Browsing by Author "Alves, Rita Morgana Fernandes"
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- Exposição ao fumo de tabaco e cumprimento da legislação em Portugal – perceção da populaçãoPublication . Alves, Rita Morgana Fernandes; Ravara, Sofia Belo; Filho, Hilson Tavares da CunhaIntrodução: Não existe um nível seguro de exposição ao fumo ambiental de tabaco (FAT); qualquer exposição acarreta riscos para a saúde. Em Portugal, a Lei nº 63/ 2017 manteve exceções à proibição de consumo de tabaco em espaços fechados, em clara violação do artigo nº8 da Convenção-Quadro para o Controlo de Tabaco da Organização Mundial de Saúde (OMS CQCT). Objetivos: O objetivo deste estudo é avaliar a perceção da população portuguesa relativamente à exposição ao FAT e às políticas smoke-free presentes em Portugal continental, assim como os fatores associados. Metodologia: Entre junho e julho de 2012, foi aplicado um inquérito telefónico à população portuguesa residente no continente. A taxa de colaboração foi de 96%. Desenvolveu-se um estudo observacional transversal, de caráter analítico. Para a análise da associação entre as variáveis foi usado o Qui-Quadrado; para a análise multivariável utilizou-se uma regressão logística binária. Resultados: Dos 1002 inquiridos, 48% eram homens, com uma média de idade de 46,45 ± 17,9 anos. Dos inquiridos, 19,7% percecionam elevada exposição ao FAT em espaços públicos fechados, sendo esta perceção superior no sexo masculino, nos inquiridos com mais de 45 anos e nos que têm entre o 7º ano e um Curso Politécnico. Dos participantes, 59,9% relata manter uma habitação própria livre de fumo, sendo que os não fumadores, do sexo masculino e com baixa escolaridade apresentam mais casas livres de fumo. Dos inquiridos, 69,6% afirma manter o carro livre de fumo, sendo esta associação mais elevada em não fumadores e inquiridos com mais de 45 anos. Menos de metade (41,8%) da população concorda que a lei de proibição de fumar em locais públicos fechados está a ser cumprida. A perceção do cumprimento é superior em fumadores, com mais de 45 anos, e residentes da região Centro. Quanto a uma política smoke-free abrangente, 86,1% da população declara concordar, sendo esta percentagem superior em não fumadores. Da população inquirida, 90,1% relatou concordar com a proibição de consumo de tabaco em veículos privados quando na presença de crianças, sendo esta mesma percentagem superior em não fumadores, e nos inquiridos com até o 9º ano concluído. Conclusões: A maioria da população portuguesa concorda com as políticas livres de fumo e perceciona uma exposição baixa ao FAT em espaços públicos fechados. O elevado apoio demonstrado neste estudo suporta que os legisladores deverão implementar uma política smoke-free abrangente e eliminar as exceções da lei atual, protegendo assim a saúde da população portuguesa.