Browsing by Author "Martins, Hugo Emanuel Afonso"
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- A linha como elemento (re)estruturante da paisagem: Reabilitação do antigo troço ferroviário Urrós-Duas Igrejas, num percurso unificador do territórioPublication . Martins, Hugo Emanuel Afonso; Campos, Inês Daniel de; Garcia, Andreia Sofia OliveiraAs linhas ferroviárias em Portugal, foram, no século XIX, a grande evolução no decurso da revolução industrial. Foi notória a adesão das massas á utilização do comboio como meio transporte. Por sua vez o crescimento e a extensão dos caminhos de ferro, levaram ao progresso, nomeadamente das terras por onde passavam as linhas de comboio, facilitando a comunicação entre os eixos do interior e do litoral. A linha do Sabor, localizada no extremo nordeste de Portugal, fazia a ligação ferroviária entre o Pocinho e Duas Igrejas. Com uma extensão de 105 quilómetros, esta via estreita, foi inaugurada em 1938, tendo encerrado os serviços ferroviários em 1988. O crescente abandono da utilização deste meio de transporte, e a falta de investimento e competitividade que este oferecia, fez com que a linha do Sabor fosse encerrada, levando ao abandono das estações e apeadeiros e, por fim, conduzindo, ao nível de degradação que podemos constatar nos dias de hoje. É neste pressuposto que, surge a pertinência deste trabalho que visa propor a reabilitação de uma parte final deste troço, mais precisamente, o que faz a ligação entre Urrós (Mogadouro) e Duas Igrejas (Miranda do Douro), com uma extensão de 17 quilómetros. O troço selecionado, está inserido no Planalto Mirandês, onde se pode notar uma forte carência de meios revitalizadores do património existente e dinamizadores de cultura que permitam uma maior capacitação à possibilidade de atração (efémera ou perene) importante à evolução e desenvolvimento da região. Neste sentido, surge a ideia de intervencionar o percurso da linha ferroviária, inicialmente numa estratégia à escala urbana, propondo uma narrativa de integração sob diferentes pontos deste eixo e no âmbito de uma matriz que se procurou de conhecimento local e regional para o qual contribuiu a pesquisa que consolidou as necessidades destas terras do nordeste transmontano. Deste modo, as estações que outrora serviam de local de espera e armazenamento de material, dão agora lugar a novos espaços de apoio infraestrutural, como hotéis rurais, pontos de turismo e associações animais de raça autóctone. Intercalando as estações é proposta a inserção de novos elementos de valorização ambiental e patrimonial tais como, um abrigo, uma vinha, um miradouro, um observatório e um regadio de apoio as culturas agrícolas. Nestes elementos qua pautam esta trajetória, concentra-se, numa segunda fase do trabalho, e numa escala mais reduzida que a iniciatória, o objetivo que confere o tema fulcral desta dissertação, uma adega inserida na linha anteriormente introduzida, que pretende abordar questões da arquitetura vinícola contemporânea, de modo a oferecer a quem a visita, a experiência total da produção de vinho integrada num percurso que fomenta a descoberta e a interação com a paisagem. O turismo vinícola constitui um vetor de crescimento do território apresentado, neste sentido, o trajeto desta linha ferroviária, adquire um significado cultural e patrimonial, que permite o desenvolvimento turístico e económico da região, transformando este caminho ferroviário, num percurso onde as estações e apeadeiros se tornam uma atração, de requalificação rural, promovendo transformações no espaço funcional e organizacional dos territórios rurais, criando novos percursos com áreas de lazer e bem estar.