Browsing by Author "Tavares, Mariana Pinto"
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- Avaliação do impacto da dieta no bem-estar físico e mental de estudantes da Universidade da Beira InteriorPublication . Tavares, Mariana Pinto; Silva, Branca Maria Cardoso Monteiro da; Ferreira, Dário Jorge Conceição; Loureiro, Manuel Joaquim da SilvaO presente trabalho para obtenção do Grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas encontra-se dividido em dois capítulos: o Capítulo I, que corresponde à vertente de investigação, e o Capítulo II, onde é abordada a experiência profissionalizante na vertente de Farmácia Comunitária. Em relação ao primeiro capítulo, o conhecimento científico atual permite-nos concluir que a alimentação assume um papel preponderante no bem-estar físico e mental, devendo preferir-se uma alimentação saudável, racional, variada e equilibrada. Existem evidências de que a uma dieta do tipo mediterrânico (dieta caraterizada por um predomínio de produtos de origem vegetal – frutas, hortícolas, cereais, leguminosas – e pelo consumo de azeite como principal fonte de gordura), rica em água, antioxidantes, vitaminas e fibras, exerce um efeito preventivo de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, certos tipos de cancro, diabetes e outros distúrbios metabólicos. Para além disso, outros estudos vieram demonstrar o seu impacto no decréscimo do risco de desenvolvimento de perturbações mentais, incluindo declínio cognitivo, depressão e ansiedade. De destacar ainda que o ingresso no ensino universitário muitas vezes encontra-se associado a alterações nos padrões alimentares e a uma prática de exercício físico inadequada. Por consequência, estes hábitos pouco saudáveis podem promover o desenvolvimento de problemas de saúde a longo prazo e indiretamente comprometer o bem-estar físico e mental e até o desempenho académico. Desta forma, o desenvolvimento desta investigação teve como objetivo determinar de que forma os padrões alimentares influenciam o bem-estar físico e mental dos estudantes da Universidade da Beira Interior (UBI). Para isso foi realizado um estudo que contou com a participação de 174 estudantes inscritos na UBI, no ano letivo 2022/2023. A recolha dos dados foi realizada com recurso a um questionário online, que contemplava questões relativas aos dados pessoais do participante, indicadores de bem-estar e ainda questões relativas aos hábitos alimentares. O tratamento dos dados foi realizado no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 28. Para a população de 8154 estudantes da UBI (de acordo com o Plano de Atividades e Orçamento de 2023 da UBI) e utilizando um nível de confiança de 95%, a margem de erro foi de 7,20%. A amostra recolhida é constituída por inquiridos com idades compreendidas entre os 18 e os 52 anos, integrando um maior número de participantes do sexo feminino (72,99%), da Faculdade de Ciências da Saúde (52,30%), do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (33,33%) e da zona centro de Portugal (61,49%). Relativamente ao estilo de vida, a grande maioria dos estudantes não possui doenças que necessitem de acompanhamento regular (92,53%), não apresenta hábitos tabágicos (89,66%), pratica exercício físico (62,07%), apresenta um peso/índice de massa corporal normal (74,71%) e considera que a qualidade do seu sono se tem vindo a alterar devido ao contexto académico (81,61%). Neste estudo constatou-se que grande parte dos inquiridos afirmou possuir um nível 4 de felicidade (49,43%), numa escala de 1 a 5. No entanto, a maioria referiu ter vivenciado “algumas vezes” sentimentos de depressão e tristeza no mês anterior ao preenchimento do questionário (50,57%). No que diz respeito ao nível de energia e de stress durante o dia, a maior proporção corresponde aos estudantes que afirmaram experienciar um nível intermédio de energia (50,57%) e de stress (39,08%). Em relação à alimentação, verificou-se que grande parte dos inquiridos realiza três a quatro refeições por dia (68,97%), sendo a maioria dos alimentos confecionados em casa (91,95%). A maior parte dos estudantes afirmou consumir: 1 a 2 porções de fruta por dia (68,97%); produtos hortícolas 1 a 2 vezes por dia (78,74%); cereais e seus derivados e tubérculos 1 a 2 vezes por dia (56,90%); leguminosas secas 1 a 2 vezes por semana (50,57%); laticínios todos os dias (27,59%) ou 3 a 4 vezes por semana (24,71%); carne 5 a 6 vezes por semana (36,78%) ou 3 a 4 vezes por semana (35,06%); pescado 1 a 2 vezes por semana (43,10%) ou 3 a 4 vezes por semana (36,21%); ovos 1 a 2 vezes por semana (53,45%); e azeite como principal óleo/gordura alimentar (85,06%). No que diz respeito ao consumo de água, uma grande proporção da amostra consome menos de um litro de água por dia (45,40%). Relativamente ao consumo de bebidas alcoólicas, a maior proporção corresponde aos estudantes que afirmaram consumir preferencialmente cerveja (40,23%), mas mais de um terço declarou não beber álcool (36,78%). De destacar ainda que, apesar de a maioria dos estudantes ter afirmado nunca ter sentido nenhum tipo de insegurança alimentar (72,99%), 27,01% dos inquiridos assumiu ter vivenciado alguma situação que se enquadra nesse conceito, o que é francamente preocupante. Fatores como falta de tempo e motivos económicos foram apontados pelos inquiridos como as duas principais causas de escolhas alimentares menos saudáveis e o preço dos alimentos foi considerado o segundo maior determinante das suas escolhas alimentares (logo depois do sabor). A análise estatística dos resultados permitiu concluir que existe uma correlação negativa moderada a forte entre o nível de felicidade e a ingestão de água, bem como uma correlação positiva moderada a forte entre o nível de energia e o consumo de pescado, para o sexo masculino. Adicionalmente, para o sexo feminino, existe uma correlação positiva fraca a moderada entre os níveis de felicidade e de energia e a qualidade da oferta alimentar da UBI. De destacar ainda que as variáveis com correlações significativas com o nível de felicidade foram a frequência do consumo de produtos hortícolas, carne e pescado, a qualidade da oferta alimentar da UBI e a insegurança alimentar. De realçar ainda que mais de metade dos inquiridos (59,77%) apresentou um indicador global de bem-estar igual ou inferior a 5, numa escala de 0 a 10. Por fim, o Capítulo II diz respeito à caraterização da minha experiência profissionalizante vivenciada no decorrer do meu estágio curricular em Farmácia Comunitária. As atividades desenvolvidas decorreram na Farmácia Matos, em Vale de Cambra, entre o dia 6 de fevereiro e o dia 30 de junho de 2023. O estágio permitiu o desenvolvimento de competências imprescindíveis à prática profissional e a compreensão do papel do farmacêutico enquanto especialista do medicamento e promotor do seu uso racional.