Browsing by Author "Saraiva, Liliana Marisa de Almeida"
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- Influência da diabetes tipo 2 no desenvolvimento de doença isquémica cardíacaPublication . Saraiva, Liliana Marisa de Almeida; Correia, João José Santiago AlvesA diabetes mellitus é um dos distúrbios metabólicos mais comuns no mundo e as suas complicações a longo prazo, manifestam-se na forma de doença micro e macrovascular, nomeadamente doença isquémica cardíaca. A associação desta com a diabetes está demonstrada e estima-se que dos doentes com síndrome coronário agudo, 24-30% sejam diabéticos. O presente estudo pretendeu caracterizar os doentes diabéticos, com doença isquémica cardíaca, de forma a determinar a existência, ou não, de um padrão entre estes que permita antecipar e prevenir a ocorrência da doença cardíaca. Selecionaram-se, aleatoriamente, doentes inscritos na consulta de medicina do Hospital Sousa Martins, da Unidade Local de Saúde da Guarda, que cumpriam os critérios de inclusão: mais de 40 anos e diagnóstico de diabetes tipo 2. Depois de selecionados os doentes foram divididos em dois grupos: grupo A – sem história de síndrome coronário agudo e rastreio cardíaco negativo – e grupo B – com história de síndrome coronário agudo ou rastreio cardíaco positivo. Foram avaliadas as seguintes características: idade, sexo, índice de massa corporal, glicémia, hemoglobina glicada A1c, comorbilidades, e terapêutica antidiabética. No grupo B avaliou-se ainda a terapêutica de reperfusão coronária realizada e a extensão da doença coronária. A análise estatística foi realizada em SPSS versão 22. Entre os 175 pacientes selecionados, 89 eram do sexo masculino e 86 do sexo feminino. Entre os primeiros 62,9% apresentaram doença isquémica cardíaca, comparativamente aos 34,9% no grupo das mulheres, sendo o risco relativo 1,8 vezes superior nos homens. Os doentes com doença cardíaca tinham uma idade média de 65 anos e a utilização de monoterapia com antidiabéticos orais associou-se a um risco relativo de 2,1. A presença de dislipidémia ou insuficiência cardíaca relacionou-se, de forma estatisticamente significativa, com a presença de doença isquémica cardíaca. A média de vasos afetados foi de 2,19 e os tratamentos mais e menos realizados, foram a angioplastia com colocação de stent (53,4%) e a aterectomia (8,2%), respetivamente. A maioria dos diagnósticos foi feita em contexto de síndrome coronário agudo, 58,10%. Pode concluir-se que as características que mais se associam com o desenvolvimento de doença isquémica cardíaca, entre doentes diabéticos tipo 2 são: ser do sexo masculino, ser adulto jovem, ter dislipidémia ou insuficiência cardíaca, e realizar antidiabéticos orais em monoterapia. É claro que estas conclusões são válidas apenas para a amostra considerada e não podem ser extrapoladas a outras populações. Além disso devemos olhá-las face às limitações do próprio estudo.
