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- Prescrição terapêutica da Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva na melhoria da função motora após um Acidente Vascular CerebralPublication . Costa, Adriana Luísa Pereira da; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Pinto, Nuno Filipe CardosoIntrodução: A Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva aplicada após um Acidente Vascular Cerebral associa-se a uma estratégia de neuro-modelação isolada ou como co-adjuvante de outros tratamentos, baseando-se tanto na teoria da ativação hemisférica ipsilateral, como na teoria de inibição inter-hemisférica, para melhorar a capacidade motora perdida. Objetivos: Este trabalho pretende determinar o regime ótimo de aplicação de Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva clássica (EMTR) ou Theta Burst stimulation (TBS), para que haja melhoria da função motora após um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Metodologia: Neste sentido, foram pesquisados ensaios clínicos randomizados e controlados na PubMed/ MEDLINE e EMBASE, com os termos de pesquisa “transcranial magnetic stimulation”; “repetitive transcranial magnetic stimulation”; “theta burst stimulation”; “cerebrovascular disease”; “brain ischemia”; “intracranial hemorrhages”; “stroke”; “brain infarction”; “placebo”; “sham”; “randomized controlled trial”; “controlled clinical trial”. Todos os títulos e resumos dos artigos foram avaliados de forma independente por vários revisores e a extração de dados dos artigos elegíveis foi igualmente realizada de forma independente com recurso a um formulário de extração de dados. Os artigos que compõem esta revisão sistemática cumprem todos os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos aquando do início da mesma. O risco de viés das publicações foi avaliado com a “Cochrane collaboration’s tool for assessing risk of bias”. O principal resultado avaliado nesta revisão foi o impacto na recuperação da força motora, nos membros superiores e/ou inferiores. No final da análise dos estudos e da avaliação do resultado considerado procedeu-se à síntese narrativa dos resultados encontrados. Resultados: Após avaliação inicial de 461 estudos, analisaram-se 22 ensaios que cumpriam os critérios de inclusão e exclusão definidos para a revisão, totalizando 541 participantes submetidos a EMTR/TBS. Estimulação excitatória ipsilesional foi aplicada a 166 doentes, sendo que, globalmente, houve uma melhoria da função motora dos doentes com a aplicação de EMTR de alta frequência, enquanto que apenas 65,8% dos 38 participantes submetidos a TBS intermitente tiveram resultados positivos. Por outro lado, dos 375 participantes submetidos a um regime inibitório aplicado no hemisfério contralesional, 87% dos 363 submetidos a EMTR de baixa frequência apresentaram resultados positivos, contrariamente aos 12 doentes submetidos a TBS contínua, nos quais não se verificou uma melhoria da função motora. Discussão: A maioria dos doentes foi submetido a um dos seguintes tipos de estimulação: EMT clássica de alta frequência ou EMT clássica de baixa frequência. Apesar de todos os que foram sujeitos a estimulação de alta frequência apresentarem melhoria da função motora, é de notar que a respetiva amostra é três vezes inferior à que corresponde aos doentes submetidos a estimulação de baixa frequência, sendo que apenas 13% destes últimos não apresentou melhorias no sistema motor. Tal permite-nos questionar a efetividade de ambos os regimes, uma vez que as amostras de cada um deles não são idênticas. De realçar ainda a necessidade de uniformização dos critérios de severidade motora dos doentes incluídos e das escalas usadas para aferir a evolução da função motora. A heterogeneidade destes parâmetros poderá justificar os resultados apresentados nesta revisão. Conclusão: Os resultados sugerem que o regime mínimo mais adequado de EMT para doentes com AVC e sequelas motoras será a estimulação excitatória clássica de alta frequência no hemisfério ipsilateral, num número mínimo de 750 pulsos/sessão e uma carga total de estimulação de pelo menos 3750 pulsos, com um mínimo de 5 sessões.