Browsing by Author "Madeira, Nathalie Marie de Almeida"
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- Doença de Dupuytren em doentes diabéticos: um estudo de prevalênciaPublication . Madeira, Nathalie Marie de Almeida; Gama, Artur José Machado Neves da; Lopes, Cláudia Manuela Silva SantosINTRODUÇÃO: A etiopatogenia da Doença de Dupuytren permanece pouco entendida, tendo sido associada a vários fatores, nomeadamente diabetes mellitus. A prevalência desta patologia é inconsistente entre os países estudados, variando entre 0,2% e 56%, e mais especificamente entre 16% e 42% para doentes diabéticos, justificando a necessidade de estudos nacionais. Até à data, ainda nenhum estudo publicado revela a prevalência desta patologia em Portugal. O objetivo principal deste estudo consistiu em determinar a prevalência de Doença de Dupuytren numa população portuguesa de diabéticos. Secundariamente pretendeu-se relacionar a Doença e a sua gravidade com a diabetes mellitus. MÉTODOS: Através de um estudo epidemiológico observacional transversal, foram entrevistados 190 diabéticos, de modo oportunista, durante consultas de seguimento previamente agendadas pela Medicina Interna. Para cada participante foram obtidos dados relativos à história clínica e realizou-se a observação clínica das mãos dos doentes pelo autor do projeto. Nos casos diagnosticados foi medido o Défice de Extensão Passiva Total com recurso a um goniómetro e foi pedido o preenchimento do questionário Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand, validado para português. Os restantes dados foram recolhidos após consulta do processo clínico. Consideraram-se os resultados significativos para p inferior a 0,05. RESULTADOS: A amostra foi composta por 190 diabéticos, 43,2% do sexo masculino e 56,8% do sexo feminino. A média das idades foi de 65,56 anos (DP=13,397). A prevalência de Doença de Dupuytren foi de 34,2% (IC-95%: 27,5%-40,9%). A prevalência foi de 39,0% nos homens e de 30,6% nas mulheres, mas estas diferenças não foram estatisticamente significativas. As diferenças na prevalência entre as classes etárias foram estatisticamente significativas, tendo sido apenas diagnosticados casos a partir dos 50 anos. A Doença foi frequentemente bilateral. Os raios mais afetados foram o 4º e o 3º. A prevalência foi significativamente superior nos doentes com história familiar para a Doença, nos doentes com pelo menos 10 anos de duração da diabetes, nos diabéticos tipo 2, nos doentes com neuropatia, nos hipertensos e nos doentes com doença vascular periférica. Relativamente à gravidade da Doença, verificou-se que os doentes com história familiar de diabetes apresentaram maior disfunção do membro superior e que os doentes tratados com insulina apresentaram um Défice de Extensão Passiva Total menos severo. CONCLUSÃO: A prevalência de Doença de Dupuytren nesta amostra foi concordante com os resultados do norte da Europa. Seria interessante explorar o possível efeito protetor da insulina na gravidade sugerido neste estudo.