqueca. Apesar de frequente, a enxaqueca ainda é pouco conhecida, nomeadamente a sua etiologia, fisiopatologia e mecanismo que ainda se baseiam muito em teorias e hipóteses. Pensa-se que o envolvimento de canais iónicos nas membranas dos neurónios, o nervo trigémio, e afectação cortical são os principais componentes da etiopatogenia da doença. Os factores desencadeantes das enxaquecas estão relacionados com a dieta, stress, alterações o sono e factores hormonais. Dentro dos factores dietéticos os principais causadores são o jejum, álcool, chocolate, vinho tinto e café. O chocolate é um produto alimentar, muito popular e altamente consumido em todo o mundo, cuja base é proveniente das sementes de cacau. Estas sementes são originarias do fruto da árvore Theobroma cacao que seguem um conjunto de manuseamento, transporte e processamento desde os países de produção , Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Indonésia, Papua Nova-Guiné e Brasil, até ao restantes continentes. Não se sabe a razão pela qual o chocolate contribui para o desenvolvimento da enxaqueca, no entanto as hipóteses colocadas estão relacionadas com os constituintes do chocolate. O cacau é constituído por compostos nitrogenados como as metilxantinas: teobromina e cafeína, que actuam como estimulantes do Sistema Nervoso Central, diuréticos e relaxantes musculares. É altamente rico em flavonóides, epicatequinas, catequinas e procianidinas, polifenóis com propriedades antioxidantes e vasodilatadoras importantes. Pensa-se que as metilxantinas sejam responsáveis pelo desencadeamento da crise de enxaqueca através da excitação cortical média. Os flavonóides, desencadeiam a vasodilatação, a qual também se propõe ser um contribuinte para o aparecimento de enxaquecas. A relação entre o chocolate e a enxaqueca encontra-se pouco referenciada na literatura científica e mais estudos são necessários para um melhor conhecimento dos mecanismos envolvidos. Objetivos: O cacau/chocolate é um alimento popularmente conhecido e consumido mundialmente, de sabor agradável, mas também reconhecido pelas propriedades benéficas para a saúde que apresenta. Apesar de boa conotação, o cacau/chocolate também se encontra associado ao aparecimento de enxaqueca, sendo considerado um factor desencadeante. Com este trabalho de revisão pretendo: ? Documentar a informação obtida acerca da designação do chocolate como factor desencadeante da enxaqueca. ? Verificar os constituintes que fazem parte o chocolate/cacau e a sua influência no corpo humano. ? Apresentar os mecanismos de acção que ocorrem na enxaqueca ? Verificar e indicar a relação entre o chocolate/cacau e a enxaqueca, bem como os prováveis mecanismos envolvidos. Métodos: Como metodologia para a realização desta revisão bibliográfica utilizei o motor de busca PubMed - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed . A pesquisa foi efectuada utilizando as seguintes palavras: “Migraine”, “Migraine and trigger factors” “Cocoa and Migraine”, “Cocoa and Human health”, “properties of cacao”, “Theobromine” e “Methylxanthine”. Como livros de texto utilizei o “International Headache Classification Disorders 3rd Edition” e “Basic Clinical Pharmacology 12th Edition” de Katzung BG, Masters SB e Trevor AJ.Introduction: Migraine is highly prevalent disorder, which affects 6-20% of adults living in industrialized countries. The World health Organization ranks migraine as the 19th most common reason for disability and it´s responsible for a wide-raging socioeconomic impact. This disorder is characterized by moderate to severe headaches, typically localized to one side of the head, pulsatile which can be worsened by physical activity and is usually associated with symptoms of nausea, photophobia and phonofobia. It commences in adolescence and is more prevalent in women, probably by the role of hormones. Migraine can be classified in two classes: migraine with or without aura. The aura consists in focal neurological symptoms, which precede or go along with migraine attacks. Although frequent, migraine is not well known, especially when it comes to aetiology, pathophysiology and action mechanism, which still relies on theories and hypothesis. It is believed that the involvement of ion channels in membranes of neurons, the trigeminal nerve and cortical allocation are the main components of the disease pathogenesis. Migraine trigger factors include diet, stress, sleep and hormonal factors. The main dietary triggers are fasting, alcohol, chocolate, red wine and coffee. Chocolate is a food very popular and a highly worldwide consumed product, whose base is derived from the cocoa beans. These seeds are originating from the Theobroma cacao tree that follow a set of handling, transport and processing from the production countries, Côte d'Ivoire, Ghana, Nigeria, Indonesia, Papua New Guinea and Brazil, to the other continents. It is not known why chocolate contributes to the development of migraine, though the assumptions made, relate to the constituents of chocolate. Cocoa constituents consist of nitrogenous compounds such as methylxanthines: caffeine and theobromine, which act as central stimulants, diuretics, and muscle relaxants to the nervous system. It is highly rich in flavonoids, epicatechins, catechins and procyanidins, polyphenols with an important role in the antioxidant effect and vasodilatation. It is thought that methylxanthines are responsible for the onset of a migraine attack through the middle cortical arousal. Flavonoids trigger vasodilation, which is also proposed to be a contributor to the onset of migraine. The relationship between chocolate and migraine is little referenced in the scientific literature, and further studies are needed to better understand the mechanisms involved. Objectives: The cocoa / chocolate is a food popularly known and consumed worldwide, with pleasant taste, but also recognized by the beneficial health properties it presents. Despite good connotation, cocoa / chocolate is also associated with the onset of migraine and is considered a triggering factor. With this revision work I plan to: ? Document the information obtained from the notion of chocolate as a trigger factor of migraine. ? Check the constituents that take part in chocolate / cocoa and its influence in the human body. ? Present the action mechanisms that occur in migraine ? Check and indicate the relation between chocolate / cocoa and migraine as well as probable mechanisms involved. Methods: The methodology used for conducting this literature review was the search engine PubMed - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed . The search was performed using the following words: "Migraine", "Migraine and trigger factors" "Cocoa and Migraine", "Cocoa and Human health", "properties of cacao", "Theobromine" and "methylxanthine." The textbooks I used were the "International Headache Classification Disorders 3rd Edition" and "Basic Clinical Pharmacology 12th Edition" by Katzung BG, Masters SB and Trevor AJ.porChocolate/CacauDepressão Alastrante CorticalEnxaquecaFlavonóidesMetilxantinasA influência do Chocolate/Cacau no aparecimento da Enxaquecamaster thesis201637561