Browsing by Author "Alves, Helena Isabel Marques"
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- Diagnóstico Pré-Natal de Dilatação Pielocalicial e o Refluxo VesicouretéricoPublication . Alves, Helena Isabel Marques; Pereira, Bruno Alexandre Guerra Jorge; Salgado, Maria da Conceição RosaIntrodução: As malformações genitourinárias representam cerca de 20% do total das malformações fetais. A dilatação pielocalicial (DPC) pré-natal, definida pela presença no feto de um ou ambos os rins com algum grau de dilatação do sistema pielocalicial, é a anomalia urogenital mais comumente encontrada pela ecografia obstétrica. O seguimento de muitas DPC permanece discutível, pois na maioria dos casos são ligeiras e transitórias, representando uma variante fisiológica, de remissão espontânea, sem necessidade de intervenção terapêutica. Por outro lado, em alguns doentes, a DPC pode ser indicadora de patologia urológica efetiva, desde obstrução a refluxo vesicouretérico (RVU). Não há ainda dados pré-natais seguros que permitam distinguir precocemente as DPC fisiológicas daquelas às quais está associada uropatia. A relação entre o grau de dilatação pielocalicial pré-natal e o risco da criança apresentar RVU, continua incerta. Foi sugerido que o rastreio de dilatação do sistema urinário (SU) fetal durante a ecografia obstétrica possa conduzir à deteção do RVU logo após o nascimento, prevenindo assim a infeção urinária que, associada ao RVU, é causa de lesão renal. Métodos: Trabalho de investigação retrospetivo, cuja amostra é constituída por crianças com diagnóstico pré-natal de DPC, seguidos em Consulta de Pediatria/Cirurgia Pediátrica no Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV). Foi feita a recolha de dados dos processos clínicos de crianças com diagnóstico pré-natal de DPC, e esses dados foram analisados no programa Microsoft Excel 2013. Resultados: O diagnóstico pré-natal de DPC foi mais frequente no género masculino. 79,86% das crianças teve alta clínica aos 12 meses de idade e apenas 14,58% das crianças teve confirmação de uropatia associada à DPC. O RVU esteve presente em 6,25% do total da amostra e, mais especificamente, em 36% das crianças com patologia. Na estratificação das UR em classes de risco pré-natal, 58,76% das UR foi classificada como de baixo risco de patologia urológica (UTD A1). A confirmação da DPC na primeira ecografia pós-natal foi mais frequente no grupo de risco aumentado (UTD A2-3): 27,5% em oposição a 3,5% na UTD A1, assim como a presença de patologia urológica (30% em oposição a 8,77% na UTD A1). O RVU identificou-se em 7% das UR da UTD A1, em oposição a 7,5% das UR da UTD A2-3 e esteve presente em 15,38% das UR com confirmação de DPC na primeira ecografia pós-natal. Foram identificados graus idênticos de RVU em ambas as classes de risco pré-natal (III, IV e V) e essas UR foram todas submetidas a tratamento endoscópico. Conclusões: O diagnóstico de RVU foi feito em 6,25% das crianças com diagnóstico pré-natal de DPC. Quanto maior o valor do diâmetro anteroposterior da pélvis renal (DAPPR), menor é a probabilidade de resolução pós-natal da DPC e maior é a probabilidade de deteção de patologia urológica, contudo, especificamente em relação ao RVU, essa relação não se verifica. Não havendo também uma classe de risco que se vincule a um determinado grau de RVU. Assim, a classe de risco pré-natal não é um bom preditor da presença de RVU e da gravidade deste. Relativamente ao prognóstico do RVU, não se encontraram diferenças entre as classes de risco, dado que todas as UR estratificadas foram submetidas a tratamento.