Browsing by Author "Alves, Rafaela Venâncio"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Estudo de hábitos visuo-posturais associados à miopia, em adolescentesPublication . Alves, Rafaela Venâncio; Nunes, Amélia Maria Monteiro FernandesA miopia é cada vez mais uma preocupação para a saúde pública, pois tem-se verificado que está em ascensão em várias partes do mundo, principalmente, nos países em desenvolvimento. A comunidade científica aponta os estilos de vida que os indivíduos estão a adotar, para se adaptarem à nova realidade, como um dos principais fatores que contribui para este aumento. Este estudo, tem como objetivo explorar quais são os hábitos visuo-posturais, referidos na literatura como potenciais fatores de risco para o desenvolvimento e progressão da miopia, que mais frequentemente são adotados pelos estudantes portugueses, que frequentam o 2º e o 3º ciclo do ensino básico, em escolas da região centro do país do concelho da Covilhã. Os 364 participantes incluídos neste estudo, que frequentavam o 2º e o 3º ciclo do ensino básico, tinham idades compreendidas entre os 10 e 15 anos. Da amostra em estudo, 176 eram do sexo feminino, 160 residiram no meio rural e 157 frequentavam o 2º ciclo de estudos. Para a aquisição de dados foi realizado um questionário sobre os hábitos visuoposturais e a recolha de dados refrativos, como a acuidade visual habitual, a refração habitual e a medição da refração ocular com o auxílio do auto-refratómetro. O estudo das diferenças proporcionais foi inferido pelo teste do qui-quadrado, o estudo das diferenças foi efetuado pelo teste de Mann-Whitney, ou o teste de Kruskal-Wallis. Observou-se que o dispositivo digital mais utilizado é o smartphone e que a maioria dos adolescentes utiliza todos os dias dispositivos digitais, cerca de 1 a 3 horas. Quanto ao número de horas que os jovens utilizam os dispositivos digitais, observaram-se diferenças estatisticamente significativas em função do ciclo de estudos, onde o 3º ciclo reporta ter hábitos menos saudáveis. Verificou-se que a maioria dos jovens pratica hábitos recomendados pela literatura quanto à distância quando está utilizar os dispositivos digitais, ou seja, utiliza estas tecnologias a mais de 30 centímetros. Assim como se observou que o uso continuo destas novas tecnologias até fazer uma pausa, estão dentro dos limites que são recomendados pela literatura. No entanto, observaram-se diferenças estatisticamente significativas no uso contínuo destes equipamentos, até fazer-se uma pausa, em função sexo, ou seja, é a população masculina que faz menos pausas. Quanto ao número de horas que os jovens vêm televisão, a maioria indicou ver 1 a 3 horas, o que é considerado normal pela literatura. Contudo, verificou-se que são os não usuários de correção ótica e o sexo masculino que mais abusavam a ver televisão. Em relação às atividades visuais ao perto observaram-se diferenças na distância de leitura, entre os emetropes e sujeitos com outro tipo de ametropia e entre míope e sujeitos com outro tipo de ametropia, sendo que são os indivíduos com outro tipo de erro refrativo que tendem a ter distâncias de leitura mais curtas. Não foi possível provar que os adolescentes míopes adotam distâncias mais curtas do que os sujeitos emetropes. Estes fatores de risco, tais como, o uso de tecnologias digitais, atividades visuais ao perto e o número de horas que os adolescentes passam ao ar livre podem estar associados ao desenvolvimento e progressão da miopia, nesta faixa etária, contudo tem que se sensibilizar os adolescentes adotarem hábitos visuo-posturais mais saudáveis de forma a retardar a progressão da miopia.