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  • Monitorização dos estados de humor, das concentrações de cortisol e testosterona salivar e do desempenho individual de jogadoras profissionais de futebol durante jogos oficiais consecutivos
    Publication . Casanova, Natalina Maria Machado Roque; Costa, Aldo Filipe Matos Moreira Carvalho da; Oliveira, Ana Cristina Palmeira de
    Introdução No desporto, cada atleta procura manter o seu estado ótimo em cada competição, para que, com o aproveitamento máximo das suas capacidades, obtenha um desempenho desportivo o mais elevado possível. Assim, têm sido desenvolvidas diversas investigações que estudam as determinantes da performance desportiva em situação de treino e de competição. Os indicadores de performance desportiva são definidos pela combinação de inúmeras variáveis que determinam o comportamento competitivo do atleta. Nestas variáveis, encontramos determinantes psicológicas, fisiológicas e, no domínio das modalidades coletivas as determinantes situacionais e notacionais. Neste contexto, o futebol aparece como uma modalidade transdisciplinar com associação evidente entre o desempenho desportivo do atleta e o stresse psicofisiológico resultante da situação competitiva que desencadeia nos atletas, processos cognitivos que parecem determinar respostas hormonais características, das quais o cortisol e a testosterona são as que reúnem maior número de estudos. Objetivos Considerando que em situação de competição, o treinador deve conhecer as determinantes do desempenho desportivo dos seus atletas, para obtenção da melhor performance, este trabalho teve os seguintes objetivos: (i) analisar a informação científica resultante dos diversos estudos publicados sobre o assunto em causa; (ii) avaliar em competição, os estados de humor associados à variável psicológica e as concentrações hormonais de cortisol e testosterona associadas à variável neuroendócrina; (iii) avaliar as concentrações hormonais em competição, em função do desempenho individual de cada atleta. Método O processo metodológico decorreu em duas fases distintas, numa primeira fase procedemos a um estudo de revisão, efetuado nas bases científicas Sciende Direct e Medline/PubMed, tendo sido definidos critérios de inclusão e exclusão que permitiram selecionar 18 artigos para análise; Numa segunda fase procedemos à realização de dois estudos experimentais, realizados com a equipa feminina de futebol da seleção nacional, durante um torneio de âmbito internacional constituído por quatro jogos oficiais. O primeiro estudo foi realizado com 20 atletas (idade = 22,85 ± 4,2 anos) que acederam em participar nesta investigação e assinaram o respetivo consentimento informado. Os estados de humor foram avaliados pelo questionário POMS e as concentrações hormonais foram avaliados na saliva, pelo método de imunoensaio. As avaliações foram realizadas em momento de repouso, três dias antes da primeira competição (M1) e nos dias dos jogos (M2 a M5), com recolhas realizadas antes e após competição nos dias dos jogos. O segundo estudo, foi realizado com 18 atletas (as guarda-redes foram excluídas) (idade = 23.06 ± 4.33 anos). Para avaliação da concentração hormonal, foi coletada saliva, com os procedimentos metodológicos já referidos no estudo anterior e foi registado o desempenho técnico individual de cada atleta, através de um sistema de análise notacional com quantificação das ações de envolvimento com bola (positivas e negativas) que permitiu o cálculo do índice de eficácia individual. Resultados As investigações publicadas na área utilizam de uma forma geral pequenas amostras, e em maior número no sexo masculino, tanto em modalidades individuais como coletivas. De uma forma geral, apresentam um efeito à competição, com alterações das concentrações de ambas as hormonas, cortisol e testosterona, nos dias da competição. Estas alterações parecem depender de outras variáveis da competição (resultado da competição, qualidade dos adversários, local de realização, género e nível dos atletas). As atletas de futebol da seleção nacional apresentam em todas as avaliações estados de humor característico de atletas de elite, com configuração de perfil de “iceberg” e associação de estados mais positivos com vitórias e estados mais negativos com derrotas. O cortisol não apresenta diferenças significativas após competição (exceção para M5), enquanto a testosterona diminui de forma significativa após competição, tanto em derrotas, como em vitórias. Não se encontraram diferenças nas concentrações hormonais de C, T e T:C, entre as atletas de melhor e de menor desempenho individual. Nas atletas de melhor desempenho individual verificou-se uma subida de C e uma descida de T e T:C nas concentrações avaliadas antes das competições com derrota. A relação linear entre a variação de ambas as hormonas durante o jogo e a eficácia individual não se mostrou significativa nos quatro jogos avaliados. Conclusão As investigações publicadas apresentam alterações hormonais associadas a situações competitivas dependentes de fatores associados à competição: resultado, local de realização e género e nível desportivo dos atletas. Verificou-se um perfil de estados de humor característico de atletas de alta competição, sem relação significativa com as concentrações hormonais. As atletas de elite de futebol demonstram uma boa adaptação ao efeito do stresse competitivo, não mostrando concentrações hormonais dependentes do resultado do jogo. Nas atletas do nosso estudo verificaram-se diferenças no desempenho individual em competição, mas sem relação com o comportamento hormonal do C e da T antes e após competição.