Browsing by Author "Santos, Ana Leonor Serra Morais dos"
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- A natureza da acção: investigação sobre as bases neurobiológicas do agir e a articulação positivo-subjectivista nas teorias da acçãoPublication . Santos, Ana Leonor Serra Morais dos; Nascimento, André BarataTentar compreender o ser humano é uma tarefa comum à filosofia e à ciência, cujas perspectivas, quase sempre paralelas, configuram uma história euclidiana do pensamento, no âmbito da qual está impedida uma verdadeira intersecção. Filosoficamente, a afirmação de uma “antropologia centáurea” promoveu esta dicotomia, a partir da qual a compreensão da vida humana é necessariamente irredutível à explicação biológica, sendo tal irredutibilidade frequentemente assumida como autonomia. Recentemente, porém, um fenómeno de epistemological turn representou um reposicionamento epistémico importante: as ciências ditas naturais elegeram como objecto de investigação questões ontológicas, antropológicas e éticas, e o naturalismo ressurgiu no seio da filosofia, em diversos quadrantes. As sinergias ocorridas neste contexto revelaram-se particularmente pertinentes no domínio da acção, com destaque para o diálogo entre filosofia e neurociências na atenção votada ao comportamento humano enquanto produto característico do cérebro. Assim, explorando a actual prática neurocientífica na sua inclusão de fenómenos tradicionalmente remetidos para o nível pessoal, e no ensejo de percorrer o caminho filosófico inverso de inclusão do sub-pessoal na compreensão da acção humana, propomo-nos responder à pergunta sobre quais são as bases neurobiológicas da acção humana e de que modo se operacionalizam no agir, analisando, em particular, teorias neurocientíficas no âmbito da faculdade de querer, das emoções e dos sentimentos, e da identidade pessoal. O pressuposto, subjacente ao estudo, de que a acção humana é cientificamente objectivável é sustentado através da assunção do naturalismo cooperativo e do confronto com o argumentário anti-naturalista, sem que se proclame, contudo, a redução da filosofia da acção a uma ciência do comportamento. Procuramos manter que a heterogeneidade epistémico-discursiva não implica um abismo inultrapassável e que a alternativa não recai necessariamente em um reducionismo eliminador de uma das perspectivas. Nesse sentido, propomos ter cabimento uma neurofilosofia da acção, simultaneamente atenta à vivência subjectiva da experiência e aos dados neurocientíficos, concebendo-se, por essa via, uma perspectiva mais completa da acção humana.