Browsing by Author "Pereira, Sandra Maria Pinto da Silva"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Fratura diafisária da tíbia com osteomielite crónicaPublication . Pereira, Sandra Maria Pinto da Silva; Fonseca, Fernando Manuel Pereira da; Baptista, João Luís dos SantosA fratura diafisária da tíbia é descrita como a mais comum dos ossos longos. Os adultos jovens do sexo masculino são os mais acometidos e o traumatismo de alta energia, como os acidentes de viação, os de motociclos e os atropelamentos estão entre as causas mais frequentes de fratura da diáfise da tíbia. Por ser subcutânea na face antero medial, a fratura exposta é a complicação mais frequente. A osteomielite surge como complicação de fratura exposta. Outros fatores de risco envolvidos na génese da osteomielite estão a diabetes mellitus, a insuficiência vascular, a doença arterial isquémica assim como doenças infeciosas. A osteomielite muito frequente em Angola ocorre na maioria dos casos, por embolização do foco infecioso à distância, evoluindo para osteomielite hematogênia aguda. (24) Ou por complicação de fraturas expostas. A persistência do processo infecioso é causa de cronicidade. (38) Hoje é consenso da literatura, que para o tratamento das fraturas expostas da diáfise da tíbia de graus I e II de Gustillo e Anderson, o encavilhamento intramedular precoce é o indicado. Pelo que, realizou-se uma pesquisa cujo objetivo foi o de descrever os fatores de risco da osteomielite crônica em pacientes com diagnóstico de fratura diafisária da tíbia que acorreram á consulta externa de ortopedia no HMP/IS em Luanda, Identificar a população bacteriana mais frequente na osteomielite crônica e verificar os resultados clínicos e funcionais obtidos com o tratamento (1). Foi realizado um estudo observacional, descritivo, e prospetivo com uma amostra constituída por 50 doentes com diagnóstico de fratura diafisária da tíbia fechada ou exposta e que desenvolveu osteomielite crónica. Dos resultados, os doentes foram todos do género masculino e de etnia negra, com média de idade de 35,1 anos, 40% eram de categoria militar, 58% concluíram o ensino médio, 68% não fumavam, no entanto 62% consumiam álcool, 80% tinham luz elétrica, mas 36% não dispunham de água corrente. O mecanismo de trauma foi em 76%, o acidente de viação e 60% da fratura acometeu o 1/3 médio da tíbia. 80% das fraturas expostas classificaram-se no tipo III e III-A. O agente bacteriano mais frequente foi o Staphylococus Aureus em 38,9% dos casos. 46% da população com fratura exposta da diáfise da tíbia desenvolveu como complicação osteomielite crónica. 64% apresentaram valores de hemoglobina no intervalo dos 11-16 g/dl. 38% da população estudada apresentou valores de neutrófilos <50%. Os valores da glicémia em 90% apresentaram-se entre 3,8 a 6,0 mmol/L. A fratura exposta constituiu o fator de risco mais frequente em 70% dos casos, seguindo a HTA com 4% dos casos, a diabetes mellitus, o VIH e a drepanocitose foram os menos frequentes com 2% dos casos. 70% dos doentes com diagnóstico de fratura exposta foram submetidos a desbridamento cirúrgico, osteotaxia e antibioterapia e 15% dos casos com fratura fechada foram submetidos ao encavilhamento endomedular a céu fechado.
