Browsing by Author "Almeida, Ana Rita dos Santos"
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- Síndrome de WallenbergPublication . Almeida, Ana Rita dos Santos; Álvarez Pérez, Francisco JoséIntrodução: O Síndrome de Wallenberg (SW) é, maioritariamente, provocado pela oclusão da artéria cerebelar inferior posterior (PICA), sendo o síndrome cerebrovascular mais frequente da circulação posterior. Tem uma apresentação clínica atípica o que, associado à falta de tradução imagiológica precoce, leva a erros e atrasos no diagnóstico. Este estudo propõe-se a analisar as características epidemiológicas e a apresentação clínica de um conjunto de pacientes internados na Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais (UAVC) do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB) diagnosticados com este síndrome, assim como o intervalo de tempo desde o início dos sintomas até ao seu internamento. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo de cariz retrospetivo que engloba todos os enfartes da circulação posterior (POCI) (n=120), excluindo os lacunares, que resultaram em internamento na UAVC do CHUCB, nos anos 2007, 2008, 2009, 2010, 2014 e 2017. Como casos controlo, foram analisados 782 pacientes cujos acidentes vasculares cerebrais (AVC) foram classificados como enfartes totais da circulação anterior (TACI) ou enfartes parciais da circulação anterior (PACI). Foram analisadas as seguintes variáveis: fatores de risco; número de visitas ao serviço de urgência (SU) do CHUCB com a mesma sintomatologia; tempo decorrido desde o AVC até ao internamento; grau de dependência à alta; taxa de mortalidade durante o internamento e durante o primeiro ano após o internamento; topografia da lesão; mecanismo fisiopatológico da lesão; sinais e sintomas registados no episódio da urgência; métodos imagiológicos utilizados. Resultados: Os POCI’s são mais comuns no sexo masculino (53,3%). Não se verificou associação estatisticamente significativa entre os mecanismos de lesão e a topografia da mesma (p=0,159). Em 98,33% dos casos foi utilizado a tomografia computorizada (TC) como primeiro exame imagiológico. Dos fatores de risco apenas a cardiopatia isquémica (p=0,005) se mostrou estatisticamente significativa. Quanto à apresentação clínica, nenhum dos sinais avaliados no SU se mostrou estatisticamente significativo e, dos sintomas, apenas as cefaleias (p=0,017), a vertigem (p=0,005) e a alteração do estado de consciência (p<0,001) se revelaram estatisticamente significativos. Os pacientes com SW demoraram mais tempo a ser diagnosticados (p=0,016) e foram com mais frequência ao SU (p=0,009) comparativamente aos pacientes com TACI ou PACI. Os AVC’s na topografia da artéria Basilar estão associados a maiores taxas de mortalidade durante o internamento e no primeiro ano após a alta, assim como a um maior grau de dependência à alta (p=0,001). Conclusão: Os pacientes com SW tiveram como principal apresentação clínica a vertigem e a cefaleia, demoraram mais tempo a ser diagnosticados e, desde o início dos sintomas, recorreram com mais frequência ao SU, quando comparados com os TACI e PACI. A isto associa-se um maior uso da TC em detrimento da Ressonância Magnética. Os POCI’s no território da artéria Basilar estão associados a pior prognóstico.