Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura
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Browsing Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura by Field of Science and Technology (FOS) "Engenharia e Tecnologia::Arquitetura"
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- Abrigos temporários de pastores transumantes na Serra da Estrela Mapeamento, sistematização e estratégias de intervençãoPublication . Almeida, João Luís Marques; Castro, Ana Rita Martins Ochoa de; Brandão, Pedro Manuel IsaacA presente dissertação incide no estudo dos abrigos temporários de pastores transumantes na Serra da Estrela, com vista ao seu mapeamento e sistematização. Uma vez que estas estruturas serviram de apoio aos pastores transumantes, iniciou-se o estudo pela temática da transumância, que surge da necessidade de realizar deslocações para providenciar alimento para os animais, por sua vez com a finalidade de produção de lã e queijo. Sabendo que esta atividade se encontra atualmente a desaparecer, procura-se descobrir de que forma os abrigos estão relacionados com esse declínio. Deste modo, procura-se dar resposta a questões como a localização dos abrigos de pastores transumantes existentes na Serra da Estrela, se ainda são utilizados, se todos os abrigos são destinados a pastores transumantes e as condições em que se encontram. Para dar resposta a estas questões, o contacto com pastores e o trabalho de campo revelaram-se fundamentais para a identificação e documentação destas estruturas. Devido à extensão do território, o estudo ficou restrito ao Vale Glaciar de Loriga, dada a importância que a prática transumante adquiriu no passado nesta região. Durante a investigação, foi possível concluir que a Serra da Estrela teve um papel fundamental para a atividade transumante no passado e apresenta-se como o último reduto desta prática pastoril na atualidade. Foi ainda possível verificar a utilização dos abrigos por parte dos pastores, o estado precário em que estes abrigos se encontram e um elevado número de abrigos abandonados. Face à informação recolhida, verificou-se que as condições dos abrigos constituem um dos fatores que contribuiu para o declínio desta atividade. Desta maneira, existe a necessidade de intervencionar os abrigos tendo em vista o retrocesso do desaparecimento da prática transumante na Serra da Estrela.
- Acessibilidade para todos: mobilidade, função e visão: a experiência da arquitectura para todos e, para todos os sentidos, concurso de ideias schindler award 2010Publication . Costa, Ana Catarina Pinho; Fernandes, Miguel João Mendes do Amaral SantiagoO espaço público, como meio de interacção social e cultural, tem que merecer toda a atenção por parte de quem os vivencia, todos nós. É a partir de uma boa e segura base construída que todas as pessoas com, ou sem, dificuldades motoras e de mobilidade, podem conviver num espaço único, sem restrições à sua movimentação, para que toda a sua experiencia seja benéfica para a sua vida enquanto pessoa singular e enquanto pessoa colectiva – a sociedade. Um espaço urbano e público construído a pensar nas pessoas que mais precisam, torna-se aberto a qualquer pessoa, independentemente, da sua origem e do seu objectivo final, ou seja do seu ponto de partida e do seu ponto de chegada.
- Adaptação de Arquitetura industrial a novos usos: Intervenção em Castelo de PaivaPublication . Silva, Ana Filipa Pinheiro Costa; Oliveira, Tiago de Almada Cardoso Proença deOs meios rurais possuem memórias culturais e artísticas que, sendo devidamente exploradas, poderão contribuir para o desenvolvimento territorial. Nesse sentido, a presente dissertação pretende propor a reabilitação de um armazém de vinhos, adaptando para um novo uso a edificação localizada no lugar do Castelo, sito na freguesia de Fornos, no concelho de Castelo de Paiva. Considerando o movimento crescente de turistas que nos últimos anos se tem verificado na região, achou-se por bem idealizar um projeto que, partindo de uma edificação industrial atualmente disfuncional, ao abandono, sem enquadramento paisagístico e desagradável à vista, fosse capaz de a recriar arquitetonicamente, atribuindo-lhe um uso diferente, reunindo condições ótimas de conforto, sem que por isso se perdesse a memória do objetivo/função original. Articulando a linguagem arquitetónica do edifício existente com a circunstância contemporânea, tomou-se como objetivo encontrar uma nova imagem e uma nova dinâmica para a edificação e área envolvente, tornando-a apelativa para a atividade turística. A edificação em análise, de tipologia industrial, foi construída em 1968. Sendo a região de Castelo de Paiva uma zona de produção de Vinho Verde, serviu inicialmente para a produção de vinho e aguardante, e mais tarde apenas para armazém. Trata-se de um edifício de dimensão considerável, que está há vários anos ao abandono, mas se insere numa zona bastante procurada por turistas, que é valorizada pela proximidade dos rios Douro e Paiva e as suas praias fluviais, da Ilha dos Amores, uma das atrações maiores do concelho, bem como dos Passadiços do Paiva, em Arouca. Optou-se por adaptar o armazém para Alojamento Local, como forma de atrair turistas e melhorar a oferta, construindo um equipamento com identidade, que guarde a memória do passado e da utilização anterior do edifício, mas que seja adequado às circunstâncias e expectativas atuais, não esquecendo a relação com a envolvente. Procurou-se assim a realização de um projeto que respeitasse o carácter original do edificado, de forma a garantir que não e´ esquecida a sua origem, mantendo a ligação do seu passado arquitetónico com a contemporaneidade. A arquitetura é a arte de criar soluções capazes de responder a problemas e necessidades reais, pelo que é objetivo deste trabalho provar que e´ possível salvaguardar edifícios de tipologia industrial sem que para isso a atribuição de novos usos seja prejudicial, mas antes uma oportunidade para encontrar novas soluções. Por outro lado, a adaptação, como proposto nesta dissertação, deste edificado a um novo uso, além da melhoria arquitetónica, estética e funcional, contribui para a valorização da identidade local, não só pela preservação do construído como também pela utilização de materiais da região.
- Adaptação dos Postos de Ensino para HabitaçãoPublication . Souto, Rui Manuel da Costa; Fernandes, Miguel João Mendes do Amaral SantiagoO tema da reabilitação está cada vez mais presente na vida de um arquiteto da atualidade. Ao observarmos o património arquitetónico Português, deparamonos com um panorama de edifícios públicos e particulares num estado de degradação elevado. Devido a este panorama o arquiteto da atualidade vê-se na obrigação de tentar manter e reabilitar o património. Neste contexto, entre os edifícios públicos encontramos as antigas escolas primárias portuguesas, construídas pelo Estado Novo, as quais se apelidavam de Postos de Ensino. Nesse sentido, observamos e estudamos a evolução dos Postos de Ensino desde a criação, o apogeu, o declínio e como se encontram na atualidade de forma a entendermos o porquê de algumas adaptações feitas às escolas. A adaptação dos postos de ensino é um fator importante, visto que a ideia principal era o ensino, mas nos dias de hoje encontramos adaptações como, juntas de freguesias, espaços de convívio e hotelaria, mas muito raramente observamos adaptações para habitação. Dessa forma, a presente dissertação sublinha a recuperação, reabilitação, reutilização e adaptação como forma alternativa de moldar o espaço que outrora foi uma escola primária. Partindo destes princípios, a dissertação justifica o processo de adaptação da habitação no edifício da antiga Escola Primária de Sete Fontes, na freguesia de Beiral do Lima, no concelho de Ponte de Lima.
- Adaptar à idade o espaço devolutoPublication . Nunes, Cláudio Rafael Barros; Diniz, Fernando Manuel LeitãoA Reabilitação da construção tem vindo a ser uma forma de intervenção cada vez mais praticada em detrimento da construção nova. O aproveitamento de edifícios existentes abandonados ou subutilizados é uma das formas mais racionais de promover a própria melhoria de vida das povoações com economia de meios materiais e financeiros. O caso estudado, situado na freguesia de Arreigada no concelho Paços de Ferreira, é o de uma escola primária construída em 1995 e abandonada em 2013 devido à instalação de um novo centro escolar na freguesia. Para este objeto faz-se uma proposta de reabilitação e reconversão para equipamento de apoio à terceira idade, com vista à satisfação das necessidades atuais desta faixa etária. A proposta propõe uma intervenção no edifício existente recorrendo a vários tipos de remodelações interiores assim como no seu espaço exterior e prevê uma ampliação para adequação e melhor funcionamento do edifício de acordo com o programa pretendido. Tirando partido do estado de conservação razoável do edifício, entende-se viável e adequada esta proposta sendo estudadas e compreendidas as diferentes necessidades e modos de vivência entre crianças e idosos, refletindo-se nas soluções arquitetónicas encontradas e sugeridas no projeto.
- Uma Aldeia Perdida na SerraPublication . Silva, Filomena Alexandra Correia Branco; Beato, Cláudia Sofia Sao Marcos MirandaAs aldeias “perdidas” no território da Serra da Estrela distinguem-se pelo potencial a nível dos seus recursos endógenos, pela qualidade das paisagens, pelo caracter das suas populações e pela especificidade do seu perfil territorial, o que lhes confere uma grande singularidade no contexto nacional e regional e que é testemunho da forma como o Homem ao longo dos tempos interagiu com a envolvente, adequando-a às necessidades do dia-a-dia. Pela sua morfologia e interiorização no país, as aldeias “serranas” viveram profundas alterações nas últimas décadas, tendo-se assistido a uma descaracterização, esquecimento, abandono das suas atividades tradicionais e á destruição do seu património rural, por vezes com resultados trágicos e irreparáveis. A criação da Rede das Aldeias de Montanha, vem propor que se olhe para estas aldeias, como unidades paisagísticas e arquitetónicas e não apenas como aglomerados “urbanos”. Surge aqui a oportunidade para se promover dinâmicas locais que possam de alguma forma tentar recuperar o que é nosso, o que é “tradicionalmente português”. Intervir nestes espaços é assumido como urgente e como uma operação de dinamização destes territórios. Cada Aldeia de Montanha é caracterizada por uma particular traça urbanística, arquitetónica e paisagística, que importa salvaguardar e valorizar, pois testemunha uma herança que pode ser potenciada turisticamente. Neste contexto está incluída a Aldeia de Cortes do Meio no Concelho da Covilhã, com uma localização privilegiada e com grande potencial de desenvolvimento turístico, onde, face ao seu estado atual, deve ser prioridade definir regras para proteger, preservar, recuperar e promover os valores identitários deste património nas suas múltiplas vertentes. A intenção desta dissertação passa por desenvolver um Guia de Boas Práticas de Revitalização da Aldeia de Cortes do Meio, com o intuito de superar os efeitos negativos de degradação e desertificação, contribuindo para a reafirmação deste território, para o reforço da autoestima e fixação da população, preservando e valorizando a sua autenticidade e promovendo a aldeia como lugar de visita.
- Aldeias de MontanhaPublication . Sousa, André Emanuel Rebelo; Beato, Cláudia Sofia Sao Marcos MirandaNos últimos anos, o turismo em espaço rural, modalidade em grande crescimento, aliado ao local em que se insere, apresenta-se inevitavelmente, como forma de revitalização dos espaços rurais, funcionando como uma ferramenta de desenvolvimento, promovendo a proteção, preservação e recuperação de um património material e imaterial necessário ao seu funcionamento. Neste ponto, surge o território das Aldeias da Serra da Estrela, que se distingue pela sua riqueza natural, pela diversidade da sua paisagem, pelo potencial do seu património natural e cultural, pelo carácter das suas populações, e pela tipicidade do seu território. São elementos únicos da vida do homem, testemunhos da homogeneidade entre o natural e o construído, da cultura e da tradição dos nossos antepassados. Cada uma das aldeias, é proprietária de urna traça urbanística, arquitetónica e paisagística singular, que importa preservar e valorizar. No entanto devido à sua interioridade, pela proximidade a grande polos urbanos, à emigração e ao envelhecimento, estas aldeias foram vítimas do esquecimento e do abandono. Resultado da análise efetuada, deparou-se que estas aldeias se foram descaracterizando, abandonaram-se as atividades tradicionais - principal elemento das economias locais, destrui-se o património rural, ou reconstrui-se o mesmo sem qualquer critério e preocupação com a identidade do mesmo e do próprio lugar. A criação de uma Rede das Aldeias de Montanha pela ADIRAM, tem como objetivo a valorização destas aldeias como unidades paisagísticas e arquitetónicas, como um todo, que se relacionam entre si, criando uma imagem de marca que procura promover o desenvolvimento turístico e económico destes pequenos aglomerados, assim como a valorização e conservação de todo um património natural, cultural e histórico destas aldeias. o objetivo desta dissertação passa pela análise das características de cada aldeia, dissonâncias e mais valias, para posteriormente se proceder à elaboração de um Manual de Boas Práticas de Revitalização das Aldeias de Salgueirais, Figueiró da Serra e Melo. O objetivo será superar os efeitos negativos provocados pela degradação e despovoação destes locais, contribuindo para a revitalização e valorização destas aldeias, reforçando a sua identidade e fomentando a fixação de população, promovendo o turismo como uma ferramenta de desenvolvimento sustentado.
- Aldeias palafíticas fluviais em Portugal: urbanismo e arquitetura AvieirasPublication . Almeida, Filipa Alexandra da Costa; Virtudes, Ana Lídia Moreira Machado Santos das; Lanzinha, João Carlos GonçalvesAs palafitas, como tipologia da arquitetura vernacular, têm vindo a ser ameaçadas pela vulnerabilidade a processos de degradação e descaracterização, situação esta agravada por quadros urbanísticos inoperantes, desadequados ou incompatíveis. Esta problemática não é exceção no objeto de estudo desta tese, as palafitas fluviais que, no caso português, reportam às aldeias Avieiras do Tejo, com origem num movimento migratório do século XIX. Ora, constata-se que as regras urbanísticas definidas para estes assentamentos urbanos tornam complexa a preservação e valorização das suas especificidades arquitetónicas, morfológicas ou espaciais de relação com o rio. Consequentemente analisam-se, numa perspetiva urbanística e arquitetónica, os casos de estudo de Caneiras, Escaroupim, Palhota, Lezirão e Patacão de Cima, os exemplos existentes à escala do assentamento urbano. A perspetiva urbanística visa: traçar a evolução histórica das aldeias, no tempo e no espaço, de modo a interpretar o processo de transformação nelas ocorrido. Para tal, recorreu-se ao cruzamento, organização cronológica e análise de fontes como a cartografia ou a fotografia aérea. identificar e caracterizar os elementos morfológicos dos núcleos avieiros integrados nas aldeias, sistematizando os aspetos que as aproximam ou distinguem. Para tal, avaliou-se a relação espacial com o rio, a estrutura urbana e o tecido edificado, e os elementos marcantes. sistematizar o quadro de regras urbanísticas das aldeias, de modo a identificar os conteúdos inoperantes, desadequados ou incompatíveis, a corrigir. Para tal, avaliou-se a conformidade dos assentamentos urbanos com os instrumentos de gestão territorial em aspetos como os usos do solo urbano/rural ou o Domínio Público Hídrico. Os resultados demonstram o rio como elemento definidor da morfologia urbana (exceto no Patacão de Cima); a consolidação urbana das aldeias, ainda que excluídas de perímetros urbanos (exceto no Escaroupim); a diversidade de atividades, da habitação ao comércio ou aos equipamentos; ou a inclusão de um conjunto de edifícios de diversos proprietários na mesma unidade fundiária. Consequentemente definem-se estratégias de reabilitação urbana a considerar em futuros conteúdos quer de planos intermunicipais (numa visão de conjunto das aldeias) quer de planos municipais (em cada aldeia). A perspetiva arquitetónica visa definir a matriz exterior da casa avieira, com origem na arte de construir dos palheiros do litoral central oeste. Pretende-se conhecer o estado de conservação dos edifícios e avaliar a sua proximidade a esta matriz, de modo a contribuir para a definição de estratégias de intervenção (conservação ou reabilitação) nas duas tipologias; palafitas (dominante) e casa térrea (não dominante); tornando-as menos ameaçadas e vulneráveis. Quanto ao estado de conservação o critério de avaliação foi a gravidade das anomalias dos elementos construtivos. No que se refere à matriz exterior, consideraram-se aspetos como a situação de abertura/fechamento dos pilares ou os materiais utilizados na estrutura, revestimentos e acabamentos. Para tal, foi desenvolvida uma metodologia de diagnóstico específica para a casa avieira que resultou na criação de uma ficha de diagnóstico e do programa informático DECMAvi, como instrumentos de aplicação. Os resultados demonstram, quanto ao estado de conservação, que cerca de 1/3 dos imóveis está em muito mau ou mau estado, situação agravada no Patacão de Cima com cerca de 90%. Quanto ao nível de proximidade à matriz está inversamente relacionado com o grau de conservação i.e. quanto mais próximos da matriz exterior, mais degradados (caso das Caneiras e do Patacão de Cima), exigindo profundas ações de reabilitação, de modo a melhorar o estado de conservação; quanto menos próximos da matriz, menos degradados (caso da Palhota e do Lezirão), exigindo igualmente ações de reabilitação complexas, de modo a melhorar a proximidade à matriz arquitetónica exterior da casa avieira. Por último, quanto às necessidades de intervenção imediata, 18% das casas colocam em causa a segurança de pessoas e bens ou não garantem as condições mínimas de utilização. Espera-se com esta tese contribuir para futuras ações quer ao nível da reabilitação urbana quer da intervenção nas palafitas promovendo a salvaguarda e valorização das aldeias Avieiras no mapa cultural português.
- Algarve: Tradição Arquitectónica e ContemporaneidadePublication . Afonso, Vanessa Alexandra Rosa; Martins, Ana Maria Tavares FerreiraQuando algo muda de repente causa estranheza, quando uma cidade que tinha aspecto de estar abandonada, sem o estar e de repente começa a melhorar dá que pensar, pela sua dimensão e tudo a que a ela está inerente. Quando essa mudança é agradável, faz-nos sentir bem, porque não se gosta de viver numa cidade desinteressante. Deste modo paramos para procurar explicações e compreender a razão para tal mudança. Foi precisamente o que aconteceu com a cidade de Olhão da Restauração, uma cidade que apesar de possuir características regionais únicas, encontrava-se descuidada, degradada e sem ânimo. Devido à falta de pontos apelativos em Olhão foi imprescindível que ocorresse um momento de viragem, começando a sentir-se uma nova energia e um novo ambiente. As ruas estreitas e becos sombrios começaram a ganhar novamente vida e luz, as antigas casas estragadas pelo tempo ou devolutas começam a ser renovadas e ocupadas. Porquê esta mudança? O que aconteceu que tenha despertado este acontecimento? Porquê tanto turismo repentino? O que procuram estes novos habitantes? O que os move? Tantas perguntas sem resposta e tanto por compreender. Tudo o que antes foi dito, associado ao gosto pela arquitectura tradicional algarvia e a curiosidade por entender as suas características, os materiais, as respectivas localizações e as razões de determinadas configurações e detalhes. De forma natural surge interesse por duas temáticas que actualmente se interligam – as características da arquitectura algarvia, e o porquê da chegada de turistas associada a instalação de novos habitantes e à transformação da cidade. Ambas parecem estar relacionadas e poderão dar resposta a estas questões. Foi desta forma, e a partir destes interesses, que surgiu o tema do trabalho que aqui se apresenta. Resultado de uma relação muito próxima com este meio em questão, de um gosto genuíno e abordado de uma forma muito próxima, emotiva e pessoal.
- O alojamento urgente e temporário: Fundão, cidade de acolhimento, como estudo de casoPublication . Gago, Catarina Maria Rodrigues Coimbra do; Neto, Maria de Fátima CanteiroO tema do alojamento urgente e temporário é explorado nesta dissertação numa tentativa de enquadrar o problema complexo e multifacetado que o abrigo temporário de milhares de pessoas origina, seja por catástrofes naturais - sismos, tempestades, tsunamis, entre outros -, crises humanitárias ou conflitos armados, que necessariamente força milhares de pessoas a sair do seu país e a cruzar fronteira(s). Quando estas pessoas deslocadas cruzam fronteiras, em grandes fluxos, e são acolhidos por países que não têm nem estrutura nem recursos necessários para dar uma resposta imediata, surge a arquitetura de emergência (ou o abrigo de emergência), como fundamental para garantir o alojamento e a resposta às necessidades básicas, na sua maioria vinculadas à ação de organizações humanitárias. Por sua vez estas estruturas de acolhimentos temporários surgem com o intuito de serem facilmente construídos, de rápida execução e baixo custo, o que muitas vezes compromete a privacidade e a dignidade, mas também a sua sustentabilidade. O Arquiteto Shigeru Ban surge neste contexto, como uma referência no que toca à arquitetura humanitária, por projetar o objeto para ser montado e desmontado em qualquer território, e depois, quando desmontado, para além de serem reutilizados, o território fica intacto. Verificamos que o acolhimento difere em função do contexto, dependendo do país de acolhimento, assim como as estratégias de integração. É factual que o fluxo de migração tem estado a sofrer um crescente e significativo aumento à escala global, chegando a atingir no ano de 2022, 108.4 milhões de deslocados forçados em todo o mundo (ACNUR, 2023), crescimento que se verificou também no espaço europeu afetando o processo de solicitação de asilo e, consequentemente, as estratégias de acolhimento. Em Portugal, foi criado um programa de apoio de soluções de alojamento de urgente e temporário BNAUT (Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário) financiado por fundos do PRR (Programa de Recuperação e Resiliência) via Habitação, na tentativa de oferecer soluções temporárias, de emergência ou de transição às camadas mais vulneráveis, que no caso do Fundão, é especificamente direcionada para requerentes de asilo, refugiados e migrantes. A investigação tem, por isso, como estudo de caso a cidade do Fundão para a qual explora um estudo prévio para 16 fogos, examinando as abordagens e os desfechos desta iniciativa e posicionando-a no contexto global como uma contribuição inovadora e exemplar para o problema em questão.