Browsing by Author "Martins, Ana Rita Pereira Serrano"
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- Função Visual e impacto da terapia visual no rendimento escolar de crianças disléxicas entre os 8 e 16 anosPublication . Martins, Ana Rita Pereira Serrano; Jorge, Arminda Maria Miguel; Nunes, Amélia Maria Monteiro FernandesIntrodução: As alterações no sistema visual podem interferir no desempenho escolar da criança, originando sintomas que podem traduzir-se na rejeição da execução da tarefa escolar, e consequentemente em desempenho escolar inferior. As alterações visuais não detetadas podem ter impacto não só no desempenho académico como também a nível educacional, social e económico. Deste modo, torna-se essencial a realização de programas para avaliação e intervenção visual em idade escolar. Considerando que crianças com dificuldades de aprendizagem na leitura (DAL), poderão beneficiar da intervenção atempada com terapia visual, e dada a carência de bases científicas nesta temática, este estudo pretende estimar a frequência e a distribuição das alterações visuais em crianças com DAL, avaliar o impacto das alterações visuais, bem como a influência da terapia visual na qualidade de vida e no desempenho escolar. Metodologia: A amostra foi constituída por 17 crianças com DAL (idade média 9 ± 1 anos), acompanhadas em terapia da fala/intervenção pedagógica no serviço de pediatria do Hospital Pêro da Covilhã. O grupo de controlo foi constituído 103 crianças sem dificuldades de aprendizagem (idade média 10 ± 1 anos). A avaliação da função visual integrou a aplicação do Inventário de Eficiência Visual (IEV) e medição optométrica de diversos parâmetros da função visual. Para avaliação do desempenho na leitura foi aplicado o teste de Idade de Leitura (TIL), e para avaliação do rendimento escolar foram consideradas as classificações finais de português e matemática. Todas as crianças com DAL que apresentaram alterações na função visual, foram aconselhadas a realizar um plano de terapia visual. Resultados: As crianças com DAL apresentaram maior percentagem de alterações na função visual comparativamente ao grupo de controlo, sendo a maioria das alterações na função vergencial, acomodação e motricidade ocular. Crianças com DAL reportam mais sintomas que as crianças do grupo controlo. Após um plano de terapia visual: (1) foi registada uma melhoria significativa na maioria dos parâmetros avaliados; (2) foi verificada uma diminuição significativa da sintomatologia; (3) ocorreu uma melhoria no desempenho do TIL; (4) não se observou repercussão visível ao nível das classificações finais de português e matemática. Conclusão: Este estudo apresenta resultados positivos após terapia visual no que respeita à diminuição de sintomas visuais em crianças com DAL, com repercussão na sua qualidade de vida, pela melhoria objetiva e subjetiva de certos parâmetros da função visual, que mesmo não influenciando de forma evidente o rendimento escolar, contribuíram para melhorar o conforto durante a realização das atividades letivas. Permite ainda destacar a importância da avaliação da função visual neste grupo de crianças, assim como os benefícios da terapia visual e a importância de uma abordagem multidisciplinar.
