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- Controlo e monitorização de uma máquina de brasagemPublication . Rato, Nuno Virgílio Rodrigues; Pombo, José Álvaro Nunes; Simões, Tiago FerreiraAtualmente, estamos perante um declínio ambiental. A humanidade pretende atingir a sustentabilidade energética, através da substituição de energias não renováveis por energias renováveis. Por isso, vários países têm vindo a adotar medidas de desenvolvimento sustentável, como por exemplo o encorajamento à utilização de transportes públicos, veículos elétricos, energias renováveis, entre outras medidas. Nesta visão de opções mais sustentáveis, as bicicletas são uma opção viável no transporte diário. Uma vez que o uso de bicicletas não provoca a combustão de combustíveis fosseis e emissões de gases de efeito estufa para o meio ambiente. Para aprimorar o desempenho e comodidade das bicicletas, foram criadas as bicicletas elétricas (e-bikes). As e-bikes são uma excelente alternativa para viagens longas e com elevações de terreno. A indústria está em constante evolução para obter melhores infraestruturas, melhor produção e melhores produtos de venda. Nesta evolução, um dos principais focos de atenção é a qualidade do produto final. A agregação de objetos de metal é um dos processos relevantes, na formação do quadro de bicicleta, para a qualidade final do produto. Uma das possíveis soluções passa pelo uso de brasagem. Existem diferentes processos de brasagem, mas o processo utilizado nesta dissertação é a brasagem por chama. A brasagem, como todos os processos, pode ser automatizada de modo que o processo seja mais seguro, rápido e eficaz. Através desta dissertação foi possível o desenvolvimento de uma máquina de brasagem, por uso de chama, que assegura, principalmente, a segurança do utilizador, a acessibilidade no manuseio e o funcionamento normal. Esta máquina é utilizada para a produção de quadros de bicicletas, pela empresa Triangle's Cycling Equipments S.A.
- Alimentação artificial em demência avançada: uma decisão eticamente desafiantePublication . Gomes, Ana Rita Ferreira; Abejas, Abel GarciaIntrodução: Na prática clínica atual, é frequente que os médicos prescrevam alimentação artificial a indivíduos com demência avançada. Contudo, as recomendações das sociedades científicas de geriatria e nutrição contraindicam a administração da mesma nesta população. Com o envelhecimento global e contínuo da população, espera-se um aumento significativo do número de indivíduos que vivem com demência, num futuro próximo. A decisão sobre alimentação artificial em indivíduos com demência avançada é eticamente desafiante. Num contexto em que será cada vez mais frequente que a equipa clínica se confronte com este processo de tomada de decisão, revela-se pertinente compreender quais os aspetos que o influenciam. Objetivo: Analisar a literatura, de modo a perceber quais os aspetos que influenciam a decisão sobre alimentação artificial em indivíduos com demência avançada. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura. Para tal foi efetuada uma pesquisa bibliográfica abrangente, em 3 bases de dados eletrónicas: PubMed/MEDLINE, Web of Science e SciELO. Foi respeitada a metodologia PRISMA. Todos os títulos e abstracts encontrados foram avaliados, de acordo com os critérios de seleção definidos. Os artigos duplicados foram removidos. Foram selecionados para leitura na íntegra os artigos considerados adequados. Os estudos que cumpriram os critérios de seleção foram incluídos na análise qualitativa e foi utilizada a escala de Hawker et al para avaliação da qualidade dos mesmos. Para tornar o processo de extração de dados coerente e sistematizado, foi utilizado um formulário de extração de dados. A análise dos estudos incluídos resultou de uma combinação de análise temática e síntese narrativa. Resultados: Foram incluídos 17 estudos nesta revisão sistemática, cuja análise permitiu identificar os seguintes 11 temas interrelacionados: Decisão partilhada; Vontade prévia do paciente; DAV/PAC sobre alimentação artificial; Opinião do PCS/familiares/cuidadores; Opinião da equipa clínica; Benefícios, riscos e opções alternativas; Aspetos legais; Aspetos socioeconómicos; Aspetos religiosos; Aspetos culturais/ambientais; e Qualidade de vida. Conclusão: A decisão sobre alimentação artificial em demência avançada é efetivamente influenciada por uma panóplia de aspetos, que se encontram intimamente relacionados. Esta decisão é eticamente desafiante na medida em que estes aspetos entram frequentemente em conflito gerando dilemas éticos. O processo de decisão deve ser compartilhado, sustentado por um processo de deliberação ética, e sempre norteado pelos princípios basilares da ética médica.
- Relatório de Estágio em Ciências do Desporto-Treino Desportivo: Avaliação da velocidade crítica em jovens nadadoresPublication . Nunes, Afonso Silva; Marinho, Daniel Almeida; Pinto, Diogo FerreiraNo presente relatório encontramos todo o trabalho realizado na Unidade Curricular de Estágio integrada no segundo ano de Mestrado em Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior, ao longo do ano de 2020/2021, estágio este que, posteriormente, possibilita a certificação do grau II de treinador de natação. Por sua vez, o mesmo decorreu ao longo da época desportiva no Clube de Natação do Fundão (CNFU), sob a tutoria de Diogo Ferreira Pinto, tendo como principal objetivo aumentar o conhecimento tanto a nível de ensino como de treino desportivo de natação pura desportiva e, também, o desenvolvimento de capacidades pedagógicas aliadas à aquisição de experiência enquanto treinador. Dentro deste mesmo clube, encontramos nadadores com idades compreendidas entre os 10 e os 20 anos, distribuídos pelos escalões de cadetes, infantis, juniores e seniores. É sobre os últimos que recai a vertente de investigação do presente documento, embora em termos de correção de técnica tenha sido efetuado um trabalho mais elaborado nos escalões inferiores. Tendo em conta a importância de desenvolver treinos adequados ao suporte fisiológico e psicológico dos atletas, foram realizados testes antropométricos bem como inquéritos acerca das preferências de treino, visando assim o cumprimento dos objetivos definidos para a época desportiva. O controlo da assiduidade aliado à criação de relatórios de reflexão semanais dos treinos e competições, que culminaram no desenvolvimento de um modelo de avaliação técnica foram, igualmente, ferramentas determinantes para a obtenção de resultados satisfatórios. No entanto, é de destacar o trabalho, esforço e dedicação de todos os envolvidos durante a fase de pandemia. Apesar das restrições e da impossibilidade de treinar presencialmente durante um período de tempo prolongado, criou-se um novo conjunto de tarefas de modo a expandir todos os conhecimentos envolvidos no bom funcionamento e estruturação do clube. A nível pessoal, aprofundei a compreensão dos vários treinos desportivos e efeitos biomecânicos, dois fatores de peso que devem ser equilibrados o melhor possível. É neste aspeto que todas as ferramentas de investigação assumem um papel de maior relevo, permitindo a elaboração de treinos cada vez mais apropriados.
- Dignidade em fim de vida nos Cuidados Paliativos, Pandemia Covid-19 e a TelemedicinaPublication . Mesquita, Pedro Eduardo Pires; Abejas, Abel GarciaIntrodução: A pandemia causada pelo SarS-CoV2 que provocou a COVID-19, tem sobressaltado a vida de todos, desde pessoas saudáveis, a doentes crónicos, alguns deles com prognóstico vital limitado, aos seus familiares e aos profissionais de saúde. Morrer com dignidade é um direito, definido como um processo com as seguintes características: morrer com o menor sofrimento possível e sem intervenções médicas inadequadas ao nível de intervenção para os doentes nesta fase da sua vida. Objetivo: Entender de que forma a pandemia alterou a forma de morrer nos cuidados em fim de vida e o que podemos então acrescentar ao que era realizado anteriormente. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática com síntese narrativa, seguindo as linhas orientadoras do PRISMA e assim realizada a pesquisa de literatura nas bases de dados PubMed/MEDLINE, Scielo e Web of science, que respondesse à pergunta investigadora. Esta pesquisa foi realizada entre o período de dezembro de 2019 e junho de 2021, tendo sido realizada no mês de setembro de 2022. Nesta pesquisa, foram incluídos artigos com dados originais escritos em inglês, português e espanhol. Foram utilizadas como Palavras-Chave: "end of life”; "paliative care"; "covid-19";"dignity" e Telemedicine". Resultados: 22 estudos cumpriram os critérios de inclusão. Notou-se uma grande heterogeneidade na origem destes estudos, sendo que foram realizados em 12 países diferentes. Cinco temas foram encontrados a partir da análise dos artigos; Cuidados Paliativos durante a Pandemia Covid-19; Fim de vida durante a Pandemia de Covid-19; Evolução da Telemedicina durante a Pandemia Covid-19; O uso da Telemedicina nos Cuidados Paliativos e, por fim, o uso da Telemedicina e a Dignidade em Fim de vida. Os outcomes apresentaram-se relativamente positivos quanto a alguns parâmetros, no entanto algumas propostas de melhoria foram salientadas. Conclusão: A síntese dos estudos analisados revelou que a Telemedicina tem um enorme potencial para melhorar os cuidados em fim de vida, a nível da qualidade de vida, da sua autonomia e na adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico. No entanto, são necessários mais estudos interventivos de forma a criar protocolos de acompanhamento em Telemedicina para o doente em fim de vida no seu domicílio.
- Telemedicina aplicada aos cuidados paliativos: implicações éticas e benefíciosPublication . Santos, André Filipe Oliveira dos; Abejas, Abel Garcia; Martins, Henrique Manuel GilIntrodução: Telemedicina ou telessaúde são dois conceitos que definem a utilização de tecnologias de telecomunicação na prestação de cuidados médicos especializados à distância. No contexto dos cuidados paliativos são emergentes as novas oportunidades de desenvolvimento proporcionadas pela aplicação destas tecnologias, sobretudo ao nível da comunicação e suporte aos pacientes em fim de vida e suas famílias. Contudo, existem implicações éticas associadas a este contexto específico de fim de vida, que resulta dos potenciais riscos de negligência da privacidade e confidencialidade do paciente e, também de problemas relacionados com a humanização/desumanização dos cuidados. Objetivo: Identificar os benefícios e implicações éticas da telemedicina aplicada aos cuidados em fim de vida. Métodos: A presente dissertação assume-se como uma revisão sistemática com síntese narrativa. Todos os tipos de estudo foram incluídos, com exceção de literatura cinzenta. As revisões sistemáticas foram selecionadas apenas com o objetivo de identificar artigos relevantes e significativos para inclusão na revisão. A população de interesse: pacientes adultos em fim de vida sob cuidados paliativos submetidos a tecnologias de telemedicina, suas famílias, cuidadores informais e profissionais de saúde envolvidos no processo de cuidados. Resultados: Foram incluídos 22 estudos, dos 321 encontrados através da pesquisa realizada. Os estudos qualitativos representam a maioria e, em geral, verificou-se uma variação elevada no tamanho das amostras. Dos três tipos de contextos de aplicação da telemedicina (cuidados paliativos hospitalares, hospice-base e domiciliários), os cuidados domiciliares representam a aplicação mais comum das intervenções de telemedicina, sendo a teleconsulta o principal método implementado e com maior expressão no conjunto dos estudos. Os principais benefícios identificados foram a melhoria da qualidade de vida, associada a uma melhor gestão dos sintomas, incluindo dor e bem-estar psicológico. Além disso, a melhoria do acesso a cuidados paliativos especializados com uma abordagem mais centrada no paciente. Outro benefício identificado foi o papel mais ativo e o empowerment impulsionado pelas intervenções de telemedicina. Implicações éticas também foram identificadas, estando principalmente associadas à privacidade e confidencialidade dos dados do paciente. A um nível mais macro, foram apontadas implicações éticas em relação à justiça e igualdade de acesso à tecnologia, dispositivos e conhecimentos digitais, aumentando os problemas já existentes em populações vulneráveis. Outro aspeto identificado diz respeito às responsabilidades éticas, ao erro médico e às limitações da telemedicina que podem interferir no raciocínio clínico e tomada de decisões. Discussão/Conclusões: As intervenções de telemedicina foram identificadas como de grande potencial para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde. Alguns dos estudos identificam questões relacionadas com a humanização dos cuidados. No entanto, tais são abordadas de forma superficial e sem correlação direta com a satisfação e qualidade de vida do paciente/cuidador. As maiores implicações éticas são referentes à privacidade e segurança da tecnologia, reconhecidos por pacientes e profissionais de saúde.
- O impacto da multimorbilidade na qualidade de vida dos doentes dos cuidados de saúde primáriosPublication . Silva, Bruno Manuel Lavoura da; Prazeres, José Filipe Chaves Pereira; Simões, José Augusto RodriguesO processo de envelhecimento está acelerado, a nível mundial, como consequência do aumento da esperança de vida. À medida que envelhecemos, a ocorrência de doenças crónicas torna-se frequente, assim como a multimorbilidade, que se define como a ocorrência de duas ou mais doenças crónicas no mesmo individuo. Atualmente, em Portugal, existe uma elevada prevalência desta condição, afetando cerca de 72,7% dos utentes adultos dos cuidados de saúde primários, seguindo o mesmo padrão do resto do mundo. Também, de acordo com a tendência atual, é esperado um envelhecimento significativo da população portuguesa nas próximas décadas, prevendo-se que, em 2050, cerca de 32% da população tenha uma idade igual ou superior a 65 anos. A multimorbilidade está associada a pior qualidade de vida, a um nível de saúde mais baixo e a mortalidade mais elevada. Estes doentes têm necessidades de saúde mais complexas e são responsáveis por uma elevada utilização dos serviços de saúde. Este trabalho pretende, preliminarmente, dar a conhecer o impacto e a carga da multimorbilidade no plano da qualidade de vida, não obstante a ser objeto de reflexão sobre um tema tão complexo e que traz tantas implicações, quer para o individuo, quer para a sociedade. Para a presente revisão narrativa da literatura, a pesquisa bibliográfica foi realizada entre janeiro e abril de 2021. As bases de dados incluíram a Pubmed, o Google Académico, e ainda livros e revistas médicas portuguesas e brasileiras. As palavraschave utilizadas foram “multimorbidity” AND “health-related quality of life” AND “primary care”. Foram considerados, para estudo e análise, os textos completos dos artigos desde o ano de 1989 até 2021, escritos na língua portuguesa e inglesa. Em conclusão, a multimorbilidade é uma condição com frequência crescente com o avanço da idade, sendo muito comum nas pessoas idosas, que afeta significativamente a qualidade de vida, o estado funcional e expectativa de vida. Mas a multimorbilidade também é um fenómeno complexo, com um número quase infinito de combinações de doenças possíveis e de implicações pouco claras. Portanto, não será de estranhar que hajam apenas evidências marginais sobre as causas e o impacto da multimorbilidade. Para tornar as coisas ainda mais enigmáticas, existe uma grande diversidade de definições e critérios de multimorbilidade uma miríade de diferentes medidas e instrumentos de avaliação, além de diferenças consideráveis nas populações estudadas.
- Withhold, Withdraw, and Futility: When Should Doctors Stop and When Treatment Is No Longer Beneficial?Publication . Brito, Wilson Ferreira; Abejas, Abel GarciaThis systematic review about: withhold, withdrawal, and therapeutic futility is of great importance for everyone working on healthcare and not alone doctors, nurses, or students. The search for individualized care enabling a better treatment is the foundation of modern medicine but it can only be achieved by the critical thinking of the matter at hand. Better professionals with a better understanding of the legal and ethical framework are a must. The main goal of this paper is clearly not to answer questions like “What are the utmost difficulties faced by doctors when deciding the finest management for these patients, from a legal to ethical scope?” or “What are the moral and ethical boundaries of doctors' decisions” or even “Is this treatment beneficial?”. The main purpose of this dissertation is to create a tidal wave of critical thinking about the topic of end-of-life care. Only by learning and formulating critical thinking will we be able to evolve as a society and create the legal framework in which we could, in theory, provide the best health care possible for the patient, loved ones, and the family. To accomplish this dissertation, two databases were used (PubMed and Cochrane Library), the research was limited from 1992 to 2019 to avoid studies related to the Covid-19 pandemic outbreak. The decision to exclude studies during the pandemic time is based on an attempt to stay away from the stress caused by it on ICUs, thus modifying their pattern of action. To navigate PubMed and Cochrane Library, MeSH terms were used, applying Boolean strategy with a combination of “AND’ and “OR” (table 2). The search strategy was not limited to keywords (page xii), often using synonyms or variations of the word or term. The search was limited to publications of peer-reviewed articles published in English, Portuguese, and Spanish. Studies that included pediatric age were excluded. After analyses of the title and abstract, the approved studies went a full analysis as their bibliographies for possible studies of interest. Some of the main authors of the study were contacted via https://researchgate.net/, whenever possible, for additional information. To avoid the risk of information bias, the tool “The Cochrane Collaboration’s tool for assessing risk of bias in randomized trials” (2) was used. Articles were classified as low, high, or uncertain risk. Only low-risk articles were used. It was possible to identify a significant variability concerning the withdrawal of lifesupport treatment in ICUs. This variability exists within units amount their doctors, between regions, countries, and continents, the reason seems to be multifactorial for this result.
- Antibiotic Therapy at the End of Life: Risks and Benefits, Ethical ApproachPublication . Serrão, Helena Cristina Muñoz Rosado; Abejas, Abel GarciaIntrodução: A administração de antibióticos é comum nos Cuidados de Fim de Vida, apesar da sua utilização não ser consensual e da ausência de guidelines. Por isso, levantam-se questões relativamente ao que será mais apropriado realizar. Objetivo: Compreender o papel da terapia antibiótica em Cuidados de Fim de Vida. Metodologia: Foi elaborada uma revisão sistemática integrativa com síntese narrativa da literatura. A pesquisa foi efetuada com recurso às bases de dados PubMed/MEDLINE e SciELO e complementada por pesquisa direcionada em revistas científicas. Foram selecionados estudos que cumprissem os critérios de elegibilidade previamente definidos. Resultados: Foram incluídos 29 estudos. Verificou-se um predomínio das infeções dos tratos respiratório inferior e urinário e sepsis. Os microrganismos mais comuns eram Gram-negativos e houve registos bastante elevados de resistências. Observou-se uma elevada utilização de antibióticos, muitas vezes, de forma empírica. Fatores como consulta de Cuidados Paliativos, diretivas antecipadas de vontade, características do médico e do paciente influenciavam a probabilidade de receber antibióticos. As decisões eram quase sempre feitas por médicos. A abstenção e/ou a suspensão era(m) efetuada(s) em caso de complicações ou deterioração clínica. Constatou-se a ocorrência de efeitos adversos, prolongamento da hospitalização e mortalidade. Conclusão: A prescrição de antibioterapia, em fim de vida, reflete, muitas vezes, uma ausência de ponderação e reflexão sobre as necessidades e os desejos dos pacientes e o impacto comunitário que pode originar. Será necessário um investimento por parte dos profissionais de saúde para melhorarem as suas competências. Os princípios bioéticos devem reger a atuação terapêutica aliados sempre a uma tomada de decisão partilhada consciente, ponderada, refletida e com base ética.
- Nutrição em Fim de Vida: Revisão Sistemática “Aspetos e questões éticas relativos à nutrição em fim de vida nos doentes oncológicos"Publication . Barbosa, Lígia da Conceição Duarte; Abejas, Abel GarciaIntrodução: Um dos aspetos mais desafiantes nos doentes oncológicos diz respeito à nutrição. A nutrição acarreta um forte simbolismo por parte das pessoas, estando inteiramente ligada ao bem-estar, a valores culturais, ao prazer e à vida, envolvendo relações sociais e familiares. Desta forma, a alimentação no final da vida adquire um novo significado devido às necessidades e barreiras impostas pela situação clínica do doente e torna os cuidados em fim de vida emocionalmente complexos, principalmente quando se questiona a necessidade de introdução ou suspensão da alimentação artificial nos doentes oncológicos. Neste sentido, esta dissertação pretende explorar as barreiras e os dilemas éticos que influenciam esta decisão. Objetivo: Investigar as barreiras implicadas na decisão de iniciar ou interromper a nutrição artificial em doentes oncológicos em fim de vida. Os objetivos subsidiários deste trabalho são abordar os aspetos éticos relacionados com esta decisão. Métodos: A pesquisa foi realizada entre setembro e dezembro de 2021 nas seguintes bases de dados PubMed/MEDLINE, SCOPUS e Science Direct no sentido de encontrar artigos que respondessem à pergunta investigadora. Todos os títulos e abstracts encontrados foram sistematicamente avaliados. Aqueles que foram considerados relevantes foram posteriormente lidos na íntegra para confrontação com os critérios de inclusão e de exclusão. Para cada um dos estudos foi realizada uma tabela com os dados relevantes tendo em conta a pergunta investigadora. Resultados: A leitura e análise dos artigos incluídos permitiu encontrar 12 temas principais que representam as barreiras na tomada de decisão acerca do início ou retirada da nutrição artificial em doentes oncológicos: Qualidade de vida; Prolongar a vida; Conhecimento sobre Nutrição artificial; Natureza simbólica da alimentação; Autonomia do doente; Perspetiva da família; Perspetiva do doente; Perspetiva dos Profissionais de saúde; Aceitação da doença e prognóstico; Cultura e contexto social; Comunicação e educação; Sistema de saúde e experiência dos profissionais. Discussão: A decisão de iniciar, manter ou suspender a alimentação artificial deve ser discutida com a equipa técnica multiprofissional, paciente e com os seus familiares de modo a tomar a decisão mais apropriada. Esta discussão deve ser completa o suficiente de modo a se abordar todas as explicações clínicas necessárias, outras opções terapêuticas, crenças e desejos do paciente/família, e os possíveis benefícios e riscos da intervenção. Conclusão: Ter conhecimento das barreiras e dilemas éticos que surgem nos cuidados em fim de vida dos doentes oncológicos torna-se indispensável para uma prática clínica de qualidade. O reconhecimento e a abordagem mais precoce destas barreiras diminuiu a carga psicológica, ansiedade e o conflito que este tema acarreta para o doente e a sua família.
- Ansiedade e Depressão em Cuidados Paliativos: A Realidade de uma Equipa Intra-Hospitalar da Região Centro do PaísPublication . Matias, Joana Rita Grilo; Santos, Carina Alexandra Martins dosIntrodução: A sintomatologia ansiosa e depressiva é frequente em doentes com patologia médica, em especial nos Cuidados Paliativos. Tal influencia negativamente o processo de ajustamento da doença, reduz a qualidade de vida e a adesão ao tratamento, provocando enorme sofrimento ao paciente e ao seu cuidador. Assim, é fulcral diagnosticar e tratar a ansiedade e a depressão a fim de estruturar o correto suporte dos cuidados ao utente. Objetivos: Estudo delineado com o objetivo de avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva nos utentes seguidos pela Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde da Guarda. Materiais e Métodos: Estudo observacional, descritivo e transversal. Recolha de dados efetuada entre agosto de 2021 e março de 2022, através de um questionário anónimo fornecido aos utentes acompanhados pela Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde da Guarda. O questionário foi composto pelas seguintes partes: Dados Sociodemográficos, Dados Clínicos e Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar. Esta escala foi utilizada como instrumento de triagem de ansiedade e depressão. Resultados: A investigação contou com 81 participantes, 31 do sexo feminino (38,27%) e 50 do sexo masculino (61,73%), com uma média de idades de 71,22 anos, maioritariamente casados/união de facto (67,90%), com 1º ciclo do ensino básico (59,26%) e com bom apoio familiar (95,06%). A doença oncológica verificou-se em 93,83% dos indivíduos, com prevalência do cancro do intestino (15,79%), cancro da próstata (14,47%) e cancro do pâncreas/vias biliares (13,16%). Constatou-se que 41,98% dos utentes referia ter apoio psicológico. Usando a Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar, verificou-se uma pontuação média de 11,25 (±3,10) para a subescala de ansiedade e 9,31 (±2,56) para a subescala de depressão. No que se refere à ansiedade, a maior parte dos utentes apresentou sintomatologia moderada (49,38%), seguindo-se a sintomatologia leve (27,16%). A sintomatologia depressiva foi maioritariamente leve (45,68%), seguindo-se a moderada (32,10%). Sintomatologia ansiosa e depressiva severa observou-se em 12,35% e 1,23% dos indivíduos, respetivamente. O sexo masculino apresentou um maior valor de ansiedade (M=12,20±2,96) relativamente ao feminino (M=9,71±2,73), com uma diferença estatisticamente muitíssimo significativa (p<0,001). Os utentes de maior idade, não casados/união facto, com baixa escolaridade e com bom apoio familiar, apresentaram maior ansiedade, não sendo este resultado significativamente estatístico. Quanto ao diagnóstico de doença (oncológica vs não oncológica), os utentes apresentaram valores de ansiedade semelhantes, não se observando diferença significativamente estatística em relação com o tipo de tumor. Os indivíduos que não possuíam apoio psicológico exibiram maiores níveis de ansiedade (M=11,74±2,77) comparativamente aos que possuíam (M=10,56±3,44), não se verificando, porém, diferença estatisticamente significativa. Na avaliação da subescala de depressão, esta foi mais elevada no sexo masculino, no grupo etário dos 50-75 anos, não casados/união facto, com baixa escolaridade e sem apoio familiar. Não se observou diferença no que diz respeito ao diagnóstico de doença (oncológica vs não oncológica) e tipo de tumor. Estes resultados não apresentaram significância estatística. Em relação à existência ou não de apoio psicológico, os utentes expressaram valores médios de depressão semelhantes, não se verificando diferença estatística. Por fim, ao analisar a relação entre a ansiedade e a depressão, observou-se uma correlação negativa, muito fraca, estatisticamente não significativa. Conclusão: A sintomatologia ansiosa e depressiva é um problema psicossocial frequente. Neste estudo observou-se sintomatologia ansiosa moderada/severa em 61,73% dos utentes e sintomatologia depressiva moderada/severa em 33,33%. Perante estes resultados, tornase imperativo definir novas políticas e estratégias de rastreio aos utentes seguidos em Cuidados Paliativos, de modo a identificar precocemente aqueles que necessitam de avaliação e tratamento adicionais.
