Browsing by Author "Ribeiro, Elisabete Maria Silva Ferreira"
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- Novos avanços no desenvolvimento de terapias não dietéticas para a doença celíacaPublication . Ribeiro, Elisabete Maria Silva Ferreira; Pereira, Eduardo João AbrantesA doença celíaca classifica-se como uma doença auto-imune, caracterizada por uma enteropatia que ocorre após contato com o glúten, em indivíduos geneticamente suscetíveis. A presença dos haplótipos HLA-DQ 2/8 está associada a uma maior predisposição para esta doença. Nestes indivíduos, o contato com o glúten desencadeia um processo inflamatório vigoroso ao nível da mucosa intestinal, resultando na atrofia das vilosidades intestinais, e consequentemente numa diminuição da capacidade de absorção de nutrientes. Esta doença surge em qualquer idade, género ou etnia, podendo apresentar-se sob diversas formas. Os sintomas mais comuns incluem o défice nutritivo, diarreia, dor abdominal, atraso no desenvolvimento e fadiga, destacando-se a forte associação que existe entre esta doença e outros distúrbios auto-imunes. Para além disso, os doentes com doença celíaca apresentam um maior risco de desenvolver linfoma não-Hodgkin e outros tipos de cancro do trato gastrointestinal. A prevalência da doença celíaca tem aumentado desde a última metade do século XX, sendo actualmente cerca de 1% na maioria das populações ocidentais. No entanto, em Portugal, esta é, ainda, uma doença sub-diagnosticada. O diagnóstico da doença envolve a realização de testes serológicos para avaliação de anticorpos específicos, e, desta forma, os doentes são ou não sujeitos à realização de biopsia intestinal, que apresentará achados característicos. Até à data, nenhum tratamento farmacológico está disponível para pacientes com intolerância ao glúten. Desta forma, a única abordagem eficaz é uma dieta específica, sem glúten, ao longo da vida. Esta dieta isenta de glúten resulta, por vezes, numa elevada carga emocional e social para o doente, estando, de facto, associada a um maior risco de desenvolvimento de perturbações do humor. Neste sentido, é urgente o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para esta doença. As novas estratégias terapêuticas baseiam-se na fisiopatologia da doença, incluindo desde modificações quimio-enzimáticas do glúten, até mecanismos de supressão da resposta imunitária. O presente trabalho pretende rever e analisar criticamente a doença, desde a sua epidemiologia, fisiopatologia e formas de apresentação, até métodos de diagnóstico e os avanços mais recentes no que respeita ao desenvolvimento de potenciais alternativas à dieta isenta de glúten.
