Browsing by Author "Alves, Maria Flores Casteleiro"
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- Parto Pré-termo: Experiência do Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E.Publication . Alves, Maria Flores Casteleiro; Moutinho, José Alberto Fonseca; Nunes, Renato Silva Martins; Sara Monteiro Morgado DiasIntrodução: o parto pré-termo continua a ser um problema sério em Portugal. Vários mecanismos têm sido apontados para a ocorrência do parto antes de estarem completas as 37 semanas de gestação, no entanto não se têm desenvolvido medidas eficazes para reduzir o número de partos pré-termo. Valorizar as condições de risco continua a ser a melhor atitude face a este problema. Objetivos: com este estudo pretendemos identificar os fatores, de risco acrescido para o parto pré-termo, nas mulheres da Cova da Beira. Assim, a finalidade desta investigação assenta na fundamentação de intervenções clínicas preventivas. Metodologia: procedemos a uma investigação observacional retrospetiva através da consulta de processos clínicos de utentes do Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E. Foram incluídas todas a mulheres com parto pré-termo ocorrido entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015, excluindo-se aquelas com gravidez múltipla. Para estudo comparativo, obteve-se um grupo controlo de mulheres com parto de termo no mesmo período e instituição. Consultando os registos clínicos, identificaram-se várias características (variáveis) maternas e gestacionais com potencial risco para parto pré-termo. Usando o SPSS Statistics versão 23.0, para cada variável fizemos análises comparativas entre os grupos, avaliando possíveis associações. Posteriormente, realizou-se um modelo de regressão logística para perceber quais os fatores de risco maternos que melhor explicam a ocorrência de parto pré-termo espontâneo. Resultados: no período considerado a percentagem de partos pré-termo foi aproximadamente 6,6%. As grávidas com parto pré-termo apresentaram associação estatística com: baixa escolaridade (p<0,001), ausência de trabalho assalariado (p<0,001), estado civil solteira (p=0,028); hábitos tabágicos (p=0,027); seguimento em consulta de psiquiatria (p=0,001); antecedente de parto pré-termo (p<0,001); antecedente de aborto (p=0,044); vigilância inadequada da gravidez (p<0,001); anemia na gravidez (p=0,001); infeção do trato urinário (p<0,001) ou infeção vaginal (p=0,048) durante a gravidez; doença hipertensiva na gravidez (p<0,001); pré-eclâmpsia (p=0,002) e ameaça de parto pré-termo (p=0,002). Considerando apenas os partos pré-termo espontâneos, o modelo de regressão logística, destaca a doença hipertensiva na gravidez e a baixa escolaridade como fatores de risco dominantes. Conclusões: no sentido de prevenir o parto pré-termo, na região da Cova da Beira, o diagnóstico precoce e controlo da doença hipertensiva na gravidez afiguram-se de grande importância, tal como a promoção de igualdade de acesso ao ensino. No entanto, na prática clínica, há que considerar que o parto pré-termo é um processo multifatorial, pelo que o médico deve estar atento e valorizar os múltiplos fatores de riscos.