Browsing by Author "Anahory, Barbara Bettencourt"
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- Factores de neuroprotecção do nervo óptico no glaucomaPublication . Anahory, Barbara Bettencourt; Sousa, João Paulo Castro deGlaucoma é a designação genérica de um grupo de doenças que atingem o nervo óptico e envolvem a escavação da cabeça do mesmo, bem como a perda de células ganglionares da retina num padrão característico de neuropatia óptica (10). Segundo dados estatísticos da Organização Mundial de Saúde é a segunda causa de cegueira no Mundo, sendo responsável por 5,2 milhões de cegos, ou seja, corresponde a 15% dos casos de cegueira mundial (12,17). Prevendo-se que em 2010 hajam 60,5 milhões de pessoas com glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado, aumentando em 2020 para 79,6 milhões (13). Actualmente, o glaucoma primário de ângulo aberto é o tipo de glaucoma mais frequente, ocorrendo em aproximadamente 90% de todos os doentes glaucomatosos (66). Esta é uma doença silenciosa, principalmente nas fases iniciais, sendo difícil a sua detecção, pelo que a diminuição da acuidade visual, só é evidenciada quando a doença se encontra num estádio avançado e geralmente irreversível (15). Actualmente, sabe-se que o glaucoma é uma doença do nervo óptico, em que o aumento da pressão intra-ocular é o principal factor de risco (11). Durante mais de um século, o tratamento do glaucoma era inteiramente dirigido a baixar a pressão, no entanto, a progressão da doença ocorria, mesmo em doentes onde esta era normal ou mesmo reduzida (11). Assim, surge a necessidade de melhor compreender o processo de degeneração do nervo óptico, permitindo alargar os horizontes terapêuticos desta patologia. A degeneração neuronal parece ocorrer por um mecanismo primário e secundário. No primeiro, ocorre uma lesão directa, por aumento da pressão intra-ocular, actuando a nível mecânico, axoplasmático e vascular. No segundo, as células ganglionares da retina e as fibras nervosas, previamente lesionadas, libertam inúmeras substâncias tóxicas, que danificam as células da vizinhança, através de mecanismos de apoptose e excitotoxicidade. É neste contexto que surge o conceito de neuroprotecção, que pode ser adquirida por vias farmacológias e imunológicas. Esta evita o mecanismo de degeneração, nas células ganglionares da retina, que foram inicialmente poupadas pela lesão primária, neutralizando ou inibindo os vários elementos extracelulares implicados na lesão secundária (46), mantendo-as assim vivas, estrutural e funcionalmente (47). Embora em inúmeros estudos experimentais tenha sido demonstrada a eficácia desta terapia, faltam ainda algumas evidências que permitam a sua aprovação em humanos (29). Apesar das controvérsias e ainda vastas pesquisas necessárias nesta área, é certo que, futuramente, o tratamento da doença glaucomatosa passa pela neuroprotecção.