Browsing by Author "Pinho, Diana Filipa Duarte de"
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- Olfato e cognição nas doenças neurodegenerativas: Hiposmia, um biomarcador das doenças neurodegenerativas?Publication . Pinho, Diana Filipa Duarte de; Pérez, Francisco José ÁlvarezA importância do olfato nos Humanos tem vindo a ser subestimada, talvez por não ser percecionada como condição fatal. No entanto, esta alteração está associada a inestimável perda de qualidade de vida. A associação entre envelhecimento e perda olfativa tem-se demonstrado inevitável. Além disso, esta perda é também uma característica central de doenças neurodegenerativas, como as Doenças de Parkinson e Alzheimer. Esta revisão bibliográfica tem como objetivo averiguar o estado da arte acerca da consideração da disfunção olfativa como um biomarcador precoce de doença neurodegenerativa, de progressão e de declínio cognitivo, com enfoque nas doenças de Parkinson e Alzheimer. Foi realizada uma pesquisa em bases de dados eletrónicas mediante as palavraschave “olfactory dysfunction”, “hyposmia”, “neurodegenerative disease”, “cognition” e “dementia”, selecionando artigos de acordo com o Fator de Impacto e o Número de Citações. Recorreu-se ainda a livros de referência na área. A hiposmia é acompanhada por várias alterações estruturais periféricas e centrais, e tende a manifestar-se anos antes dos sintomas motores e/ou cognitivos. No caso da doença de Parkinson, dessas alterações destacam-se a acumulação de asinucleína no bulbo olfativo e de proteína-tau no núcleo olfativo anterior, associadas a atrofia do bulbo, amígdala e córtex piriforme. Já na doença de Alzheimer destaca-se a presença proeminente de emaranhados neurofibrilares e de amiloide-ß e, à semelhança da doença de Parkinson, atrofia de estruturas centrais. Em ambas as doenças verificam-se ainda alterações dos níveis de neurotransmissores, nomeadamente um aumento dos neurónios dopaminérgicos periglomerulares, ainda que a disfunção olfativa, na doença de Parkinson, não responda favoravelmente ao tratamento dopaminérgico, pelo que outros neurotransmissores desempenharão um papel. Desta forma, a disfunção olfativa poder-se-á estabelecer como um biomarcador precoce de doença neurodegenerativa, e a aposta na sua deteção pode permitir o diagnóstico precoce, e a possibilidade de adoção de uma estratégia preventiva, ou mesmo possibilitar o desenvolvimento de terapêuticas modificadoras de doença, além de permitir a possibilidade de deteção/acompanhamento de doentes em risco destas doenças e de identificar aqueles com maior probabilidade de evolução para um estadio de demência ou mesmo a morte. No caso da doença de Parkinson, a hiposmia apresenta-se ainda como possibilidade de poder estabelecer diagnóstico diferencial com Parkinsonismo Atípico, enfatizando o seu valor. Assim, conclui-se que o estudo olfativo é indispensável nos casos de doença neurodegenerativa e acentua-se a necessidade de inclusão destes métodos de avaliação na prática clínica, com um contributo inegável no que diz respeito à qualidade de vida dos doentes, não esquecendo o impacto económico que daí poderá advir.