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- Da fé na Comunicação à comunicação da FéPublication . Rosa, José Maria Silva; Serra, PauloSanto Agostinho, «De Doctrina christiana», IV, II, 3: «Considerando que, graças à arte da retórica, se pode persuadir alguém quer das coisas verdadeiras quer das coisas falsas, quem é que teria a audácia de dizer que a verdade deve fazer frente à mentira, com defensores sem armas, e que, por conseguinte, aqueles que se esforçam por persuadir das coisas falsas devem saber tornar o auditor benevolente, atento ou dócil desde o exórdio, mas que os defensores do verdadeiro não o devem saber? Deveriam uns apresentar as coisas falsas com concisão, claridade, verosimilhança, os outros apresentar a verdade tornando-a fastidiosa, difícil de compreender e no fim desagradável de crer? [ut audire taedeat, intellegere non pateat, credere non libeat?] Os primeiros, através de argumentos falaciosos, atacariam a verdade e defenderiam a mentira, os segundos seriam incapazes de defender o verdadeiro e de refutar o falso! Os primeiros arrastando e empurrando para o erro, com as suas palavras, o espírito dos auditores, deixá-los-iam aterrados com os seus discursos, entristecê-los-iam, alegrá-los-iam e exortá-los--iam com ardor; os outros, preguiçosos e indiferentes ao serviço da verdade, adormeceriam. Quem será tão irracional que assim raciocine? Uma vez, pois, que a arte da palavra está aí, à disposição, com um tão grande poder de persuasão, quer se trate do mal quer se trate do bem, por que razão é que os homens de bem não deveriam dedicar-se com ardor a adquiri-la, a fim de combater ao serviço da verdade, se os maldosos se servem dela para fazer triunfar causas perversas e mentirosas, no interesse da injustiça e do erro?»