Browsing by Author "Capa, Mafalda Beatriz Mendes"
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- Caracterização das Diferenças de Género na PEA e Implicações no Diagnóstico: Revisão Sistemática da LiteraturaPublication . Capa, Mafalda Beatriz Mendes; Fontes, Maria Silvina SalvadoIntrodução: As diferenças de género na expressão dos sinais/sintomas associados à Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) são um tópico crescente na comunidade científica, nomeadamente pelo que implicam a nível do diagnóstico. Dada a diferença de prevalência da doença nos géneros, com a maioria masculina, e a forma distinta como esta se manifesta em doentes do sexo masculino e do sexo feminino, tem vindo a ser debatida a possibilidade de os métodos de diagnóstico utilizados terem um viés masculino, contribuindo para o possível subdiagnóstico feminino da PEA. Objetivo: Análise das discrepâncias de género a nível de apresentação clínica na PEA, investigação de possível subdiagnóstico no sexo feminino e exploração da relação entre género e processo de diagnóstico. Métodos: Adoção do método PEO (People, Exposure, Outcomes) para a definição da pergunta de investigação, do modelo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) para orientação da revisão e utilização da base de dados PubMed para pesquisa. Foram incluídos estudos que investigaram diferenças de sexo/género da PEA em crianças, adolescentes e jovens adultos, com foco nas implicações diagnósticas e aplicados critérios rigorosos de inclusão e exclusão para a seleção dos artigos. Resultados: Os principais resultados desta revisão revelam uma predominância masculina nas amostras dos estudos, assim como a maioria dos estudos se focou em crianças até aos 18 anos. Relataram-se diferenças significativas de sexo/género na apresentação da PEA na maioria dos estudos, com o sexo feminino exibindo maior prática de camuflagem social. As participantes femininas demonstraram, também, maiores défices de competências sociais e o sexo masculino apresentou uma maior associação a comportamentos restritivos e repetitivos. Em relação a idades de diagnóstico, estas tendem a ser mais tardias no sexo feminino. Adicionalmente, as metodologias variaram, mas a observação direta, a utilização de relatos dos pais/cuidadores e a equiparação das amostras segundo o nível cognitivo foram pontos comuns. Conclusões: A revisão destaca a evidência de diferenças de género na PEA, tanto a nível da apresentação como de idade diagnóstica. Destaca-se a possibilidade de viés de género nos métodos de diagnóstico e defendem-se intervenções personalizadas e formação profissional para uma abordagem mais equitativa na identificação e apoio da PEA.