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Abstract(s)
Drug use in older adults’ patients (≥65 years) is extensive, increases substantially with age, and is associated with many adverse outcomes. Polypharmacy is commonly defined as taking 5 or more medications daily and affects between 30 and 70% of older adults. Potentially inappropriate medication (PIM) refers to medication of which the harms outweigh the benefits, and its prevalence is 20 to 65%. Several strategies have been developed to identify inappropriate prescription patterns, the most common are Beers and STOPP/START criteria. Deprescription is a systematic process to of identifying and discontinuing drugs that are not beneficial or are not aligned with the patient’s care goal. Many deprescribing processes have been proposed, but none is widely used. This thesis aims to assess the knowledge of older adults about the deprescription, its effect on willingness to have regular medications deprescribed and their quality of life outcome.
To achieve these objectives, we proposed to divide the project into three phases. The first two would be cross-sectional studies carried out at the national level and the last a non-pharmacological random clinical trial in the centre region of Portugal. Of the three phases, we have completed only the first two, the last has been postponed. In the first phase, we assessed the prevalence and patterns of polypharmacy and PIM in the Portuguese older adult population. In the second phase, we evaluated the barriers and facilitators of deprescribing perceived by Portuguese polymedicated older adults and their willingness to have regular medications deprescribed and to self-medicate.
In the first study, we found that 77% of the sample had polypharmacy and 68.6% used at least one PIM. The likelihood of having polypharmacy increased with age, number of chronic health problems and number of prescribers; and the likelihood of having PIM increased with being female, number of chronic health problems, number of drugs and number of prescribers. The most common PIM were proton-pump inhibitors, nonsteroidal anti-inflammatory drugs, and benzodiazepines. In the second study, we found that 74% of the sample believed that drugs were generally beneficial. However, 19.9% indicated a high belief that drugs were harmful and 33.4% that they were generally overused. We also found that 61.8% were against the idea of deprescribing (against 24.6% who were in favour) and that 40% had a need to self-medicate. Those against being deprescribed had lower education level and a higher number of perceived morbidities than those not against being deprescribed; and the need to self-medication was associated with higher formal education, lower feeling of overuse of medication by doctors and a lower belief that medicines are harmful.
Our results show that polypharmacy and PIM are very common occurrence in Portugal; and that most Portuguese older adults see mediation as beneficial and, therefore, are against the idea of being subject to deprescription. Self-medication is also common. These results will increase general practitioners, society and policy makers awareness for these problems and help them to better start addressing them. However, more research is needed to clarify the impact of deprescribing process in the Portuguese population health and well-being or, alternatively, to improve the process of prescription drugs, avoiding their excess.
O consumo de medicamentos pelos idosos (≥65 anos) é elevado, aumenta substancialmente com a idade e está associado a muitos efeitos adversos. A polifarmácia é comummente definida como a toma diária de 5 ou mais medicamentos e afeta entre 30 e 70% dos idosos. Os medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) referem-se a medicamentos cujos malefícios são superiores aos benefícios e ocorre em 20 a 65% dos idosos. Várias estratégias foram desenvolvidas para identificar padrões de prescrição inadequada, sendo os mais comuns os critérios de Beers e STOPP/START. A desprescrição é um processo sistemático de identificação e descontinuação de medicamentos que não são benéficos ou não estão alinhados com os objetivos de saúde do paciente. Muitos processos de desprescrição foram propostos, mas nenhum é amplamente utilizado. Esta tese teve como objetivo avaliar o conhecimento dos idosos acerca da desprescrição e o seu efeito sobre a vontade de ter medicação habitual desprescrita e na qualidade de vida. Para alcançar os objetivos propostos foi proposto a divisão do projeto em três fases, as duas primeiras seriam estudos transversais de âmbito nacional e a última um ensaio clínico randomizado não farmacológico. Das três fases apenas as duas primeiras foram realizadas, tendo sido a última adiada. Na primeira fase avaliámos a prevalência e os padrões da polifarmácia e MPI na população idosa portuguesa. Na segunda fase avaliámos as barreiras e facilitadores da desprescrição percecionados pelos idosos portugueses polimedicados e a sua vontade de ter medicação habitual desprescrita e de se automedicar. No primeiro estudo encontrámos que 77% da amostra apresentava polifarmácia e 68,6% apresentavam pelo menos um MPI. A probabilidade de ter polifarmácia aumentou com a idade, número de doenças crónicas e número de prescritores e a de ter MPI aumentou com o ser do género feminino, com o número de problemas crónicos de saúde, o número de medicamentos prescritos e o número de prescritores. Os MPI mais comuns foram os inibidores da bomba de protões, os anti-inflamatórios não esteroides e as benzodiazepinas. No segundo estudo encontrámos que 74% da amostra acreditava que os medicamentos eram geralmente benéficos. No entanto, 19,9% indicaram uma grande crença de que os medicamentos eram prejudiciais e 33,4% de que eram usados em excesso. Também descobrimos que 61,8% eram contra a ideia de serem sujeitos a desprescrição (contra 24,6% que eram a favor) e que 40% tinham necessidade de se automedicar. Os que eram contra a desprescrição tinham menor nível de escolaridade e maior número de doenças crónicas percecionadas do que aqueles que não eram contra a desprescrição; e a necessidade de automedicação estava associada a uma maior educação formal, uma menor crença de uso excessivo de medicamentos pelos médicos e a uma menor crença de que os medicamentos são prejudiciais. Os nossos resultados revelam que a polifarmácia e a MPI são muito comuns em Portugal; e que a maioria dos idosos portugueses vê a mediação como benéfica e, portanto, é contra a ideia de ser sujeito a desprescrição. A automedicação também é frequente. Estes resultados aumentarão a consciencialização dos médicos de família, da sociedade e dos agentes políticos acerca destes problemas e ajudá-los-ão a começar a resolvê-los melhor. No entanto, são necessários mais estudos para esclarecer o impacto do processo de desprescrição na saúde e bem-estar da população portuguesa, ou em alternativa melhorar o processo de prescrição de medicamentos evitando o seu excesso.
O consumo de medicamentos pelos idosos (≥65 anos) é elevado, aumenta substancialmente com a idade e está associado a muitos efeitos adversos. A polifarmácia é comummente definida como a toma diária de 5 ou mais medicamentos e afeta entre 30 e 70% dos idosos. Os medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) referem-se a medicamentos cujos malefícios são superiores aos benefícios e ocorre em 20 a 65% dos idosos. Várias estratégias foram desenvolvidas para identificar padrões de prescrição inadequada, sendo os mais comuns os critérios de Beers e STOPP/START. A desprescrição é um processo sistemático de identificação e descontinuação de medicamentos que não são benéficos ou não estão alinhados com os objetivos de saúde do paciente. Muitos processos de desprescrição foram propostos, mas nenhum é amplamente utilizado. Esta tese teve como objetivo avaliar o conhecimento dos idosos acerca da desprescrição e o seu efeito sobre a vontade de ter medicação habitual desprescrita e na qualidade de vida. Para alcançar os objetivos propostos foi proposto a divisão do projeto em três fases, as duas primeiras seriam estudos transversais de âmbito nacional e a última um ensaio clínico randomizado não farmacológico. Das três fases apenas as duas primeiras foram realizadas, tendo sido a última adiada. Na primeira fase avaliámos a prevalência e os padrões da polifarmácia e MPI na população idosa portuguesa. Na segunda fase avaliámos as barreiras e facilitadores da desprescrição percecionados pelos idosos portugueses polimedicados e a sua vontade de ter medicação habitual desprescrita e de se automedicar. No primeiro estudo encontrámos que 77% da amostra apresentava polifarmácia e 68,6% apresentavam pelo menos um MPI. A probabilidade de ter polifarmácia aumentou com a idade, número de doenças crónicas e número de prescritores e a de ter MPI aumentou com o ser do género feminino, com o número de problemas crónicos de saúde, o número de medicamentos prescritos e o número de prescritores. Os MPI mais comuns foram os inibidores da bomba de protões, os anti-inflamatórios não esteroides e as benzodiazepinas. No segundo estudo encontrámos que 74% da amostra acreditava que os medicamentos eram geralmente benéficos. No entanto, 19,9% indicaram uma grande crença de que os medicamentos eram prejudiciais e 33,4% de que eram usados em excesso. Também descobrimos que 61,8% eram contra a ideia de serem sujeitos a desprescrição (contra 24,6% que eram a favor) e que 40% tinham necessidade de se automedicar. Os que eram contra a desprescrição tinham menor nível de escolaridade e maior número de doenças crónicas percecionadas do que aqueles que não eram contra a desprescrição; e a necessidade de automedicação estava associada a uma maior educação formal, uma menor crença de uso excessivo de medicamentos pelos médicos e a uma menor crença de que os medicamentos são prejudiciais. Os nossos resultados revelam que a polifarmácia e a MPI são muito comuns em Portugal; e que a maioria dos idosos portugueses vê a mediação como benéfica e, portanto, é contra a ideia de ser sujeito a desprescrição. A automedicação também é frequente. Estes resultados aumentarão a consciencialização dos médicos de família, da sociedade e dos agentes políticos acerca destes problemas e ajudá-los-ão a começar a resolvê-los melhor. No entanto, são necessários mais estudos para esclarecer o impacto do processo de desprescrição na saúde e bem-estar da população portuguesa, ou em alternativa melhorar o processo de prescrição de medicamentos evitando o seu excesso.
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Polifarmácia Medicamento Potencialmente Inapropriado Idoso Desprescrição Automedicação Aceitação de Cuidados de Saúde pelo Paciente