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- Dietas Cetogénicas e Doença de Parkinson – papel atualPublication . Marques, Vera Cristina Sousa; Barata, José Luís Ribeiro ThemudoA doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta o controlo dos movimentos, caracterizando-se por sintomas motores como tremor em repouso, bradicinesia, rigidez e instabilidade postural, assim como sintomas não motores. Em Portugal, um estudo publicado em 2017 estima uma prevalência de quase 20 mil indivíduos afetados pela doença. Atualmente, existem medicamentos utilizados na gestão do doente com Parkinson, no entanto, se por um lado a sua eficácia vai diminuindo com a progressão da doença, por outro a sua utilização não consegue atrasar ou travar o processo neurodegenerativo, não existindo ainda nenhum tratamento que modifique a história natural da doença. Neste contexto, há um interesse crescente na abordagem dietética, surgindo evidências da sua influência nos sintomas na doença de Parkinson, tendo-se vindo a investigar cada vez mais o papel das dietas cetogénicas. O principal objetivo das dietas cetogénicas é atingir um estado de cetose nutricional, sendo caracterizado pela formação e acumulação de corpos cetónicos através da oxidação excessiva de ácidos gordos por diminuição da ingestão de hidratos de carbono. Nesta revisa~o, pretende-se reunir evide^ncia no que respeita a` influe^ncia das dietas cetogénicas na doença de Parkinson, objetivando-se numa primeira fase compreender e aprofundar os efeitos destas na doença de Parkinson e, seguidamente, analisar os mecanismos subjacentes a esta relação, mais concretamente em que medida os efeitos na doença poderão ser mediados por alterações na microbiota intestinal.
- Cessação tabágica em Portugal: conhecimento e utilização dos recursos pela população: Um estudo transversalPublication . Oliveira, Daniela Filipa dos Santos; Ravara, Sofia Belo; Filho, Hilson CunhaIntrodução: O consumo de tabaco é uma das principais causas preveníveis de morte prematura. A Convenção Quadro de Controlo do Tabaco da Organização Mundial de saúde fornece uma linha de ação no sentido de reduzir a prevalência do consumo tabágico e a exposição ao fumo ambiental do tabaco. Os objetivos globais apenas serão alcançados quando os atuais fumadores cessarem o consumo e ter assistência profissional aumenta significativamente a sua taxa de sucesso. Objetivos: Avaliar o comportamento tabágico da população portuguesa, a motivação para deixar de fumar e as dificuldades da cessação tabágica; assim como o conhecimento e a utilização dos recursos de cessação tabágica pela população. Metodologia: Estudo observacional e transversal de caráter descritivo. Os dados foram recolhidos por questionário aplicado através de sistemas CATI (computer-assisted telephonic interview) por entrevistadores formados e selecionados pela empresa GfK Metris, Portugal, durante os meses de junho e julho de 2012. O questionário foi aplicado a uma amostra estratificada e tendencialmente representativa da população portuguesa residente em Portugal Continental, com uma taxa de colaboração de 96%. Resultados: Participaram 1002 indivíduos, 52,4% eram mulheres, com uma média de idade 46,5 ± 17,9 anos. A prevalência geral de tabagismo foi de 22,2%: 27,0% nos homens e 17,7% nas mulheres, p<0,001; e 29,1% nos menores de 45 anos e 14,8% nos maiores de 45 anos, p<0,001. Entre os menores de 45 anos 13,8% deixaram de fumar e entre os maiores de 45 anos 28,3% são ex-fumadores, p<0,001. Dos fumadores 63,4% têm grau de dependência nicotínica baixo e 79,3% estão em fase de pré-contemplação para a mudança. Tanto a cessação do consumo (59,8%) como as tentativas de cessação (51,1%) foram na sua maioria despoletadas por motivos de saúde. Apenas 18,8% dos fumadores e 10,0% dos exfumadores tiveram apoio profissional para deixar de fumar. A privação nicotínica e os hábitos associados ao comportamento tabágico foram os aspetos mais difíceis de ultrapassar. O médico de família (77,9%) e o farmacêutico (14,3%) foram os profissionais de saúde mais associados ao apoio à cessação; os locais onde pedir ajuda profissional mais referidos foram: centro de saúde (75,2%), hospital (21,9%) e farmácia (9,4%). Conclusão: A abordagem do tabagismo, bem como o aconselhamento e apoio à cessação tabágica são fundamentais para a melhoria da saúde dos portugueses. As falhas detetadas no apoio profissional para a cessação deverão ser colmatadas com incentivo à atuação proativa, sistemática e adequada por parte dos profissionais de saúde. Para isto, é necessário investimento em: formação pré e pós graduada, implementação da intervenção breve nos sistemas de saúde, linha telefónica de apoio, e melhoria da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde.
- Políticas de Controlo do Tabaco: Atitudes da População PortuguesaPublication . Morais, Ana Teresa Henriques; Ravara, Sofia Belo; Filho, Hilson CunhaIntrodução: A opinião das populações tem uma considerável influência sobre o sucesso das políticas públicas, tanto ao nível do planeamento e implementação, como da sua aprovação por parte da sociedade e, consequentemente, alteração das normas sociais e comportamentais. Neste sentido, aquando revisão e/ou introdução de políticas em saúde, torna-se imperativo avaliar a literacia e atitudes da população relativamente à matéria sobre a qual se pretende intervir. Objetivos: Avaliar as atitudes da população portuguesa face às políticas de controlo de tabaco e os fatores que as influenciam. Metodologia: Estudo observacional transversal analítico, com base em questionários aplicados através de entrevista telefónica no período compreendido entre junho e julho de 2012, a uma amostra estratificada e aleatória da população portuguesa residente em Portugal continental. A análise estatística dos dados foi realizada com recurso a testes de independência de Qui-quadrado, para pesquisa de associação entre a concordância com as políticas de controlo de tabaco e as características sociodemográficas, comportamento tabágico e exposição ao FAT; e regressão logística binária para avaliação dos fatores que influenciam esta concordância. Resultados: A amostra compreende 1002 indivíduos (taxa de colaboração de 96%); a maioria do sexo feminino; com idade média de 46,5 ±17,9 anos; 57% não fumadores, 20,9% ex-fumadores e 22,2% fumadores. Verificou-se que a maioria dos entrevistados concorda com a implementação da legislação de controlo do tabaco: 90,8% com a proibição de fumar em carros privados, na presença de crianças; 86,1 com a proibição de fumar em espaços públicos fechados; 66, 3% com o aumento do preço do tabaco; 65,9% com a implementação de advertências gráficas de saúde; 62,8% com a proibição da promoção e exposição das montras de tabaco; e 59% com a implementação de plain packaging. O apoio à implementação destas medidas é superior entre não fumadores, mulheres, pessoas com menor exposição ao FAT ou na faixa etária >45 anos. Contudo, o único fator que consistentemente demonstrou influenciar a concordância face à imposição desta legislação, foi ser não fumador. Conclusão: A população portuguesa uma concorda consistentemente com a implementação da legislação de controlo do tabaco, em especial com as políticas smokefree. Esta evidência suporta a formulação e implementação de políticas abrangentes de controlo do tabaco em Portugal, de forma a melhorar os resultados de saúde a curto e longo prazo.
- Comparação entre a avaliação clínica e ecográfica em doentes com Artrite Reumatóide sob terapêutica com anti-TNF-a: Revisão de literaturaPublication . Avelar, Marta de Azevedo; Oliveira, Margarida Isabel Dias Alexandre; Guerra, Miguel GomesA Artrite Reumatóide (AR) é uma doença sistémica inflamatória, imunomediada e de evolução crónica. A inflamação sinovial que a caracteriza acomete, geralmente, múltiplas articulações e pode conduzir a destruição articular e perda de capacidade funcional, causando uma redução significativa na qualidade de vida dos doentes. Um diagnóstico e tratamento precoces são cruciais na prevenção da progressão da AR, estando associados a um melhor prognóstico a longo prazo. Atualmente, uma das terapêuticas mais promissoras são os fármacos biotecnológicos capazes de induzir remissão da doença. Porém, a determinação de remissão, baseada na avaliação clínica e laboratorial, tem-se mostrado insuficiente. Têm sido encontradas disparidades entre a melhoria do estado clínico dos doentes e a progressão da AR, havendo evidência ecográfica de lesão articular subclínica ativa em doentes em aparente remissão clínica. Assim, esta dissertação consiste numa revisão de literatura sobre a avaliação da resposta à terapêutica com anti-TNF-??, em doentes com AR, tendo por base a análise dos achados clínicos e ecográficos, com o propósito de compreender qual o método de avaliação mais fidedigno.
- Associação entre a Diabetes Mellitus e a Doença de Alzheimer: Um Estudo de Caso-ControloPublication . Lousã, Hugo Petiz de Freitas Dias; Pérez, Francisco José ÁlvarezIntrodução: A doença de Alzheimer e a diabetes mellitus tipo 2 são doenças altamente incapacitantes, com uma prevalência significativa na população portuguesa: 1,88 por cento (1) e 9,9 por cento (2), respetivamente. Recentemente, tem-se evidenciado uma relação entre ambas as patologias, no entanto, esta continua a ser uma área de controvérsia (3). Objetivo: Com este trabalho, pretende-se estudar a associação entre a diabetes mellitus e a doença de Alzheimer, através de um estudo do tipo caso-controlo. Metodologia: Este trabalho é um estudo retrospetivo do tipo caso-controlo com base na análise de processos clínicos do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, no período compreendido entre maio de 2018 e dezembro de 2021. O grupo de casos foi composto por 173 doentes com diagnóstico de doença de Alzheimer. O grupo controlo (n=173) foi pareado para a idade e o sexo, utilizando pacientes do departamento de dermatologia, sem evidência de demência. Resultados: Constatou-se uma diferença significativa entre os grupos nas seguintes variáveis: diabetes mellitus (p=0,003), hemoglobina glicada (p=0,044), antidiabéticos orais (p=0,013), inibidores da dipeptidil peptidase (p=0,038), hipertensão arterial (p=0,036), tensão arterial sistólica (p=0,009), taxa de filtração glomerular estimada (p<0,001), creatinina (p<0,001), hemoglobina (p<0,001), leucócitos, (p<0,001), neutrófilos, (p<0,001), rácio neutrófilos-linfócitos (p< 0,001), colesterol HDL (P=0,001), polifarmácia (p<0,001), antipsicóticos (p<0,001), antidepressivos (p<0,011) e estatinas (p<0,001). A regressão logística registou também associações estatisticamente significativas ao nível da diabetes mellitus (OR=2,905; IC 95% [1,553; 5,435]; p<0,001), da taxa de filtração glomerular estimada (OR=0,979; IC 95% [0,968; 0,990]; p<0,001), e do baixo Colesterol HDL (OR=3,011; IC 95% [1,560; 5,812]; p= 0,001). Conclusão: Este estudo demonstrou uma associação significativa entre a diabetes mellitus e a doença de Alzheimer. O modelo de regressão logística demonstrou uma associação entre a doença de Alzheimer e o colesterol HDL, bem como entre a doença de Alzheimer e a taxa de filtração glomerular estimada. Apesar disso, considera-se que serão necessários mais estudos, de modo a confirmar as associações constatadas neste estudo.
- Exposição ao fumo de tabaco e cumprimento da legislação em Portugal – perceção da populaçãoPublication . Alves, Rita Morgana Fernandes; Ravara, Sofia Belo; Filho, Hilson Tavares da CunhaIntrodução: Não existe um nível seguro de exposição ao fumo ambiental de tabaco (FAT); qualquer exposição acarreta riscos para a saúde. Em Portugal, a Lei nº 63/ 2017 manteve exceções à proibição de consumo de tabaco em espaços fechados, em clara violação do artigo nº8 da Convenção-Quadro para o Controlo de Tabaco da Organização Mundial de Saúde (OMS CQCT). Objetivos: O objetivo deste estudo é avaliar a perceção da população portuguesa relativamente à exposição ao FAT e às políticas smoke-free presentes em Portugal continental, assim como os fatores associados. Metodologia: Entre junho e julho de 2012, foi aplicado um inquérito telefónico à população portuguesa residente no continente. A taxa de colaboração foi de 96%. Desenvolveu-se um estudo observacional transversal, de caráter analítico. Para a análise da associação entre as variáveis foi usado o Qui-Quadrado; para a análise multivariável utilizou-se uma regressão logística binária. Resultados: Dos 1002 inquiridos, 48% eram homens, com uma média de idade de 46,45 ± 17,9 anos. Dos inquiridos, 19,7% percecionam elevada exposição ao FAT em espaços públicos fechados, sendo esta perceção superior no sexo masculino, nos inquiridos com mais de 45 anos e nos que têm entre o 7º ano e um Curso Politécnico. Dos participantes, 59,9% relata manter uma habitação própria livre de fumo, sendo que os não fumadores, do sexo masculino e com baixa escolaridade apresentam mais casas livres de fumo. Dos inquiridos, 69,6% afirma manter o carro livre de fumo, sendo esta associação mais elevada em não fumadores e inquiridos com mais de 45 anos. Menos de metade (41,8%) da população concorda que a lei de proibição de fumar em locais públicos fechados está a ser cumprida. A perceção do cumprimento é superior em fumadores, com mais de 45 anos, e residentes da região Centro. Quanto a uma política smoke-free abrangente, 86,1% da população declara concordar, sendo esta percentagem superior em não fumadores. Da população inquirida, 90,1% relatou concordar com a proibição de consumo de tabaco em veículos privados quando na presença de crianças, sendo esta mesma percentagem superior em não fumadores, e nos inquiridos com até o 9º ano concluído. Conclusões: A maioria da população portuguesa concorda com as políticas livres de fumo e perceciona uma exposição baixa ao FAT em espaços públicos fechados. O elevado apoio demonstrado neste estudo suporta que os legisladores deverão implementar uma política smoke-free abrangente e eliminar as exceções da lei atual, protegendo assim a saúde da população portuguesa.
- Papel dos Medicamentos Biológicos na Rinossinusite Crónica com Pólipos Nasais – Revisão Sistemática com Meta-AnálisePublication . Fernandes, João Pedro Vila Real; Teles, Rafaela da Cruz Vieira VelosoIntrodução: A rinossinusite crónica com pólipos nasais é uma doença inflamatória associada a elevada morbilidade e diminuição da qualidade de vida. Esta doença apresenta uma prevalência considerável em Portugal e está associada a uma taxa de recidiva relevante apesar do tratamento médico convencional e cirúrgico. O objetivo deste artigo é avaliar a eficácia das novas terapias monoclonais no controlo da rinossinusite crónica com pólipos nasais refratária às terapêuticas disponíveis e discutir os múltiplos fatores que devem ser tidos em conta no uso destes tipos de fármacos. Métodos: Revisão sistemática com meta análise sobre a eficácia das terapias biológicas na rinossinusite crónica com pólipos nasais. Na pesquisa bibliográfica foram utilizados a base de dados PubMed e o registo de ensaios clínicos (www.clinicaltrials.gov), tendo sido contabilizados os artigos publicados entre 2011 e 2021 e apenas incluídos os ensaios clínicos randomizados. A data da última pesquisa foi dia 02 de fevereiro de 2022. Resultados: No total, a meta-análise incluiu 11 ensaios clínicos randomizados, que avaliaram 4 anticorpos monoclonais no que concerne ao impacto na qualidade de vida do doente e na redução da extensão da doença. Todos os anticorpos demonstraram melhorias na qualidade de vida e diminuição da extensão da doença. O dupilumab foi o anticorpo monoclonal com melhores resultados no controlo da doença. Quanto aos efeitos adversos, todos os biológicos foram considerados seguros e bem tolerados no geral. Conclusão: Nesta revisão sistemática verificou-se que o dupilumab foi o anticorpo monoclonal com mais impacto, tanto na qualidade de vida do doente como na extensão da doença. No entanto, são necessários estudos mais prolongados que avaliem como ocorre a modulação do padrão inflamatório a longo prazo, assim como para verificar a existência de um eventual pico terapêutico. Além disso, dado o impacto económico que implica a sua aplicação, é imperioso que se avalie de forma eficiente quais os doentes que mais beneficiam com esta terapêutica.