Browsing by Author "Gomes, Sandra Christina Brito"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- A Influência da Educação para o Empreendedorismo nos Empresários PortuguesesPublication . Gomes, Sandra Christina Brito; Paço, Arminda Maria Finisterra doA literatura indica que a formação em empreendedorismo facilita a aquisição de competências, revelando-se um instrumento essencial, que permitirá aos indivíduos enfrentarem os desafios colocados pela sociedade atual, tornando-os mais competitivos, criativos e geradores de riqueza. As Instituições do Ensino Superior (IES) têm uma responsabilidade acrescida nesta tarefa de fomentar o empreendedorismo, por isso cabe-lhes introduzir conteúdos e disciplinas relacionadas no currículo dos diferentes cursos superiores. A presente investigação pretende apresentar um estudo sobre a influência da educação para o empreendedorismo nos alunos do ensino superior português, estando organizada em dois blocos: a perspetiva dos professores que ensinam empreendedorismo e a perspetiva dos empresários que tiveram contacto com a(s) disciplina(s) de empreendedorismo, aquando da sua formação. Tendo em vista o cumprimento do objetivo central desta investigação, que consiste em analisar se os empresários portugueses que criaram negócios entre 2010-2017, foram influenciados pela existência da educação para o empreendedorismo na sua formação, e pelas aprendizagens e conhecimentos obtidos durante o percurso académico, foram, numa primeira fase, recolhidos dados referentes aos professores (n=51) que lecionam ou lecionaram disciplinas de empreendedorismo ou conexas e, numa segunda fase, foram recolhidos dados junto de empresários portugueses (n=206). De ressalvar que se trata da realização de dois estudos independentes com o intuito de, por um lado, perceber como é lecionada a disciplina de empreendedorismo (perspetiva dos professores) e, por outro lado, perceber se o ensino para o empreendedorismo, recebido ao longo da sua aprendizagem, influenciou os empresários na sua decisão de criar um negócio. Em ambos os estudos, a recolha de dados foi realizada através de um inquérito por questionário e análise documental. A análise da evidência foi feita com base em técnicas estatísticas (análise fatorial, teste t-student, teste qui-quadrado, teste Fisher e tabulações cruzadas). O primeiro estudo mostrou que os professores inquiridos valorizam menos as competências ligadas à literacia financeira, valorizando mais outras habilidades, como a criatividade, a perseverança e as relações externas. Constatou-se que o plano de negócios, as aulas expositivas e o contacto com as incubadoras são as estratégias pedagógicas mais utilizadas pelos professores para fomentar competências empreendedoras. Apesar de 98% dos professores considerar que as estratégias a que recorrem influenciam positivamente os alunos na criação de negócios, não conseguem mensurar com exatidão o número de alunos que efetivamente criou o seu próprio negócio. O segundo estudo mostrou que não existem diferenças significativas na forma como as competências adquiridas, através da formação em empreendedorismo, são valorizadas quer para os empresários que criaram empresas, quer para os outros indivíduos, que apesar de frequentarem unidades curriculares no âmbito do empreendedorismo não criaram o seu próprio negócio. Verificou-se, também, que não existem diferenças significativas, na forma como homens e mulheres valorizam as competências empreendedores, tendo-se verificado o mesmo relativamente aos empresários de diferentes áreas de formação. Por outro lado, constatou-se que os empresários graduados no ensino politécnico desenvolvem mais competências empreendedoras do que os graduados no ensino universitário, particularmente, as que dizem respeito às competências ligadas à autonomia na resolução de problemas e na tomada de decisões. Por último, aferiu-se que os empresários com familiares detentores de negócios apresentam um maior interesse para o empreendedorismo, do que os empresários que não têm qualquer familiar com negócios.
