Browsing by Author "Barros, Rafael Francisco Abrantes"
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- Utilização de cães e gatos como sentinelas para a exposição a mercúrioPublication . Barros, Rafael Francisco Abrantes; Pastorinho, Manuel Ramiro Dias; Sousa, Ana Catarina AlmeidaA presença de contaminantes ambientais no ar, água, alimentos e ambiente doméstico pode representar riscos significativos para a população humana. Cada vez mais, os humanos dispendem o seu tempo em ambientes interiores e, de forma geral, passam em média mais de 12 horas por dia em casa, ficando expostos a vários tipos de contaminantes presentes no ambiente doméstico. Os animais domésticos, ao partilharem a habitação com os donos ficam sujeitos ao mesmo tipo de contaminantes. O principal objetivo deste trabalho é monitorizar os níveis de mercúrio em cães e gatos de companhia, na região Centro de Portugal (Aveiro e Covilhã), através da análise do seu pelo e sangue. Como objetivo secundário, pretende-se validar a utilização de pelo dos animais de estimação como matriz não invasiva para quantificar as concentrações de mercúrio a que estão expostos. Adicionalmente, pretende-se verificar se estes animais podem actuar como sentinelas para o ser humano, sendo para tal também analisadas amostras de cabelo dos respetivos donos. Para atingir estes objectivos, e em colaboração com médicos veterinários, foram recrutados cães, gatos e respectivos donos para o presente estudo. Foi possível obter amostras de 45 cães, 17 gatos e 18 humanos a fim de analisar a concentração de mercúrio em pelo/cabelo e sangue. Nos cães analisados foi possível quantificar mercúrio em todas as amostras de pelo com valores entre 11,01 ng/g e 662,08 ng/g. Para as amostras de sangue, foi possível quantificar mercúrio no sangue de 28 animais com valores entre 0,021 ng/g até 21,39 ng/g. Para os restantes 15 cães as concentrações de mercúrio no sangue estavam abaixo do limite de deteção do equipamento. Nos gatos foi possível quantificar mercúrio em todas as amostras de pelo e sangue com valores entre 66,28 ng/g a 887,74 ng/g no pelo e 0,68 ng/g a 33,41 ng/g no sangue. Em geral, os níveis de mercúrio em ambos animais de companhia foram sempre superiores no pelo do que no sangue tendo sido registadas correlações significativas entre as concentrações de mercúrio no pelo e no sangue dos cães e entre as concentrações de mercúrio entre o pelo e o sangue dos gatos. Desta forma, a utilização do pelo foi validada e em estudos futuros esta matriz pode ser utilizada para monitorizar os níveis de mercúrio. No cabelo humano as concentrações de mercúrio variaram desde 372 ng/g a 3815,42 ng/g, com uma concentração média acima do valor de referência para esta matriz. A concentração de mercúrio no cabelo humano foi superior à concentração de mercúrio registada no pelo dos respetivos animais, no entanto não existe nenhuma correlação significativa entre os níveis de mercúrio nos cães e nos seus donos (r=-0,6429, p=0,0962) nem entre os gatos e os seus donos (r=0,4286, p=0,3536). Face aos resultados obtidos não foi possivel validar a utilização dos cães e gatos como sentinelas para a exposição de humanos a mercúrio.