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- Variação da frequência da anisometropia com o percurso escolarPublication . Batista, Maria João Nascimento; Nunes, Amélia Maria Monteiro FernandesA anisometropia caracteriza-se por ser um distúrbio da visão binocular em que o grau de ametropia é significativamente diferente entre os dois olhos. Apesar de não haver um valor uniformemente definido, uma diferença interocular de 1,00 dioptria ou mais é o limiar utilizado pela maioria dos autores. A prevalência desta condição depende de vários fatores, podendo variar consoante o critério de classificação utilizado, a faixa etária estudada ou até mesmo entre diferentes áreas geográficas. O presente estudo tem como objetivo estimar a frequência da anisometropia em várias etapas do percurso escolar, desde o ensino pré-escolar até ao 3º ciclo do ensino básico, estudando a sua associação com género, ciclo de estudos e área de residência. Metodologia: Os dados foram recolhidos no âmbito de rastreios visuais realizados em escolas locais. A amostra final contou com 749 crianças (350 meninas e 399 meninos). Na aquisição dos dados, as medições refrativas foram obtidas com o auto-refratómetro pediátrico portátil (plusoptiX), sem cicloplégico e em condições binoculares. Considerou-se anisometropia uma diferença na refração interocular de pelo menos 1,25 dioptrias. Resultados: A frequência de anisometropia foi de 5,21% na amostra total, sendo a anisometropia miópica a mais frequente e a anisometropia antimetrópica a menos frequente. A anisometropia hipermetrópica e o aniso-astigmatismo apresentam proporções de ocorrência idênticas, na população estudada. Não se encontraram evidências estatísticas para se afirmar que a ocorrência da anisometropia difira entre os géneros ou entre as áreas de residência. Relativamente ao ciclo escolar, encontrou-se uma associação significativa com a anisometropia esférica, observando-se um aumento da frequência da anisometropia com o avanço escolar, sendo a anisometropia miópica a que mais contribuiu para esta variação. Conclusão: O avanço no percurso escolar leva a que o esforço exigido pelo trabalho ao perto seja cada vez maior, sendo também um fator de risco para o aumento da miopia. Este facto pode estar relacionado com o aumento da anisometropia miópica com o percurso escolar, encontrada neste estudo. A realização de rastreios visuais nesta idade revela-se essencial na deteção precoce e na correção adequada da anisometropia e de outras condições oculares, que possam prejudicar o desenvolvimento e a aprendizagem.
- Estudo de hábitos visuo-posturais associados à miopia, em adolescentesPublication . Alves, Rafaela Venâncio; Nunes, Amélia Maria Monteiro FernandesA miopia é cada vez mais uma preocupação para a saúde pública, pois tem-se verificado que está em ascensão em várias partes do mundo, principalmente, nos países em desenvolvimento. A comunidade científica aponta os estilos de vida que os indivíduos estão a adotar, para se adaptarem à nova realidade, como um dos principais fatores que contribui para este aumento. Este estudo, tem como objetivo explorar quais são os hábitos visuo-posturais, referidos na literatura como potenciais fatores de risco para o desenvolvimento e progressão da miopia, que mais frequentemente são adotados pelos estudantes portugueses, que frequentam o 2º e o 3º ciclo do ensino básico, em escolas da região centro do país do concelho da Covilhã. Os 364 participantes incluídos neste estudo, que frequentavam o 2º e o 3º ciclo do ensino básico, tinham idades compreendidas entre os 10 e 15 anos. Da amostra em estudo, 176 eram do sexo feminino, 160 residiram no meio rural e 157 frequentavam o 2º ciclo de estudos. Para a aquisição de dados foi realizado um questionário sobre os hábitos visuoposturais e a recolha de dados refrativos, como a acuidade visual habitual, a refração habitual e a medição da refração ocular com o auxílio do auto-refratómetro. O estudo das diferenças proporcionais foi inferido pelo teste do qui-quadrado, o estudo das diferenças foi efetuado pelo teste de Mann-Whitney, ou o teste de Kruskal-Wallis. Observou-se que o dispositivo digital mais utilizado é o smartphone e que a maioria dos adolescentes utiliza todos os dias dispositivos digitais, cerca de 1 a 3 horas. Quanto ao número de horas que os jovens utilizam os dispositivos digitais, observaram-se diferenças estatisticamente significativas em função do ciclo de estudos, onde o 3º ciclo reporta ter hábitos menos saudáveis. Verificou-se que a maioria dos jovens pratica hábitos recomendados pela literatura quanto à distância quando está utilizar os dispositivos digitais, ou seja, utiliza estas tecnologias a mais de 30 centímetros. Assim como se observou que o uso continuo destas novas tecnologias até fazer uma pausa, estão dentro dos limites que são recomendados pela literatura. No entanto, observaram-se diferenças estatisticamente significativas no uso contínuo destes equipamentos, até fazer-se uma pausa, em função sexo, ou seja, é a população masculina que faz menos pausas. Quanto ao número de horas que os jovens vêm televisão, a maioria indicou ver 1 a 3 horas, o que é considerado normal pela literatura. Contudo, verificou-se que são os não usuários de correção ótica e o sexo masculino que mais abusavam a ver televisão. Em relação às atividades visuais ao perto observaram-se diferenças na distância de leitura, entre os emetropes e sujeitos com outro tipo de ametropia e entre míope e sujeitos com outro tipo de ametropia, sendo que são os indivíduos com outro tipo de erro refrativo que tendem a ter distâncias de leitura mais curtas. Não foi possível provar que os adolescentes míopes adotam distâncias mais curtas do que os sujeitos emetropes. Estes fatores de risco, tais como, o uso de tecnologias digitais, atividades visuais ao perto e o número de horas que os adolescentes passam ao ar livre podem estar associados ao desenvolvimento e progressão da miopia, nesta faixa etária, contudo tem que se sensibilizar os adolescentes adotarem hábitos visuo-posturais mais saudáveis de forma a retardar a progressão da miopia.