Browsing by Author "Fernandes, Helena Isabel Ferreira"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Razões para a não participação nos Rastreios Oncológicos Femininos: Uma Revisão Sistemática da LiteraturaPublication . Fernandes, Helena Isabel Ferreira; Almeida, Anabela Antunes de; Sousa, Rita; Moutinho, JoséIntrodução: A nível mundial, o cancro da mama e o cancro do colo do útero são os dois tipos de cancro mais comuns entre as mulheres. Para ambos, existem programas de rastreio altamente eficazes, que dependem da adesão populacional para o seu sucesso, sendo que são recomendadas taxas de participação de, pelo menos, 70% para obter reduções significativas nas taxas de mortalidade, estando a realidade longe desses valores. Objetivo: Identificar quais as razões que levam as mulheres a não aderir aos programas de rastreio de cancro, nomeadamente cancro da mama e cancro do colo do útero. Métodos: Nesta revisão sistemática foram incluídos estudos não randomizados, como estudos de coorte e casos-controlo e estudos observacionais sem grupos de controlo, nomeadamente estudos transversais. A pesquisa foi realizada através da PubMed, MEDLINE e Cochrane, segundo a equação ("Cancer Screening") AND ("Breast cancer" or "Cervical Cancer") AND ("Non-Attendance" or "Non-Participation"), restrita a artigos escritos em inglês ou português, publicados entre 2000 e 2022. A última pesquisa foi realizada no dia 20 de setembro de 2022. Foram incluídos os artigos que concluíram especificamente quais as razões para a não participação num dos programas de rastreio populacional em estudo, focados em mulheres adultas, e cujos exames de rastreio em estudo fossem a citologia cervical, pesquisa de HPV ou mamografia. Foram apenas incluídos artigos cujo estudos tivessem por base um rastreio populacional. Foram excluídos artigos que falassem de exames não considerados de rastreio, como por exemplo, colposcopia, que não especificassem qual o tipo de rastreio na base do estudo e estudos em que os dados relativos à participação/ausência tivessem sido relatados pelos próprios participantes. A avaliação da qualidade dos estudos foi realizada através da NewcastleOttawa Quality Assessment Scale. Resultados: A não participação é associada a mulheres mais velhas, desempregadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, e com menor nível de rendimento e estatuto socioeconómico mais baixo. Fatores como o isolamento social e altos níveis de stress, o facto de terem realizado o exame fora do programa de rastreio, através de seguros de saúde privados, falhas organizacionais, a elevada distância ao local de rastreio e ausência de meio de transporte são também associados. Além disso, o medo de um mau resultado e da dor associada ao exame, e a falta de conhecimento acerca do cancro, dos seus fatores de risco e do programa de rastreio e das suas vantagens, são as razões mais vezes mencionadas. Conclusões: A decisão final das mulheres na participação, ou não, no programa de rastreio, é um fenómeno complexo, formado a partir da combinação de vários fatores, incluindo motivos individuais, e motivos inerentes ao sistema e organização dos programas. É necessária uma intervenção focada nas mulheres com menor participação e uma maior aposta na formação dos profissionais de saúde que realizam e promovem os testes de rastreio.
