Browsing by Author "Rosa, Carolina Boialvo"
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- Efeito anti tumoral dos canabinóides em glioblastoma: modulação pela adenosinaPublication . Rosa, Carolina Boialvo; Cascalheira, José Francisco da Silva; Lopes, Helena Tomás MarcelinoOs gliomas, tumores do sistema nervoso central (SNC), incluem a maioria dos tumores cerebrais malignos, e constituem uma importante causa de morte por cancro em todo o mundo. Deste grupo de tumores faz parte o glioblastoma (GBM), astrocitoma de grau IV e a forma mais maligna de gliomas, com elevada heterogeneidade celular, grande capacidade infiltrativa, baixa metastização, reincidência local, resistência às terapêuticas e baixa taxa de sobrevivência. Os tratamentos disponíveis não têm apresentado resultados satisfatórios, por isso é necessário recorrer a metodologias inovadoras e direcionadas para as singularidades das células de GBM. O uso de derivados de Cannabis sativa L. tem suscitado um interesse particular devido aos seus efeitos anti-proliferativos, pró-apoptóticos e anti-tumorais, particularmente em células de GBM. Nessas células, os canabinóides atuam através dos recetores do tipo 1 e 2 (CB1 e CB2, respetivamente), acoplados a proteína G. Os genes dos recetores dos canabinóides são regulados pela metilação das suas regiões promotoras. A adenosina (Ado), a qual se acumula nas regiões de hipoxia encontradas no GBM, pode regular a metilação de diversos genes. O presente trabalho teve como objetivo, investigar a possibilidade de concentrações elevadas de Ado puderem modular o efeito anti-tumoral dos canabinóides e a expressão de recetores destes em GBM. Para tal, o efeito de um agonista sintético não seletivo dos recetores CB1 e CB2, o Win 55 212-2 (Win), na viabilidade/proliferação celular e na citotoxicidade em linhas celulares GBM foi avaliado usando os ensaios de MTT e de libertação da desidrogenase do lactato (LDH), respetivamente. A expressão do recetor CB1, mais comum no sistema nervoso, foi avaliada por PCR em tempo real (RT-PCR). Começou-se por testar qual a concentração de Win com melhor efeito anti-proliferativo em três linhas de GBM (U373, U87 e SNB19) e em células de astrócitos humanos normais (HA). As células foram incubadas por 72 h na presença de Win. Inicialmente, foi estudada uma gama de concentrações de Win entre 0,1 µM e 30 µM; a concentração de 5 µM foi selecionada para estudos posteriores, pois produziu 60%-90% de inibição da proliferação/viabilidade celular em todas as células estudadas. Noutras experiências as células foram incubadas durante 72h com Win (5 µM), na presença ou na ausência de Ado (30 µM) e na presença ou na ausência de um cocktail de antagonistas dos recetores da adenosina (C.A.). Em algumas experiências, a concentração endógena de Ado foi aumentada usando um inibidor da cinase da Ado, o ABT-702 (30 µM) (ABT). Na presença de C.A., a Ado foi capaz de reduzir a inibição da proliferação/viabilidade celular induzida pelo Win, em células U373, enquanto que o ABT na presença de C.A. reduziu a inibição da proliferação/viabilidade celular induzida por Win nas linhas U373, U87, SNB19 e em HA. O facto da atenuação do efeito anti-proliferativo do Win pela Ado exógena, nas células U373, e pelo aumento da Ado endógena pelo ABT, em todos os tipos de células estudadas, não ser prevenida pelo bloqueio dos recetores da Ado pelo CA, indica que esta atenuação não é mediada por ativação dos recetores da Ado. No caso dos ensaios de citotoxicidade, o Win (5 µM) produziu um aumento da libertação de LDH em todas as células estudadas, quer na ausência quer na presença do C.A. O ABT (30 µM) na presença de C.A. reduziu a inibição da libertação de LDH induzida por Win apenas na linha U87 e em HA. A expressão do gene do recetor CB1 dos canabinóides foi avaliada nas três linhas celulares de GBM e em HA, tratadas com Ado ou ABT, e observou-se que na linha U87 houve uma redução na expressão do recetor CB1 na presença de ABT. Em conclusão, Win causou uma diminuição acentuada na proliferação/viabilidade celular e um aumento na morte celular avaliada pela liberação de LDH em todas as três linhas celulares de GBM e em HA. O efeito anti-proliferativo e citotóxico de Win foi significativamente atenuado pelo aumento da concentração de Ado através de um mecanismo independente de recetor em todas as três linhas celulares GBM estudadas.
- O Radão e a Radioatividade: presente no quotidiano e ausente no currículo escolarPublication . Rosa, Carolina Boialvo; Soares, Sandra da Costa HenriquesO Homem é exposto continuamente a uma grande variedade de radiações e, desde que os Raios X foram descobertos, que esta área da Física foi tida como útil em tratamentos médicos, embora a disseminação do medo pelos meios de comunicação, devido aos acidentes ocorridos, tenha despoletado uma ideia muito negativa sobre a radiação, a radioatividade e tudo o que lhes é inerente. A radioatividade conotada, quase sempre, negativamente é na sua maioria proveniente das rochas, solos e águas que constituem o planeta Terra. As regiões graníticas, apresentam uma forte presença de materiais radioativos naturais, como o urânio, que tem como elemento da sua cadeia de decaimento o rádio, e por consequência a formação do gás radão. O radão é um gás nobre, incolor, inodoro e insípido e é o maior contribuinte para a exposição natural à radiação ionizante. Embora o radão seja uma presença constante na natureza, os documentos oficiais do ensino só o mencionam na disciplina de Física de 12ºano, o que resulta na grande maioria das gerações portuguesas a não ser dotada de conhecimentos sobre as causas e efeitos deste gás. Desta forma, este trabalho, propôs-se explorar os conhecimentos que os alunos e docentes, do concelho da Covilhã, detêm não apenas sobre o radão, mas também sobre a radioatividade e radiação ionizante, através da aplicação de inquéritos em meio escolar. Verificou-se que na sua grande maioria os inquiridos não detêm conhecimentos sólidos sobre nenhum dos conceitos. É também evidente a presença continua do medo, no que à radioatividade diz respeito, sendo por isso essencial instruir as novas gerações com dados científicos sobre a área e adaptar as Aprendizagens Essenciais para que estes temas sejam ministrados no ensino básico, uma vez que uma grande parte dos alunos perde o contacto com a área da Física ao concluir o 9ºano, e não tem a oportunidade de aprender sobre a radioatividade e o radão.