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- Fatores de risco para a doença hipertensiva na gravidezPublication . Silva, Joana Araújo da; Moutinho, José Alberto Fonseca; Nunes, Sara Monteiro Morgado DiasIntrodução: as doenças hipertensivas da gravidez, como a pré-eclâmpsia, constituem uma das principais causas de morbilidade e mortalidade materno-fetais, porém, não existem métodos suficientemente eficazes de predição e prevenção destes distúrbios pelo que a investigação contínua nesta área assume particular destaque. Objetivos: identificar a prevalência de doenças hipertensivas durante a gravidez nas mulheres assistidas no CHUCB, os principais fatores de risco para o seu desenvolvimento e qual o papel dos índices inflamatórios como marcadores prognósticos. O objetivo final resume-se à adoção de medidas preventivas na abordagem das grávidas. Métodos: investigação observacional retrospetiva, tendo por base os processos clínicos das grávidas e suas respetivas análises clínicas, cujo parto decorreu no CHUCB, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Foram consideradas 939 grávidas neste estudo. A análise estatística comparativa entre os grupos foi realizada através do IBM SPSS 25.0®. Resultados: a incidência de doenças hipertensivas da gravidez no CHUCB no período em estudo foi de aproximadamente 5,3%. As grávidas com qualquer patologia hipertensiva da gravidez (DHG) apresentaram associação estatística com a idade = 35anos (p<0,011); IMC prévio à gestação = 25Kg/m² (p<0,020); presença de antecedentes familiares de HTA (p<0,005); antecedentes pessoais de HTA (p<0,002) ou de antecedentes de doença hipertensiva da gravidez (p<0,001). O grupo de grávidas com pré-eclâmpsia ou eclâmpsia (PEE) apresentou associação estatística com a idade = 35anos (p<0,034); presença de antecedentes pessoais de HTA (p<0,001); antecedentes de doença hipertensiva da gravidez (p<0,001) e hipertensão gestacional (p<0,001). Na análise do risco relativo os fatores de risco mais preponderantes foram a presença de antecedentes de doença hipertensiva na gravidez (OR:8,838) para a DHG e a presença de hipertensão gestacional (OR:13,470) para o grupo PEE. Não foi possível identificar fatores de risco conhecidos tais como a diabetes mellitus, a diabetes gestacional ou as doenças autoimunes. Não foram encontradas neste estudo associações entre os rácios inflamatórios (NLR, PLR, SII) e o desenvolvimento de doenças hipertensivas da gravidez. Conclusão: a natureza multifatorial das doenças hipertensivas da gravidez valida a necessidade de intervenções preventivas e de uma abordagem holística através de alteração de estilos de vida e cuidados de saúde multidisciplinares.
- Fatores de risco da Diabetes Mellitus na gravidezPublication . Guimarães, Sara Juliana Silva; Moutinho, José Alberto Fonseca; Nunes, Sara Monteiro Morgado DiasIntrodução: a diabetes gestacional é a complicação mais frequente da gravidez e a sua prevalência tem vindo a aumentar na última década. Uma vez que se encontra associada a diversos outcomes materno-fetais negativos, é necessário valorizar as condições de risco para esta patologia. Para além disso, e sendo a gravidez um estado de stress inflamatório controlado, alguns parâmetros inflamatórios têm sido correlacionados com o desenvolvimento de diversas patologias obstétricas e devem ser também valorizados como possíveis marcadores preditivos. Objetivos: determinar, não só, a prevalência de diabetes gestacional nas grávidas do Centro Universitário Cova da Beira, como investigar possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes gestacional e analisar o papel dos índices inflamatórios como marcadores preditivos. Métodos: estudo observacional transversal retrospetivo, concretizado com recurso aos processos clínicos de grávidas, cujo parto ocorreu no CHUCB, Covilhã, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. A análise estatística foi realizada através dos programas informáticos Microsoft Excel 365® e IBM SPSS 25.0®. Resultados: no presente estudo, verificou-se uma prevalência de diabetes gestacional, no CHUCB, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019, de 9,9%. A média de idade das grávidas foi 31,96 ± 5,46 anos de idade e constatou-se associação estatística entre a idade e o desenvolvimento de diabetes gestacional (p < 0,001). Para além disso, as grávidas com diabetes gestacional apresentaram associação estatisticamente significativa com a ausência de formação universitária (p = 0,027); antecedentes obstétricos de um ou mais abortos (p = 0,003); antecedentes de diabetes gestacional numa gestação prévia (p < 0,001); história pessoal de patologia autoimune (p = 0,002) e um índice de massa corporal = 25 kg/m2 (p < 0,001). A análise dos Odds Ratio determinou que os fatores de risco mais relevantes foram os antecedentes de diabetes gestacional (OR: 7,576) e o IMC prévio = 25 kg/m2 (OR: 4,009). A regressão logística apresentou valores semelhantes. Não foram encontradas associações estatísticas entre os parâmetros inflamatórios e o desenvolvimento de DG. Conclusão: O acesso aos cuidados especializados durante a gravidez, assim como o planeamento da mesma, são essenciais para a manutenção da saúde materno-fetal. As grávidas com antecedente de Diabetes Gestacional e com excesso de peso ou obesidade devem ser objeto de uma intervenção pré-natal mais atenta no sentido da deteção precoce da Diabetes Gestacional e da prevenção das morbilidades que lhe estão associadas.
- Homossexualidade e Bissexualidade Femininas na Prática GinecológicaPublication . Oliveira, Jéssica Angelina Gonçalves de; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: Nos últimos anos, a saúde das mulheres lésbicas e bissexuais tem sido objeto de estudo, principalmente na área de Ginecologia. Estas mulheres acedem com menor frequência aos serviços de saúde e enfrentam barreiras como discriminação e um ambiente de heteronormatividade. Por um lado, os ginecologistas raramente questionam a orientação sexual das utentes, e por outro lado, os profissionais de saúde e estudantes de medicina revelam-se pouco preparados nos cuidados em saúde específicos desta população. Objetivos: O objetivo principal deste trabalho foi avaliar a evidência científica disponível sobre a abordagem que os profissionais de saúde devem tomar nos cuidados de saúde das mulheres lésbicas e bissexuais. Além disso, propusemo-nos a explorar a literatura atual referente às barreiras sentidas por estas mulheres nos cuidados de saúde, assim como as suas necessidades específicas em saúde. Metodologia: Foi feita uma pesquisa bibliográfica e revisão da literatura recorrendo principalmente às plataformas Pubmed e Cochrane. Resultados: A literatura atual é consensual na metodologia de recolha da identificação da orientação sexual e identidade de género quer pelos profissionais de saúde, quer junto dos serviços administrativos nos registos clínicos dos utentes. A utilização de linguagem inclusiva pelos profissionais de saúde revela-se essencial. Estas mudanças exigem treinos dos profissionais de saúde, assim como inserção desta matéria na educação dos estudantes de medicina. Outra medida fundamental passa por a criação de um ambiente inclusivo e acolhedor nos serviços de saúde a esta minoria sexual de mulheres, como por exemplo, cartazes com políticas antidiscriminação nas salas de espera. Conclusão: A revisão da evidência científica atual indica que as recomendações abordadas beneficiariam as mulheres lésbicas e bissexuais, contudo não existem ainda estudos que correlacionem o uso destas recomendações e os outcomes clínicos destas mulheres. Esta é uma área de investigação futura. Em Portugal existem raras investigações sobre esta matéria. É imperativo que se criem guidelines nacionais para os cuidados específicos desta população de mulheres, sobretudo na área de Ginecologia.
- Monografia para o melhor diagnóstico e a melhor clínica das doenças mitocondriaisPublication . Ferreira, Paulo Jorge de Oliveira; Pérez, Francisco José ÁlvarezAs doenças mitocondriais podem ser devido a mutações tanto no DNA mitocondrial (DNAmt) como no DNA nuclear (DNAn), são doenças não tão raras como se pensa (prevalência maior que 1:5000 adultos) e, devido às suas vastas e diferentes apresentações clínicas, são de muito difícil diagnóstico e tratamento (1, 2). São doenças passadas à descendência pelo DNA materno e por isso o estudo familiar pode indicar a presença de alguma doença (1,2). Nesta monografia, para além de apresentarmos o conceito e genética das doenças mitocondriais, iremos reunir e verificar quais as apresentações comuns, os melhores métodos de diagnóstico e quais os melhores tratamentos destas doenças.
- O Efeito Protetor dos Flavonoides na AterosclerosePublication . Calvário, Gonçalo Manuel Neves dos Santos; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesOs flavonoides são compostos naturais do grupo dos polifenóis, que podem ser encontrados em diversos alimentos da nossa dieta, na sua grande maioria em frutas e vegetais. Através de diversos mecanismos de ação, estes compostos têm demonstrado a capacidade de exercer efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, anti-hipertensores, antiplaquetários e anticoagulantes, bem como um papel relevante na regulação lipídica. Desta forma, acredita-se que uma dieta rica em flavonoides possa desempenhar um papel protetor em relação à diabetes mellitus tipo 2 e outras patologias do foro inflamatório e cardiovascular. A aterosclerose é uma condição crónica, imunoinflamatória, com doença fibroproliferativa das artérias de médio e grande calibre. Esta refere-se a uma acumulação lipídica excessiva e patológica na camada mais interna dessas mesmas artérias, a íntima. À medida que a doença vai progredindo a placa de ateroma vai-se tornando cada vez maior e mais instável, tornando esta patologia a principal causa de doença cardiovascular em todo o mundo. Com a diminuição da carga lipídica e a inibição de processos, como a disfunção endotelial, o stress oxidativo e as cascatas inflamatória e da coagulação, estes compostos têm vindo a ganhar um enorme relevo como uma opção terapêutica e/ou preventiva muito promissora no futuro. Atualmente, há bastante informação que corrobora essa mesma ideia.
- Acolhimento de Homens Trans em Consultas de GinecologiaPublication . Azevedo, Daniela Pinto Novais de; Moutinho, José Alberto Fonseca; Pereira, Henrique MarquesA população trans é muitas vezes vítima de discriminação, tendo piores resultados em saúde e maior desvinculação com os serviços de saúde que as pessoas cisgénero. Relativamente a ginecologia, homens trans muitas vezes mantém os órgãos nativos, sendo que necessitam de acompanhamento ginecológico e obstétrico tal como as mulheres cisgénero. Esta subpopulação tem prevalência elevada de IST e de comportamentos sexuais de risco. Este trabalho propõe-se a investigar como deve ser o acolhimento dos homens trans nas consultas de ginecologia, descrevendo as condições do local e a logística das consultas, propondo como deve decorrer a comunicação com setor administrativo e apresentando estratégias inclusivas de comunicação na relação médico-utente. Concluiu-se que quanto à logística, deve haver a adoção de nomes neutros para os serviços oferecidos, casas de banho neutras quanto ao género, decorações desvinculadas de estereótipos de género e áreas de espera não separadas por género. A destacar ainda a relevância da criação de um diretório de entidades com competência em assuntos LGBTQ+. No que concerne ao setor administrativo, a destacar a utilização de perguntas neutras e inclusivas e de questionários com o método de dois passos para identificação da identidade de género e o sexo biológico permitindo a colheita de dados demográficos de todos os utentes, proteção apertada dos dados e criação de políticas hospitalares para salvaguardar os utentes trans. Relativamente à relação médico-utente, é importante o treino em práticas inclusivas como o uso constante dos nomes, pronomes e termos para partes do corpo que a pessoa prefira e em skills relativas à humildade cultural. Deve-se proteger a privacidade do utente trans em todos os momentos e este deve ser tratado com respeito. O exame físico e em particular a examinação ginecológica podem ser uma situação de grande stress para a pessoa trans, daí que seja importante comunicar todas as etapas previamente e que esta esteja o mais confortável possível, podendo-se recorrer a técnicas variadas para a pessoa relaxar.
- Evolução da preferência da especialidade e da perspetiva sobre a profissão médica em estudantes de Medicina da UBIPublication . Gama, Maria Dolores Correia; Neto, Isabel Maria FernandesIntrodução: Os estudantes de medicina, antes de entrarem no curso, possuem uma aspiração de carreira e uma perspetiva para futuro acerca do modo como vão exercer a sua profissão. Contudo, a passagem pelo currículo médico, poderá influenciar e alterar as suas aspirações e perspetivas inicias. Objetivos: Esta investigação pretende analisar a evolução da preferência da especialidade médica e da perspetiva sobre a profissão em estudantes de Medicina, com o objetivo de contribuir na construção de um currículo médico que vá de acordo com as necessidades de profissionais do país. Materiais e Métodos: A amostra foi constituída por 272 alunos do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade da Beira Interior. Foi aplicado o Questionário de Admissão aos alunos do primeiro ano, nos anos letivos 2014-2015, 2015-2016 e 2016-2017 e aos mesmos, após a conclusão do 3º ano, foi pedido que respondessem ao Questionário de Graduação. Realizou-se a análise descritiva dos dados (média, desvio padrão) e na análise inferencial foi aplicado o teste não paramétrico de Wilcoxon, considerando uma significância de 5%. Resultados: Verificamos que as preferências e perspetivas de carreira dos estuantes se alterou entre o 1º e o 3ºano. Observamos que, no 3º ano, a maioria dos estudantes, pretende viver numa cidade de dimensão moderada, na zona Litoral Norte, a maior parte do tempo dedicada à Prática Clínica, inserido numa pequena equipa em ambiente Hospitalar (maioritariamente Público). Relativamente ao tipo de carreira, com a evolução no currículo médico, houve alterações das opiniões dos estudantes: no primeiro ano a maioria pretendia um tipo de carreira tendo por base “Realizar técnicas ou procedimentos terapêuticos especializados que requerem habilidade motora.”, no terceiro ano, a maioria tenciona “Providenciar Cuidados Episódicos ou a longo prazo, a um conjunto específico de problemas médicos, que podem incluir instrumentação e intervenções técnicas”. Quanto à especialidade a maioria escolheu Pediatria em ambos os anos, no entanto, verificou-se uma diminuição do número de alunos interessados nesta especialidade, tendo aumentado o grau de incerteza relativamente à especialidade pretendida. Por fim, o principal fator que determina essas escolhas, é a “adequação da especialidade às minhas características pessoais”. Conclusão: O currículo médico influencia as preferências e perspetivas de carreira dos estudantes de medicina. Diversos fatores foram identificados como principais motivadores para a escolha de uma determinada carreia e, sobre esses, devem as faculdades e decisores políticos ter uma especial atenção e atuar de modo a criar medidas que permitam combater as desigualdades nacionais.