Browsing by Author "Tona, Maria Suca Francisco"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Pseudónimos na Música e na Literatura AngolanasPublication . Tona, Maria Suca Francisco; Magalhães, Gabriel Augusto CoelhoA temática em estudo tem como objetivo analisar as razões que levam os artistas a adotar Pseudónimos na Música e na Literatura Angolanas. No entanto, quando um fazedor de arte pretende iniciar uma carreira artística é inevitável questionar-se sobre o nome artístico a adotar. Recriar uma nova identidade e adotá-la para a carreira é uma prática à disposição do artista. O artista vê-se livre em recorrer ao nome próprio, ao antigo apelido, à alcunha, ao cognome, ao anagrama e adotá-lo como seu. Os nomes que carregamos, sejam adotados ou atribuídos ao nascer, não devem ser considerados como simples identificadores. Os nomes descrevem-nos como pessoas, definem nossa nacionalidade e naturalidade, a tribo ou clã que pertencemos, o contexto da sua atribuição ou até mesmo influenciam diretamente a personalidade do autor. Os nomes que recebemos ao nascer nem sempre nos agradam como nossas identidades. Logicamente, muitos fazedores de arte ou simples iniciantes do mundo artístico têm tido dificuldades de encontrar ou selecionar entre o seu nome próprio uma assinatura ideal que lhes agrade. E, a partir deste dilema, passa a ser inevitável o desejo de buscar nomes fictícios, criados ou recriados a seu belo prazer e adotá-los para se apresentar ao público e atribuir autoria das suas obras. De facto, a liberdade dada ao autor de decidir sobre a sua carreira artística, sobre o seu género musical a cantar ou literário a escrever, sobre as temáticas a abordar também corresponde exatamente ao mesmo grau de liberdade atribuído para decidir sobre o nome que pretende usar para assinar suas obras e número de pseudónimos a adotar ou de heterónimos a criar para atribuir autoria das suas obras literárias ou musicais. No entanto, as razões por trás dos nomes fictícios adotados pelos artistas variam de autor para autor e de contexto para contexto. Naturalmente, não existe nenhum padrão pré-estabelecido ou modelos universais lineares destinados à criação de nomes artísticos. Os artistas têm procurado usar a criatividade, a experiência do mundo para criar e recriar um nome pelo qual seriam conhecidos como fazedores de arte. O objetivo dos pseudónimos de ocultar a verdadeira identidade do artista não se revela nitidamente como anonimato total. Dado ao facto de o leitor ou fã do outro lado saber dizer, muitas vezes, que por trás do Ondjaki oculta-se Ndalu de Almeira, por trás de Luandino Vieira existe o José Vieira Mateus da Graça e por trás do Big Nelo esconde-se o Manuel de Carvalho Nguenohame. Os pseudónimos são adotados por várias razões sejam estas de cunho pessoal ou socialmente impostas pelo contexto. E estes podem ser adotados pelos artistas de forma parcial ou total. Os artistas angolanos popularmente conhecidos como “arrasta multidões” e “clássicos da literatura”, como Luandino Vieira, Pepetela, Uanhenga Xitu, Jofre Rocha, Bonga, Nagrelha, Kyaku Kyadaff, Matias Damásio, entre outros, têm os seus pseudónimos como as principais marcas que constituem o principal motor para venda das obras. Uma vez deixadas para trás, logicamente, suas obras jamais seriam vendidas com a mesma proporcionalidade.