Browsing by Author "Silva, Maria Margarida Santos"
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- Caracterização de leveduras colonizadoras da vulva e avaliação de fatores de risco para a infeçãoPublication . Silva, Maria Margarida Santos; Mateus, Joana Rita Gonçalves Araújo RoloOs casos de infeções fúngicas, com particularidade em infeções causadas por espécies do género Candida spp., nas últimas décadas, têm aumentado a sua incidência no mundo. A Candidose Vulvovaginal é uma infeção vaginal, causada por leveduras do género Candida, prevalente em mulheres em idade fértil, que afeta milhões de mulheres no mundo. Caracteriza-se pela ocorrência de sintomas na vagina e na vulva, como prurido, inchaço, irritação da vulva e uma secreção espessa e irregular. Classicamente, os sintomas na vulva estão associados à disseminação do fluido vaginal infetado. No entanto, estudos mais recentes descrevem a ocorrência de sintomas vulvares associados à recuperação da levedura deste nicho sem envolvimento vaginal. Assim, de modo a compreender melhor o papel da vulva nessa dinâmica, neste estudo, objetivamos identificar e caracterizar isolados de leveduras vulvares, através da suscetibilidade aos antifúngicos, da formação de biofilmes e produção de fosfolipases e hemolisinas, assim como avaliar a adesão, in-vitro, às células HeLa de isolados clínicos. Os resultados indicaram a presença de uma diversidade de espécies de leveduras Candida não - albicans; entre os 46 isolados vulvares, foram identificadas 11 espécies diferentes. A espécie mais frequentemente recuperada entre as amostras vulvares foi Candida parapsilosis (25%), seguida por Nakaseomyces glabratus (15%) e Meyerozyma guilliermondii (15%). No geral, verificou-se que 45% dos isolados vulvares eram resistentes ao fluconazol. A espécie Clavispora lusitanae foi a que produziu uma maior quantidade de biomassa de biofilme. Já a Pichia kudriavzevii foi a única espécie que produziu fosfolipase e detetou-se a produção de hemolisinas em isolados pertencentes a Nakaseomyces glabratus, Candida parapsilosis, Candida intermedia, Meyerozyma guilliermondii, Candidozyma haemulid e Clavispora lusitanae. Finalmente, verificou-se que Pichia kudriavzevii e Clavispora lusitanae aderiram às células HeLa. A grande diversidade de espécies encontrada, aliada à elevada taxa de resistência ao fluconazol e ao perfil virulento, leva a concluir que se considera necessária uma vigilância epidemiológica, para auxiliar o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes.
