Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesFerreira, Joana FonsecaFrança, Tiago Filipe Rocha2025-12-042025-12-042025-05-02http://hdl.handle.net/10400.6/19535Introdução: Com uma elevada prevalência entre a população, a osteoporose é causa de significativo défice na qualidade de vida e morbimortalidade. Diagnosticada por densitometria, a osteoporose no período pós-menopausa é dependente de estrogénios, algo que resulta num desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea. Através de medidas farmacológicas e não-farmacológicas procura-se diminuir o risco e as consequências das fraturas por fragilidade. Com uma vasta oferta de fármacos, selecionados tendo em conta critérios de risco, a terapia mostra-se eficaz, mas com contraindicações e efeitos adversos consideráveis. Por outro lado, a oxitocina é um péptido com produção hipotalâmica e libertada na hipófise, responsável pela amamentação e trabalho de parto. Contudo, as ações da “hormona do amor” vão muito para além das mencionadas, tendo sido recentemente descoberto que a mesma tem um efeito anabólico no tecido ósseo, via aumento da produção de osteoblastos e inibição do mecanismo de ação dos osteoclastos. Métodos: Com recurso à base de dados PubMed e utilizando os termos “Osteoporosis” e “Oxitocin" como conceitos para a pesquisa, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados para análise 16 artigos. Resultados: Nos artigos selecionados foi possível observar que a oxitocina pode ser utilizada como biomarcador ou como tratamento. No referente ao seu uso como biomarcador, mulheres diagnosticadas com osteoporose evidenciaram menor nível de oxitocina no sangue em comparação com as mulheres na mesma faixa etária não portadoras de declínio ósseo. Em relação ao uso como tratamento, a oxitocina, quando administrada intraperitonealmente em modelos animais sujeitos a ovariectomia para mimetizar a menopausa e induzir osteoporose, mostrou melhorar o tecido ósseo por diferentes mecanismos, tornando-o menos propenso a fratura. A carbetocina, como análoga da oxitocina, mostrou-se igualmente benéfica. Discussão: A oxitocina encontra-se diminuída aproximadamente 50% nas mulheres com osteoporose, sendo que a administração hormonal é capaz de melhorar a qualidade óssea e, por consequente, reduzir as fraturas por fragilidade. A oxitocina promove o envelhecimento saudável, sem que até hoje se conheçam efeitos adversos relevantes ligados a esta terapia em mulheres pós-menopáusicas. É necessário estudar a via de administração e respetiva posologia mais eficaz e aprender sobre o papel dos análogos da oxitocina, principalmente da carbetocina, por apresentar uma semivida mais compatível com os objetivos terapêuticos. É indispensável alargar o número de ensaios clínicos em mulheres com défice de função ovárica e deterioração óssea, sendo neste campo que a oxitocina, no futuro, pode ser uma verdadeira alternativa terapêutica. Conclusão: A oxitocina apresenta-se como potencial biomarcador e alternativa terapêutica para a osteoporose pós-menopausa, mas ainda existe um longo caminho até que a sua aplicação como fármaco seja uma realidade segura.Introduction: With a high prevalence in the population, osteoporosis is a significant cause of deficits in quality of life, morbidity, and mortality. Diagnosed by densitometry, osteoporosis in the postmenopausal period is estrogen-dependent, resulting in an imbalance between bone formation and resorption. Through pharmacological and non-pharmacological measures we aim to reduce the risk and consequences of fragility fractures. With a wide range of medications selected based on risk criteria, the therapy appears effective, but there are considerable contraindications and adverse effects. Conversely, oxytocin is a peptide produced in the hypothalamus and released by the pituitary gland, responsible for breastfeeding and labor. However, the actions of the “love hormone” go far beyond these functions, as it has recently been discovered that it has an anabolic effect on bone tissue through increased production of osteoblasts and inhibition of osteoclasts. Methods: Using the PubMed database and the terms “osteoporosis” and “oxytocin” as search concepts, 16 articles were selected for analysis after applying inclusion and exclusion criteria. Results: A review of the selected articles revealed that oxytocin can be employed as a biomarker or as a treatment. In terms of its utilisation as a biomarker, women diagnosed with osteoporosis showed lower levels of oxytocin in their blood compared to women in the same age group without bone decline. Regarding use as a treatment, a oxytocin, when administered intraperitoneally in animal models undergoing ovariectomy to simulate menopause and induce osteoporosis, has been shown to improve bone tissue through various mechanisms, making it less prone to fracture. Carbetocin, an analogue of oxytocin, was equally beneficial. Discussion: Oxytocin levels are reduced by approximately 50% in women with osteoporosis, and hormonal administration can improve bone quality and consequently reduce fragility fractures. Oxytocin promotes healthy aging, with no significant adverse effects linked to this therapy in postmenopausal women to date. It is necessary to study the most effective route of administration and dosage, as well as the role of oxytocin analogues, especially carbetocin, which has a half-life more compatible with therapeutic objectives. Increasing the number of clinical trials in women with ovarian function deficits and bone deterioration is essential; in this field, oxytocin could potentially become a true therapeutic alternative. Conclusion: Oxytocin is useful both as a biomarker and as a therapy for postmenopausal osteoporosis, but there is still a long way to go before its application as a drug becomes a safe reality.porOxitocinaOsteoporoseOsteoblastosOsteoclastosBiomarcadorTerapiaOxytocinOsteoporosisOstoblastsOsteoclastsBiomarkerTherapyOxitocina: de biomarcador a terapia da osteoporose pós-menopausamaster thesis204047471