Browsing by Author "Silva, Ivany Carneiro"
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- Efeito da Música na Saúde Mental Numa População Adulta do Sexo FemininoPublication . Silva, Ivany Carneiro; Oliveira, José António Martinez Souto de; Carvalho, Paula Susana Loureiro Saraiva deIntrodução: este estudo nasceu da confluência da experiência pessoal e profissional no campo da saúde mental, do interesse em terapêuticas não medicamentosas, bem como da preocupação com a saúde mental e reabilitação dos sujeitos com enfermidades desse campo. A música tem a capacidade de evocar emoções, propiciando aos sujeitos expressão, relação e integração. Saúde mental, emoção, música e musicoterapia são objetos de investigação ao longo das últimas décadas, estudos evidenciam o efeito da música na saúde mental do indivíduo e nas emoções. A Saúde Mental pode ser definida como um conjunto de sintomas individuais subjetivos de bemestar emocional, funcional, psicológico e social; define-se emoção como uma reação afetiva intensa e breve, de rápida mudança interna e/ou externa, que reúne em simultâneo: sensação subjetiva, alterações cognitivas, excitação fisiológica, expressão, ação e regulação. A música tem uma característica de abstração, sem definição precisa, é considerada um atributo universal das sociedades humanas. Universalmente desde tempos remotos a música vem sendo usada como instrumento de cura, vem crescendo como prática médica e obtendo reconhecimento na área. O estímulo musical e´ utilizado cotidianamente para regular humor e emoções, a música é considerada a linguagem da emoção, tem a capacidade de desencadear sentimentos, reações psicofisiológicas, proporcionar analgesia, relaxamento e concentração, além de ser utilizada como ferramenta na reabilitação. Objetivos: numa linha de pesquisa sobre efeitos da música na saúde, nomeadamente na saúde mental, neste estudo investigamos numa população feminina com idade acima de 18 anos, a motivação emocional para a utilização da música, sua repercussão, emoções desencadeadas e objetivos alcançados. Materiais e Métodos: trata-se de um estudo prospetivo, anônimo, com uma amostra de conveniência composta por 689 sujeitos, tendo como critérios de inclusão ser do sexo feminino com idade superior a 18 anos. Amostra recrutada através do Google docs, email, webpages de instituições das áreas da educação e da saúde e Facebook. O estudo foi realizado através de questionário online (Google docs) e conduzido no período de outubro de 2018 a junho de 2019, a análise estatística dos dados foi realizada com recurso ao programa IBM SPSS Statistics versão 25.0. Foram utilizadas técnicas de estatística descritivas, testes do qui-quadrado ou exato de Fisher. Todos os testes de hipóteses foram considerados significativos quando o respetivo valor de prova (p-value ou P) não excedeu o nível de significância de 5%. Resultados: na população em estudo 681 sujeitos (98,8%) já utilizaram música para induzir, mudar ou enfatizar o estado emocional e 514 (74,6%) utilizam com uma frequência diária/semanal. Em 501 sujeitos (72,7%) as emoções mais referidas foram as duplas calma/contentamento e felicidade/euforia, sendo que 661 (95,9%) obtiveram o efeito esperado quando utilizaram música para induzir, enfatizar, modificar e/ou expressar emoções. Discussão e conclusões: identificamos que 9 em cada 10 participantes utilizam a música para desencadear ou modificar humor e emoção, obtendo o resultado esperado. A música é, pois, já uma poderosa ferramenta de intervenção, podendo recorrer-se a ela para ações terapêuticas e de reabilitação. O seu campo de ação é amplo e na área médica os dados científicos ainda são escassos, pelo que é necessário expandir as investigações. Este estudo faz parte de um projeto de investigação mais amplo com intuito de desenvolver metodologias e orientações sobre a função terapêutica da música, nomeadamente sua ação no Sistema Nervoso Autônomo / SNA. Elegemos para a presente investigação uma população do sexo feminino pois avaliaremos na fase final a intervenção musical através dos parâmetros psicofisiológicos numa população de grávidas, fetos e recém-nascidos.