Browsing by Author "Parente, Ana Rita Nunes"
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- Estudo da protecção de lesões dopaminérgicas exercidas por meios condicionados por células estaminais e por astrócitosPublication . Parente, Ana Rita Nunes; Baltazar, Graça Maria FernandesA doença de Parkinson (DP) é causada por uma progressiva e selectiva perda de neurónios dopaminérgicos mesencefálicos da via nigroestriatal. Para além da perda de neurónios dopaminérgicos, inclusões proteicas intraneurais citoplasmáticas denominadas por “Corpos de Lewy”, contendo α-sinucleína e ubiquitina, são também características desta patologia. Os mecanismos moleculares e celulares responsáveis pelo desenvolvimento da DP não se encontram totalmente compreendidos. Estudos anteriores sugeriram, que os astrócitos exercem um efeito neuroprotector na DP, nomeadamente na protecção dos neurónios dopaminérgicos da toxicidade exercida pela 6OHDA. Os astrócitos secretam vários factores neurotróficos que estão envolvidos na sobrevivência neuronal quer durante o desenvolvimento quer após lesões cerebrais. Por outro lado, tem havido tentativas de aplicar a terapia com células estaminais em várias doenças neurodegenerativas, como por exemplo a DP. Pensa-se que um dos possíveis mecanismos envolvidos na acção destas células envolve a libertação de citocinas, factores de crescimento e moléculas neuroreguladoras. Com base nestes dados neste trabalho propusemos comparar o efeito neuroprotector exercido por meios condicionados por astrócitos e por células estaminais do cordão umbilical humano, em lesões dopaminérgicas promovidas por exposição à toxina 6OHDA ou pela remoção de soro do meio de cultura. Com o objectivo de avaliar a capacidade neuroprotectora do meio condicionado por astrócitos, incubaram-se as células da linha celular N27 com meios de cultura expostos aos astrócitos durante diferentes períodos de tempo, 24, 48 e 72 horas, sendo de seguida adicionado ao mesmo meio a toxina 6OHDA durante mais 24h. Este ensaio permitiu constatar que o meio condicionado por astrócitos durante 24 a 72 horas não exerceu qualquer tipo de protecção relativamente à lesão causada por 6OHDA, na linha celular N27. Porém, em culturas primárias de neurónios do mesencéfalo ventral os meios condicionados pelos astrócitos durante 24 a 96 horas foram eficazes em proteger as células da lesão promovida pela 6OHDA. Os meios condicionados por astrócitos foram ainda capazes de proteger os neurónios dopaminérgicos de um outro tipo de lesão, a remoção do soro do meio de cultura das células N27. Numa de tentativa de identificar os mediadores responsáveis pela protecção exercida pelos meios condicionados procedemos ao fraccionamento do meio condicionado (sem soro) tendo os resultados obtidos mostrado que os componentes do MCA com acção neuroprotectora contra os efeitos provocados pela ausência de soro, têm um peso molecular inferior a 10 KDa. Por último, analisámos a capacidade protectora de meios condicionado por células perivasculares do cordão umbilical em proteger as células N27 da lesão induzida por remoção do soro do meio de cultura. Os resultados deste estudo permitiram concluir que o meio condicionado por astrócitos possui maior capacidade neuroprotectora que o meio condicionado por células perivasculares do cordão umbilical. Alguns dos factores presentes no meio condicionados de astrócitos poderão, no futuro, ser identificados e ser utilizados como moléculas protectoras na terapia de doenças neurodegenerativas, como a DP.
