Faculdade de Ciências da Saúde
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Browsing Faculdade de Ciências da Saúde by advisor "Abrantes, Ana Margarida Coelho"
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- Pancreatite AgudaPublication . Vaz, Pedro Renato Sousa da Silva; Tralhão, José Guilherme Lopes Rodrigues; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro de; Abrantes, Ana Margarida CoelhoA pancreatite aguda é um processo inflamatório do pâncreas com variável envolvimento dos tecidos pancreático, peripancreáticos e órgãos à distância. Em 80% dos casos a pancreatite aguda é leve, com edema intersticial e com recuperação, geralmente dentro da primeira semana. A pancreatite necrotizante, que pode ocorrer entre 15 a 20% dos doentes, é caracterizada por necrose, envolvendo o pâncreas e os tecidos peripancreáticos. Quando complicada por infeção está associada a uma alta morbimortalidade e a elevados encargos económicos. Foi demonstrado, em vários estudos, o papel do stresse oxidativo na fisiopatologia da pancreatite aguda, particularmente na patogénese e na progressão deste processo inflamatório. No entanto, não está claro se as espécies reativas de oxigénio atuam como mediadores ou se iniciam a complexa cascata de eventos que leva à pancreatite aguda. O papel exato do stresse oxidativo no desenvolvimento desta condição patológica permanece assim por esclarecer. A identificação precoce de doentes que irão desenvolver pancreatite aguda grave é de extrema importância, uma vez que vai permitir uma monitorização mais apertada, uma terapia de suporte individualizada e a prevenção das complicações associadas. O objetivo desta dissertação foi aprofundar o conhecimento da fisiopatologia da pancreatite aguda no contexto de doentes com etiologia litiásica, nomeadamente na sua patogénese e na progressão do processo inflamatório, através da avaliação do stresse oxidativo e na identificação de novos biomarcadores de prognóstico, recorrendo-se ao estudo do perfil metabolómico. Neste sentido, foi realizado um estudo em modelo animal e um estudo clínico numa amostra de doentes, de modo a identificar possíveis biomarcadores de prognóstico da pancreatite aguda de etiologia litiásica. O estudo experimental realizado no rato, como modelo animal, consistiu na indução da pancreatite aguda em modelos cirúrgicos, que mimetizam a etiologia litiásica e num modelo não cirúrgico, modelo da hiperestimulação com análogo da colecistoquinina, a ceruleína. Foi proposto um score de gravidade da pancreatite aguda com recurso a parâmetros histológicos: edema, necrose, infiltrado inflamatório, hemorragia e vacuolização e que permitiu a classificação da pancreatite aguda em ausente, ligeira, moderada e grave. Quando se correlacionou este score com a procalcitonina, verificou-se uma correlação muito forte, indicando que a gravidade do score reflete o processo inflamatório pancreático. Verificou-se que o stresse oxidativo assumiu um papel na fase precoce do processo inflamatório pancreático, com a elevação dos níveis das espécies reativas de oxigénio, uma diminuição das defesas antioxidantes e disfunção mitocondrial nos animais com pancreatite aguda e nas suas formas mais graves. No estudo clínico constatou-se que, na amostra constituída por doentes com pancreatite aguda litiásica, na admissão, o azoto ureico, os neutrófilos e os leucócitos foram os melhores marcadores de gravidade, às 48 horas, a hepcidina, a razão neutrófilos/linfócitos e o índex de resposta inflamatória sistémica foram os melhores biomarcadores de prognóstico. Quando se avaliou o stresse oxidativo, na admissão dos doentes, observou-se uma elevação dos níveis das espécies reativas de oxigénio, uma diminuição das defesas antioxidantes e disfunção mitocondrial, principalmente naqueles com pancreatite aguda grave. Estes achados evidenciam o papel do stresse oxidativo como mediador, desde a fase inicial da pancreatite aguda litiásica, e como eventual marcador de prognóstico. Foi, também na admissão dos doentes, estudado o perfil metabolómico que permitiu identificar, como eventuais biomarcadores de prognóstico da pancreatite aguda litiásica grave, a treonina, a fenilalanina e os lípidos. Este estudo translacional permitiu identificar novos biomarcadores de prognóstico e contribuir para uma melhor compreensão do processo fisiopatológico da pancreatite aguda litiásica.
- Vitamina C, cancro e citotoxicidade selectiva: estudos biológicosPublication . Mamede, Ana Catarina Manjolinha; Botelho, Maria Filomena Rabaça Roque; Pereira, Jorge Manuel Maia; Abrantes, Ana Margarida CoelhoA vitamina C é um nutriente essencial ao metabolismo das células vivas que existe sob duas formas: a forma reduzida (ácido ascórbico - AA) e a forma oxidada (ácido dehidroascórbico – DHA). A vitamina C é um nutriente cujos benefícios são desde há muito tempo conhecidos e amplamente divulgados, sendo que a sua maioria se devem à acção antioxidante desta vitamina. Como antioxidante, o principal papel da vitamina C é neutralizar os radicais livres doando-lhes os seus electrões, reflectindo a sua capacidade redutora e a habilidade para diminuir o stresse oxidativo. No entanto, alguns estudos controversos sugerem que este nutriente possa ter um papel preventivo e terapêutico na doença oncológica devido à sua eventual actividade pró-oxidante, promovendo a formação de espécies reactivas de oxigénio que podem induzir a morte celular nas células cancerígenas. Este factor, aliado à diminuição das enzimas antioxidantes e ao aumento de metais de transição descompartimentalizados nas células tumorais poderá resultar na citotoxicidade selectiva da vitamina C e na consequente revelação do seu potencial terapêutico. O objectivo deste trabalho é estudar o metabolismo e os mecanismos de acção da forma reduzida da vitamina C e mostrar o seu efeito citotóxico em duas linhas celulares tumorais: adenocarcinoma colorectal (WiDr) e melanoma melanocítico (A-375). Para tal, usaram-se técnicas de imagiologia nuclear e de biologia celular e molecular. Primeiramente, efectuou-se a marcação da forma reduzida da vitamina C com tecnécio-99m, de forma a obter um complexo radioactivo (99mTc-AA) passível de ser usado em imagiologia nuclear. Posteriormente, nos estudos in vitro, procedeu-se à realização de estudos de captação de 99mTc-AA e de pertecnetato de sódio nas duas linhas celulares estudadas, assim como à avaliação da citotoxicidade da vitamina através da avaliação da proliferação celular por espectrofotometria, ensaios clonogénicos e citometria de fluxo. Foram também feitos estudos in vivo com ratinhos Balb/c e Balb/c nu/nu com o intuito de comprovar os resultados obtidos no controlo de qualidade do 99mTc-AA e obter informação sobre a biodistribuição e vias de excreção e metabolização da formulação produzida. Por último, os ratinhos com xenotransplantes foram submetidos a uma terapia com AA e os tumores excisados foram analisados por citometria de fluxo. Os resultados obtidos sugerem que a forma reduzida da vitamina C induz um efeito anti-proliferativo e/ou citotóxico nas células em estudo, podendo eventualmente vir a constituir uma nova abordagem terapêutica no tratamento do cancro colorectal.