Browsing by Author "Reis, Helena Isabel Carvalho dos"
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- A Influência da Anestesia Epidural no Desfecho do PartoPublication . Reis, Helena Isabel Carvalho dos; Meyer, Fernanda Taliberti PeretoIntrodução: O trabalho de parto está entre os tipos mais intensos de dor que uma mulher experimenta, pelo que o seu alívio é de extrema importância. Estão disponíveis variadas técnicas analgésicas para aliviar a dor do trabalho de parto, mas a anestesia epidural é considerada o goldstandard devido à sua elevada eficácia e segurança, sendo recomendada pela Organização Mundial de Saúde. No entanto, continua a haver controvérsia e não há provas claras sobre os potenciais efeitos adversos da anestesia epidural no desfecho de parto. Objetivos: O propósito foi analisar como a anestesia epidural influencia a forma como o parto ocorre, analisando também variáveis adicionais que possam influenciar os resultados, e, desta forma, dar orientação às grávidas sobre os potenciais riscos, permitindo que tenham uma decisão informada relativamente ao alívio da dor do parto. Metodologia: Foi realizada uma vasta pesquisa bibliográfica com recurso à plataforma PubMed, até setembro de 2023, sendo incluídos artigos em português e inglês, no período de 2010 a 2023. Resultados e Discussão: A maioria dos estudos demonstraram que a incidência de parto vaginal instrumentado é maior no grupo com anestesia epidural do que no grupo sem, existindo, portanto, uma relação causal entre estas. De entre as causas desta associação positiva encontram-se a diminuição do tónus uterino, o bloqueio motor e mudanças no comportamento do médico. Relativamente à cesariana, vários estudos verificaram que a anestesia epidural não tem impacto no risco de cesariana, não havendo, deste modo, uma relação causal entre as mesmas. É importante referir que o Ten Group Classification System, inicialmente desenvolvido como uma ferramenta para avaliar resultados perinatais focando nas taxas de cesariana, é também útil para avaliar a taxa de parto vaginal instrumentado e a duração do trabalho de parto. Quanto à duração do trabalho de parto, a maioria dos estudos demonstra uma maior duração da segunda fase com a administração de anestesia epidural e, por conseguinte, há a diminuição da sensação de pressão pélvica, o que compromete a capacidade de a mulher fazer força ativamente. No que diz respeito ao momento de administração da anestesia epidural, não há evidências consistentes de que a AE administrada precocemente aumente as taxas de parto vaginal instrumentado, de cesariana ou mesmo a duração do trabalho de parto. Relativamente ao uso de ocitocina, apenas foi evidente que a sua utilização em casos de prolongamento da segunda fase do trabalho de parto aumentou a probabilidade de parto eutócico. Por fim, em relação às nulíparas, existem estudos que defendem uma maior taxa de parto vaginal instrumentado neste grupo, mas não uma maior taxa de cesariana. Para além disto, a maioria dos estudos sugerem um efeito mais pronunciado do prolongamento do trabalho de parto em nulíparas. Neste grupo, o momento de administração da anestesia epidural não evidenciou diferenças. Contudo, existem muitos estudos controversos, tendo sido verificado que várias características das grávidas influenciam estes resultados. Conclusão: A anestesia epidural aumenta a taxa de PVI, mas não a taxa de cesariana. O Ten Group Classification System pode ser uma ferramenta importante para analisar associações entre a anestesia epidural e o desfecho do parto. A anestesia epidural aumenta a duração da segunda fase do trabalho de parto, mas não a duração da primeira fase. Não se observa uma correlação entre o momento da administração da anestesia epidural e o desfecho do parto. A ocitocina pode influenciar o desfecho do parto em mulheres com anestesia epidural. As nulíparas têm particularidades importantes na relação entre a anestesia epidural e o desfecho do parto. Por fim, defende-se que a AE deva ser administrada a pedido da parturiente.
