Browsing by Author "Laia, Ana Isabel Ribeiro"
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- Asma Brônquica e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica: Avaliação da eficácia do ensino na técnica de inalação em farmácia comunitáriaPublication . Laia, Ana Isabel Ribeiro; Lourenço, Olga Maria Marques; Gama, Jorge Manuel Reis; Natário, Teresa Isabel Maia de Matos Bento TarrafaA presente dissertação encontra-se dividida em duas partes. A primeira parte resulta do meu trabalho de investigação desenvolvido no âmbito da avaliação da eficácia do ensino da técnica de inalação pelo farmacêutico comunitário. A segunda parte refere-se ao meu relatório de estágio curricular em farmácia comunitária. Parte I: A Asma (AB) e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) são doenças crónicas com elevada prevalência no mundo. O sucesso do seu tratamento passa pelo uso de uma técnica de inalação correta na administração da terapêutica farmacológica adequada. O farmacêutico comunitário encontra-se numa posição privilegiada por possibilitar ao doente um acesso fácil, rápido e frequente a um profissional de saúde. Desempenha desta forma um papel fundamental no ensino e verificação da técnica de inalação bem como no acompanhamento do controlo da doença. O objetivo deste estudo é verificar a eficácia do ensino da técnica de inalação pelo farmacêutico comunitário e determinar a influência do tipo de inalador, da patologia e do sexo do doente no ensino da técnica de inalação. Este estudo longitudinal prospetivo acompanhou 32 doentes que adquiriram pelo menos um dispositivo de inalação na Farmácia Salavessa no ano de 2019. Para a recolha de informação sociodemográfica, clínica e de perceção da técnica de inalação foram utilizados questionários estandardizados. A técnica de inalação foi avaliada em dois momentos solicitando a demonstração e recorrendo a listas de verificação baseadas nas instruções de utilização dos folhetos informativos dos medicamentos. Foi classificada em correta, aceitável e incorreta de acordo com tipo de erros cometidos: erros major, que interferem de forma significativa com a deposição do fármaco no pulmão, e erros minor, que não interferem significativamente com a deposição do fármaco no pulmão. A técnica de inalação correta foi explicada e demostrada aos doentes e foram entregues folhetos com a descrição e ilustração da mesma. A análise estatística dos dados foi realizada por meio dos testes ANOVA, Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e McNemar-Bowker, usando o IBM Statistical Package for the Social Sciences, versão 27.0, e R Statistics, versão 4.0.2, com nível de significância de 5% para o valor de prova e intervalos de confiança nos gráficos de 95%. Foram incluídos no estudo 21 doentes com AB e 11 com DPOC, na sua maioria mulheres. Os doentes consideravam a técnica de inalação fácil e a maioria indicou que a executavam corretamente (96,9%). Na primeira visita 71,9% dos doentes tinha uma técnica de inalação aceitável e 21,9% incorreta. Após o ensino da técnica de inalação houve uma melhoria significativa na técnica de inalação em 53,1% dos casos, observando-se 40,6% dos doentes com técnica correta e 56,3% com técnica aceitável. Com os inaladores de pó seco multidose (DPIm) eram cometidos em média 0,22 erros major e 2,5 erros minor que após o ensino diminuíram para 0,06 e 0,89, respetivamente. Nos inaladores pressurizados de dose calibrada (pMDI) verificaram-se inicialmente em média 0,80 erros major e 2,00 erros minor e 0,00 e 0,60, respetivamente, depois do ensino. Com os inaladores de pó seco unidose (DPIu) foram realizados 0,11 erros major e 1,89 erros minor que posteriormente ao ensino foram em média 0,00 e 0,67, respetivamente. Os doentes com AB antes do ensino realizavam em média 0,33 erros major e 1,95 erros minor e após 0,05 e 0,57, respetivamente. Os doentes com DPOC cometiam inicialmente 0,18 erros major e 2,82 erros minor e depois do ensino 0,00 e 1,18, respetivamente. Os doentes do sexo feminino cometiam em média menos erros major (0,27) e minor (1,86) antes do ensino da técnica de inalação. Após o ensino, os doentes do sexo masculino não registaram qualquer erro major, mas cometeram mais erros minor (1,20). Os doentes com AB e DPOC sobrevalorizavam a sua técnica de inalação e a maioria executavam-na de forma não correta. Verificou-se que o ensino da técnica de inalação melhora a performance dos doentes. Os erros minor foram os mais frequentes e os que diminuíram significativamente após o ensino. Determinou-se que o tipo de inalador, a patologia e o sexo não estavam relacionados com a aprendizagem da técnica de inalação. Evidenciase que o ensino da técnica de inalação pelo farmacêutico comunitário é importante e deverá ser aplicada na prática diária a todos os doentes. Parte II: O relatório de estágio descreve as atividades que tive oportunidade de desenvolver e acompanhar ao longo do estágio realizado em farmácia comunitária. O estágio decorreu de setembro de 2019 a janeiro de 2020 na Farmácia Lusitana em Coimbra e foi supervisionado pela Dr.ª Teresa Natário. O relatório refere também a organização física da farmácia, a sua equipa e a rotina de trabalho, bem como um conjunto de legislação e normas pelas quais se regula a prática farmacêutica e as tarefas associadas. O estágio permitiu-me aplicar conhecimentos adquiridos ao longo da formação académica nas várias áreas, nomeadamente na dispensa e manipulação de medicamentos, assim como na logística e gestão da farmácia. Foi-me ainda possível verificar a importância da intervenção farmacêutica através dos serviços farmacêuticos e da promoção da saúde na dispensa de medicamentos e produtos de saúde, bem como na divulgação e dinamização de programas e campanhas de promoção da saúde.
